Revisão: Fausto De Vito Pintura: Rempramtt (Paulo o Apóstolo ...
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todos", para valorizar a bênção que lhe fora outorgada. Certamente, reconhecendo-se<br />
esmagado pela sublimidade do fenómeno que protagonizara, <strong>Paulo</strong> lutou para<br />
superar-se e não permitir que os Céus nele investissem inutilmente.<br />
Médiuns existem que, unicamente por serem médiuns, impõem condições de<br />
trabalho, formulam exigências descabidas, reivindicam deferências e privilégios,<br />
querem ser distinguidos dos demais companheiros... Não colocam "a mão na massa",<br />
não arregaçam as mangas, não sujam os pés, não vertem o suor do tarefeiro comum.<br />
Anseiam pelo tratamento dispensado aos oráculos e hierofantes, sacerdotes e<br />
pitonisas, esquecidos de que o médium é chamado, em qualquer circunstância, a dar<br />
exemplo de simplicidade, qual o fez Jesus quando, cingindo-se com uma toalha, lavou<br />
os pés dos discípulos...<br />
O médium que não age é comparável ao homem da parábola que enterrou o seu<br />
talento...<br />
Quem se sentir apreciado por este ou aquele dom mediúnico deixe de vez tanta dúvida<br />
e tanto questionamento que, na maioria, é o disfarce da má vontade e da falta do<br />
desejo sincero de servir.<br />
Em circunstância nenhuma acredite ser o que não é. <strong>Paulo</strong>, que era o que era, pela<br />
graça de <strong>De</strong>us foi o que foi, ou seja: apesar de suas limitações humanas, fez-se<br />
apóstolo do Evangelho, sendo ele mesmo um dos maiores exemplos do poder<br />
transformador da Boa-Nova sobre as criaturas.<br />
Que quem não se sinta digno de ser médium, esforce-se para sê-lo, invés de preferir<br />
renunciar ao exercício da mediunidade a ter que abrir mão de alguns dos seus<br />
caprichos... Se a mediunidade procura o homem e o encontra na condição em que ele<br />
se apresenta, é porque o aceita sem exigências de qualquer espécie.<br />
Para que, no médium, a mediunidade não se torne vã, ele necessita trabalhar "muito<br />
mais do que todos eles", os críticos, os que nele não acreditam, os invejosos, os<br />
ciumentos... Trabalhar, é bom que se diga, sem espírito de competição. Trabalhar à<br />
feição de alguém que recebeu régio salário antes do serviço executado e que, por isso<br />
mesmo, se sente na obrigação de não falhar.<br />
Que ninguém amargue, mais tarde, a dura decepção de ter sido um médium que<br />
frustrou as expectativas da Vida a seu respeito, uma espécie de semente que não<br />
floresceu...