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MÉTODO DOS CORTES MÍNIMOS

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<strong>MÉTODO</strong> <strong>DOS</strong> <strong>CORTES</strong> <strong>MÍNIMOS</strong><br />

Edição Revista<br />

Extraída de “ Fiabilidade em Sistemas Eléctricos de Energia”,<br />

M. Ferreira de Oliveira, J. Borges Gouveia, J. Pereira da Silva, FEUP, 1980<br />

FEUP, Abril de 2005<br />

J. Luís P. Pereira da Silva<br />

Professor associado da FEUP


1. Definições<br />

<strong>MÉTODO</strong> <strong>DOS</strong> <strong>CORTES</strong> <strong>MÍNIMOS</strong><br />

Consideremos o sistema e o grafo associado representados na figura<br />

1 2<br />

ENTRADA SAÍDA ENTRADA<br />

SAÍDA<br />

5<br />

x5 x5<br />

3 4<br />

Fig. 1 - Sistema constituído por 5 componentes e o grafo associado (o elemento 5 é considerado bidireccional)<br />

Define-se passo (relativamente ao grafo) entre uma entrada e uma saída, como um qualquer<br />

conjunto conexo de ramos, os quais percorridos no sentido que lhes está associado, permitem<br />

uma ligação entre a entrada e a saída; se um passo não toca mais do que uma vez em qualquer nó<br />

do grafo, então o passo designa-se por passo mínimo.<br />

Define-se corte de um conjunto de passos, como qualquer conjunto de ramos que, se retirados do<br />

grafo, interrompem todos os passos; se um corte contém o número mínimo de ramos para,<br />

quando retirados do grafo, interromper todos os passos, então designa-se por corte mínimo.<br />

2. Cálculo da fiabilidade do sistema definido por um grafo<br />

Da análise da figura 1 podemos concluir que ao sistema nela representado estão associados 4<br />

passos mínimos e 4 cortes mínimos, a seguir referidos:<br />

P = x x C = x x<br />

1 1 2 1 1 3<br />

P = x x C = x x<br />

2 3 4 2 2 4<br />

P = x x x C = x x x<br />

3 1 5 4 3 1 5 4<br />

P = x x x C = x x x<br />

4 3 5 2 4 2 5 3<br />

onde, Pi representa o passo mínimo i, Ci o corte mínimo i. Seja, ainda, C i o acontecimento<br />

correspondente à avaria dos componentes associados aos ramos que integram o corte mínimo i.<br />

Para que o sistema “funcione” basta que um qualquer dos passos mínimos esteja disponível, logo<br />

R representa a fiabilidade do sistema:<br />

x 1<br />

x 3<br />

x 2<br />

x 4<br />

2


( 1 2 3 4 )<br />

( )<br />

R = P P + P + P + P<br />

= P x x + x x + x x x + x x x<br />

1 2 3 4 1 5 4 3 5 2<br />

Para que o sistema “não funcione” basta que os componentes que integram um qualquer corte<br />

mínimo não estejam disponíveis, logo Pf representa a probabilidade do sistema avariar:<br />

e porque<br />

teremos<br />

f<br />

( 1 2 3 4 )<br />

P = P C + C + C + C<br />

R + Pf<br />

= 1.0<br />

( 1 3 2 4 1 5 4 2 5 3)<br />

R = 1−<br />

P x x + x x + x x x + x x x<br />

Vemos assim que, se conhecermos os cortes mínimos associados a um conjunto de passos entre<br />

um conjunto de “entradas” e uma “saída”, é possível calcular a fiabilidade do sistema definido<br />

pelos passos referidos.<br />

Consideremos, agora, 3 acontecimentos quaisquer A, B e C; sabemos que<br />

P ( A + B + C) = P( A) + P ( B) + P ( C) − P( AB) − P ( AC) − P ( BC ) + P ( ABC)<br />

Se os três acontecimentos são mutuamente exclusivos, teremos que<br />

P ( A + B + C) = P ( A) + P ( B) + P ( C)<br />

De um modo geral,teremos que<br />

Sendo<br />

teremos que<br />

P ( A + B + C) ≤ P ( A) + P ( B) + P ( C)<br />

( 1 2 ... n ) f ( 1 2 ... k )<br />

R = P P + P + + P e P = P C + C + + C<br />

( ) ( ) ( ) ... ( ) ( 1)<br />

R ≤ P P + P P + P P + P P<br />

1 2 3<br />

( 1) ( 2 ) ( 3 ) ... ( ) ( 2)<br />

P ≤ P C + P C + P C + P C<br />

f k<br />

É fácil verificar-se que as desigualdades (1) e (2) se aproximam tanto mais de igualdades quanto<br />

mais os valores de ( )<br />

i<br />

P P e ( i )<br />

n<br />

P C se aproximarem de zero. De facto, os termos que se omitem<br />

são produtos obtidos com factores que são os valores de ( )<br />

i<br />

P P e ( i )<br />

P C .<br />

3


Poderemos assim concluir que se as probabilidades de sucesso dos passos Pi, P ( P i ) , forem<br />

valores próximos de zero a equação (1) é uma boa aproximação para o cálculo da fiabilidade do<br />

sistema; esta equação seria aplicável em sistemas compostos por componentes muito pouco<br />

fiáveis. Se as probabilidades P ( C i ) , i.e. as probabilidades dos componentes que constituem o<br />

corte Ci estarem simultâneamente indisponíveis, forem valores pequenos, então a expressão<br />

( 1) ( 2 ) ... ( ) ( 3)<br />

P = P C + P C + + P C<br />

f k<br />

permitirá o cálculo de um valor para Pf (maior que o valor real, mas muito próximo dele) o qual<br />

R R = 1− Pf<br />

; saliente-se que este valor pessimista é<br />

permitirá calcular um valor pessimista para ( )<br />

contudo, um valor muito próximo do verdadeiro valor de R.<br />

3. Interpretação das aproximações associadas à aplicação da teoria dos cortes mínimos<br />

Consideremos ainda o exemplo representado na figura seguinte.<br />

ENTRADA<br />

1 2 1 2<br />

3 4<br />

Fig. 2 - Cortes mínimos associados ao sistema representado na figura 1<br />

5<br />

4<br />

5<br />

3<br />

SAÍDA<br />

A figura 2 representa, sob o ponto de vista de fiabilidade, o sistema associado à figura 1; este<br />

novo sistema é constituído por agrupamentos de componentes ligados entre si “em série”; os<br />

componentes que constituem cada um destes agrupamentos constituem os elementos de um corte<br />

mínimo. Cada corte mínimo pode identificar-se com um modo de avaria do sistema;<br />

efectivamente o sistema não funcionará se, por exemplo, os componentes 2 e 4 não estiverem<br />

disponíveis.<br />

Definam-se, agora, os seguintes acontecimentos:<br />

C 1 - Componentes {1,3} indisponíveis<br />

C 2 - Componentes {2,4} indisponíveis<br />

C 3 - Componentes {1,5,4} indisponíveis<br />

C 4 - Componentes {2,5,3} indisponíveis<br />

Seja, tal como anteriormente, ( i )<br />

P C a probabilidade de ocorrência do acontecimento C i .<br />

4


Se os acontecimentos C i fossem mutuamente exclusivos, teríamos que<br />

f<br />

( 1) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 )<br />

P = P C + P C + P C + P C<br />

isto é, a indisponibilidade de um sistema seria a soma das indisponibilidades dos seus modos de<br />

avaria. É óbvio, contudo, que os diferentes modos de avaria não são mutuamente exclusivos entre<br />

si; consideremos, por exemplo, os acontecimentos C 2 e C 3 (suporemos que no sistema apenas<br />

existem estes dois modos de avaria).<br />

f<br />

( 2 3 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 2 3 )<br />

P = P C C = P C + P C − P C C<br />

Note-se que P ( C2 C 3 ) representa a probabilidade de ocorrência simultânea dos acontecimentos<br />

C 2 e 3<br />

C ; estes dois acontecimentos ocorrem simultaneamente quando os componentes 1, 2, 4, 5<br />

estão indisponíveis.<br />

Em sistemas eléctricos a probabilidade de não funcionamento (indisponibilidade) de um<br />

componente típico pode considerar-se 0,2, isto é, 20 % do tempo em que é requerido o seu<br />

funcionamento. Admitindo que os componentes que integram os cortes 2 C e C 3 são idênticas,<br />

teremos para o caso mais desfavorável que<br />

( 2 3 ) ( ) ( ) ( )<br />

0,04 + 0,008 = P ( C2 ) + P ( C3<br />

)<br />

2 3 4<br />

P C + C = 0.2 + 0.2 − 0.2 = 0,04 + 0,008 − 0,0016<br />

o que valida, em termos numéricos, a equação (3) através da qual calcularemos a fiabilidade de<br />

sistemas eléctricos com recurso à teoria dos cortes mínimos.<br />

4. Identificação sistemática dos modos de avaria de um sistema (ou determinação<br />

sistemática dos cortes mínimos associados a um conjunto de passos)<br />

A identificação dos cortes mínimos associados ao sistema representado na figura 1 foi feita por<br />

simples inspecção. Este procedimento é possível apenas para sistemas com dimensão reduzida.<br />

Considere-se, por exemplo, o sistema representado na figura 3.<br />

2 3<br />

ENTRADA 1<br />

SAÍDA<br />

4<br />

Fig. 3 – Sistema simples para determinação dos cortes mínimos por inspecção<br />

5<br />

5


Procurando identificar os modos de avaria do sistema, verificamos facilmente que se perde a<br />

continuidade entre a “entrada” e a “saída”, desde que:<br />

- o componente 1 avarie<br />

ou<br />

- os componentes 2 e 4 estejam simultâneamente indisponíveis<br />

ou<br />

- os componentes 2 e 5 estejam simultâneamente indisponíveis<br />

ou<br />

- os componentes 3 e 4 estejam simultâneamente indisponíveis<br />

ou<br />

- os componentes 3 e 5 estejam simultâneamente indisponíveis<br />

pelo que podemos afirmar que os cortes mínimos são os seguintes<br />

{ 1 } , { 2, 4 } , { 2,5 } , { 3, 4 } , { 3,5}<br />

C = C = C = C = C =<br />

1 2 3 4 5<br />

Para identificarmos por um processo sistemático os cortes mínimos acima referidos temos que<br />

recorrer à definição de uma matriz que representa a topologia do sistema, sob o ponto de vista de<br />

fiabilidade. Designaremos esta matriz por matriz dos passos e nela vão estar definidos os passos<br />

(ou trajectos) existentes entre todas as “entradas” do sistema e a “saída” em consideração.<br />

Para um sistema existirão tantas matrizes dos passos quantos os pontos (saídas) para os quais<br />

queremos calcular os índices de fiabilidade. A matriz dos passos é uma matriz constituída por<br />

“zeros” e “uns” (é uma matriz binária) com tantas linhas quantos os passos existentes entre as<br />

“entradas” do sistema e a saída em consideração, e com tantas colunas quantos os elementos<br />

(componentes) do sistema.<br />

A existência de um 1 na posição (i,j) - linha i, coluna j – representa que o elemento (ou<br />

componente) j, pertence ao passo i.<br />

A matriz dos passos para o sistema representado na figura 3 é a seguinte:<br />

Componentes 1 2 3 4 5<br />

Passo - P1 1 1 1 0 0<br />

Passo - P2 1 0 0 1 1<br />

Em sistemas complexos não é fácil construir-se a matriz dos passos por inspecção. Existem,<br />

contudo, algoritmos que nos permitem construir esta matriz a partir da descrição da estrutura<br />

topológica do sistema em análise. Neste curso consideraremos que a matriz dos passos pode ser<br />

obtida por inspecção, o que é verdadeiro para sistemas de média dimensão. Com recurso a esta<br />

matriz calcularemos os modos de avaria (ou cortes mínimos) do sistema. Salientamos, mais uma<br />

vez, que um conjunto de cortes mínimos está sempre associado a um conjunto de passos.<br />

Determinaremos a seguir os cortes mínimos associados ao conjunto de passos definidos pela<br />

matriz acima descrita.<br />

6


Define-se “ordem de um corte” como o número de componentes que integram o corte. Assim,<br />

designaremos por cortes de 1.ª, 2.ª e 3.ª ordem os cortes que são definidos por 1, 2 e 3<br />

componentes, respectivamente.<br />

Para que um componente defina um corte de 1.ª ordem é necessário que se esse componente<br />

avariar sejam interrompidos todos os passos, isto é, o componente em causa terá de pertencer a<br />

todos os passos, o que faz com que quando ele avaria sejam interrompidos todos os trajectos entre<br />

as “entradas” e a “saída” em consideração. É agora evidente a seguinte conclusão:<br />

- os componentes associados às colunas da matriz dos passos constituídas apenas por<br />

elementos não nulos (valor um) definem todos os cortes de 1.ª ordem.<br />

Os cortes de 1.ª ordem são, portanto, extremamente simples de determinar; basta que se<br />

pesquisem as colunas da matriz dos passos e sempre que se encontre uma coluna só com<br />

elementos não nulos, então o componente que lhe está associado define um corte de 1.ª ordem.<br />

Para que dois componentes definam um corte de 2.ª ordem é necessário – repete-se a ideia – que<br />

quando esses componentes avariem sejam interrompidos todos os passos; para que o corte<br />

definido pelos dois componentes seja mínimo é necessário que não contenha nenhum corte de 1.ª<br />

ordem, isto é, nenhum dos componentes que definem o corte mínimo pode constituir um corte de<br />

1.ª ordem.<br />

Vejamos, agora, o significado de um vector que represente a soma lógica de um qualquer<br />

conjunto de colunas da matriz dos passos. Consideremos as três colunas seguintes de uma matriz<br />

dos passos com quatro linhas (definem 4 passos):<br />

coluna i coluna j coluna k<br />

Passo 1 1 1 0<br />

Passo 2 0 0 1<br />

Passo 3 1 1 0<br />

Passo 4 0 1 1<br />

A análise dos vectores escritos permite-nos, imediatamente, saber que:<br />

- o componente i pertence aos passos 1 e 3;<br />

- o componente j pertence aos passos 1, 3 e 4;<br />

- o componente k pertence aos passos 2 e 4.<br />

Somando, logicamente, as colunas i e j, teremos:<br />

( i) ( j) ( i + j)<br />

1 1 1<br />

0 0 0<br />

+ =<br />

1 1 1<br />

0 1 1<br />

7


Um outro modo de interpretar o significado das colunas i e j é dizer que:<br />

- uma avaria do componente i causa a interrupção dos passos 1 e 3;<br />

- uma avaria do componente j causa a interrupção dos passos 1, 3 e 4.<br />

Das duas afirmações anteriores poderemos concluir que a indisponibilidade simultânea dos<br />

componentes i e j causa a interrupção dos passos 1, 3 e 4. Salienta-se que esta última afirmação<br />

pode fazer-se por simples inspecção do vector (i+j).<br />

Do mesmo modo se pode concluir que:<br />

( i) ( k ) ( i + k ) ( i) ( j) ( k ) ( i + j + k ) ( j) ( k ) ( j + k )<br />

1 0 1 1 1 0 1 1 0 1<br />

0 1 1 0 0 1 1 0 1 1<br />

+ = + + = + =<br />

1 0 1 1 1 0 1 1 0 1<br />

0 1 1 0 1 1 1 1 1 1<br />

- a indisponibilidade simultânea dos componentes i e k interrompe os passos 1, 2, 3 e 4 (ver<br />

vector (i+k)), ou seja todos os passos;<br />

- a indisponibilidade simultânea dos componentes j e k interrompe os passos 1, 2, 3 e 4 (ver<br />

vector (j+k)), ou seja todos os passos;<br />

- a indisponibilidade simultânea dos componentes i, j e k interrompe igualmente todos os passos<br />

(ver vector (i+j+k)).<br />

De um modo geral pode afirmar-se que a análise do vector soma (lógica) de n vectores da matriz<br />

dos passos permite identificar-se os passos que são interrompidos pela indisponibilidade<br />

simultânea dos n componentes associados aos vectores parcelas. Se o vector soma for um vector<br />

identidade a avaria simultânea dos n componentes causa a interrupção de todos os passos.<br />

Na sequência do afirmado anteriormente pode concluir-se que os cortes de 2ª ordem são<br />

identificados somando, logicamente, duas a duas as colunas da matriz dos passos; se o vector<br />

soma for um vector identidade os componentes associados aos vectores parcela definem um corte<br />

de 2ª ordem. Para que este corte seja mínimo é necessário que nele não estajam contidos cortes de<br />

1ª ordem. Para evitar a identificação de cortes de 2ª ordem não mínimos é suficiente que se<br />

anulem na matriz dos passos as colunas correspondentes a cortes de 1ª ordem, ou que, aquando<br />

da soma dos vectores coluna dois a dois, não se considerem as combinações que englobem<br />

colunas associadas a cortes de 1ª ordem.<br />

Do mesmo modo para a identificação dos cortes de 3ª ordem basta que se somem, logicamente,<br />

três a três todas as colunas da matriz dos passos; se o vector soma for um vector identidade os<br />

componentes associados aos vectores parcela definem um corte de 3ª ordem. Para que este corte<br />

seja mínimo é preciso que não contenha qualquer dos cortes mínimos de 1ª ou 2ª ordem já<br />

identificados.<br />

8


5. Exemplo de aplicação<br />

Considere-se a sistema representado na figura 4:<br />

6<br />

7<br />

1<br />

2<br />

8<br />

5<br />

3 4<br />

Fig.4 - Esquema para determinação dos passos e cortes mínimos<br />

A matriz dos passos, escrita por inspecção do esquema desenhado, é a seguinte:<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Passo 1 1 1 1 1<br />

Passo 2 1 1 1<br />

Passo 3 1 1 1<br />

Passo 4 1 1 1<br />

Passo 5 1 1 1 1 1<br />

Passo 6 1 1 1 1<br />

Passo 7 1 1 1<br />

Passo 8 1 1 1 1<br />

Passo 9 1 1 1<br />

Da análise da matriz escrita pode concluir-se que não existem cortes de 1ª ordem, isto é, a avaria<br />

de um qualquer componente não interrompe, por si só, a continuidade entre os pontos de<br />

alimentação e o ponto de consumo. Adicionando as colunas da matriz escrita, duas a duas,<br />

também se conclui que não existem cortes de 2ª ordem, isto é, a sobreposição de duas quaisquer<br />

avarias não provoca, por si só, a interrupção da continuidade de serviço entre os pontos de<br />

alimentação e o ponto de consumo. O aluno identificará, facilmente, os seguintes cortes de 3ª<br />

ordem:<br />

9<br />

10<br />

9


{1,3,4} {2,3,4} {6,8,9} {6,8,10} {7,8,9} {7,8,10} {1,5,9} {1,5,10} {2,5,9} {2,5,10}<br />

Neste curso supõe-se desprezável a probabilidade de ocorrência de acontecimentos definidos por<br />

cortes de ordem superior à 3ª (note-se contudo que, por exemplo, {3,5,6,8} é um corte de 4ª<br />

ordem).<br />

6. Passos normalmente abertos<br />

Em sistemas eléctricos existem componentes que podem estar em funcionamento normal (isto é,<br />

sob tensão) em dois estados diferentes: o estado “aberto” ou o estado “fechado”. Por outras<br />

palavras, pode dizer-se que existem componentes que se encontram “normalmente abertos” ou<br />

“normalmente fechados”; estão neste caso os disjuntores e os seccionadores. A existência de<br />

componentes normalmente abertos permite que, quando necessário, se obtenham configurações<br />

de recurso na exploração do sistema eléctrico.<br />

Consideraremos no que se segue que, na figura 4, o componente 5 é um disjuntor normalmente<br />

aberto. Procuraremos, a seguir, identificar os modos de avaria do sistema. Um pouco de reflexão<br />

permite-nos já concluir que os modos de avaria que vamos procurar determinar se podem agrupar<br />

em duas classes:<br />

- os modos de avaria que só podem ser eliminados pela conclusão de uma acção de<br />

reparação;<br />

- os modos de avaria que podem ser eliminados por simples operações de fecho de<br />

componentes normalmente abertos.<br />

Para que se identifiquem os modos de avaria dum sistema com componentes normalmente<br />

abertos, começa por se escrever a matriz dos passos, associada ao ponto de consumo que se<br />

estuda, admitindo que todos os componentes estão fechados; para o exemplo da figura 4<br />

escrevemos já esta matriz dos passos.<br />

Os passos assim identificados podem dividir-se em dois grupos: passos normalmente fechados e<br />

passos normalmente abertos; um passo diz-se normalmente aberto quando contém pelo menos<br />

um componente normalmente aberto. A matriz dos passos divide-se, a seguir, em duas<br />

submatrizes.<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Passo 1 1 1 1 1<br />

Passo 2 1 1 1<br />

Passo 3 1 1 1<br />

Passo 4 1 1 1<br />

Passo 5 1 1 1 1 1<br />

Passo 6 1 1 1 1<br />

Passo 7 1 1 1<br />

Passo 8 1 1 1 1<br />

Passo 9 1 1 1<br />

Submatriz dos passos<br />

normalmente fechados<br />

Submatriz dos passos<br />

normalmente abertos<br />

10


É óbvio que se verifica uma interrupção na continuidade de serviço, entre os pontos de<br />

alimentação e o ponto de consumo em estudo, desde que todos os passos normalmente fechados<br />

sejam interrompidos por um qualquer acontecimento. Já vimos que identificação dos<br />

acontecimentos que provocam a interrupção de um conjunto de passos se pode fazer calculando<br />

os cortes mínimos associados à matriz dos passos definida pelo conjunto dos passos em<br />

consideração. Para o exemplo que temos vindo a usar, é fácil identificar os seguintes cortes<br />

mínimos associados à submatriz dos passos normalmente fechados:<br />

{1,9} {1,10} {2,9} {2,10} {1,3,4} {2,3,4} {6,8,9} {6,8,10} {7,8,9} {7,8,10}<br />

Qualquer acontecimento definido pela sobreposição de avarias nos componentes associados a<br />

qualquer dos cortes identificados interrompe a continuidade de serviço entre os pontos de<br />

alimentação e o ponto de consumo; ficam assim definidos os modos de avaria do sistema.<br />

Importa, agora, associar a cada modo de avaria identificado o tipo de restabelecimento de serviço<br />

que é possível.<br />

Os cortes identificados que também “cortam” os passos normalmente abertos definem<br />

acontecimentos que só podem ser eliminados pela conclusão de uma acção de reparação.<br />

Os cortes identificados que não “cortam” todos os passos normalmente abertos definem<br />

acontecimentos que podem ser eliminados fechados qualquer dos passos normalmente abertos<br />

que não são “cortados.”<br />

Para o exemplo que temos vindo a considerar, verifica-se que os cortes<br />

{1,3,4} {2,3,4} {6,8,9} {6,8,10} {7,8,9} {7,8,10}<br />

“cortam” todos os passos normalmente abertos; estes cortes serão designados neste curso por<br />

cortes do tipo A.<br />

Os cortes<br />

{1,9} {1,10} {2,9} {2,10}<br />

não “cortam” todos os passos normalmente abertos; a estes cortes atribuiremos a designação<br />

convencional de cortes do tipo B.<br />

7. Cálculo dos índices de fiabilidade para cortes do tipo A<br />

Atribuiu-se já a designação de cortes do tipo A aos cortes que definem modos de avarias que só podem<br />

ser eliminados através da conclusão de uma acção de reparação.<br />

Suponhamos que i<br />

λ e i<br />

r representem a taxa de avarias (ano -1 ) e o tempo médio de reparação (anos) do<br />

componente i ; admitamos ainda que foram identificados n1 cortes de 1ª ordem, n2 cortes de 2ª ordem e<br />

n3 cortes de 3ª ordem, todos do tipo A.<br />

11


Apresentam-se a seguir as equações que permitem calcular os índices de fiabilidade do sistema<br />

correspondentes a modos de avaria só elimináveis através da conclusão de acções de reparação. Deixase<br />

para o aluno a justificação das expressões que se escrevem.<br />

Cortes tipo A<br />

a) Cortes de 1.ª ordem: componente i avariado<br />

De cada corte Total<br />

λ = λ λ = λ<br />

A1 i AT1 A1<br />

r = r U = U<br />

A1 i AT1 A1<br />

U = λ r r = U λ<br />

A1 A1 A1 AT1 AT1 AT1<br />

b) Cortes de 2.ª ordem: componentes i e j avariados<br />

De cada corte Total<br />

( r r )<br />

λ = λ λ + λ = λ<br />

A2 i j i j AT 2 A2<br />

r r<br />

r U U<br />

n2<br />

i j<br />

A2 = AT 2 = A2<br />

ri + rj<br />

U = λ r r = U λ<br />

A2 A2 A2 AT 2 AT 2 AT 2<br />

c) Cortes de 3.ª ordem: componentes i, j e k avariados<br />

De cada corte Total<br />

( r r r r r r )<br />

λ = λ λ λ + + λ = λ<br />

A3 i j k i j i k j k AT 3 A3<br />

r r r<br />

r U U<br />

n3<br />

i j k<br />

A3 = AT 3 = A3<br />

ri rj + ri rk + rj rk<br />

U = λ r r = U λ<br />

A3 A3 A3 AT 3 AT 3 AT 3<br />

Para um sistema qualquer os índices de fiabilidade correspondentes aos modos de avaria só<br />

elimináveis com recurso a acções de reparação são dados por:<br />

n1<br />

n1<br />

n2<br />

n3<br />

12


λ = λ + λ + λ<br />

SR AT1 AT 2 AT 3<br />

U = U + U + U<br />

SR AT1 AT 2 AT 3<br />

r = U<br />

λ<br />

SR SR SR<br />

8. Cálculo dos índices de fiabilidade para cortes do tipo B<br />

A designação de cortes do tipo B foi atribuída aos cortes que definem modos de avaria que podem ser<br />

eliminados fechando passos normalmente abertos. Saliente-se que se os passos normalmente abertos<br />

avariarem enquanto estiverem em funcionamento, ou se não for possível o seu fecho (os componentes<br />

normalmente abertos podem “ encravar “ quando se desejar o seu fecho) então a continuidade de<br />

serviço só pode ser restabelecida após uma acção de reparação. O modelo matemático a utilizar tem<br />

que incorporar a lógica de restabelecimento de serviço atrás definida.<br />

Seja B um dos acontecimentos que definem modos de avaria de um sistema que podem ser eliminados<br />

fechando passos normalmente abertos; o acontecimento B será, portanto, definido pela<br />

indisponibilidade simultânea dos componentes que integram qualquer corte de tipo B (de 1ª, 2ª ou 3ª<br />

ordem).<br />

Se admitirmos que conhecemos:<br />

λ B - taxa de ocorrência do acontecimento B<br />

r B - duração média de ocorrência do acontecimento B<br />

U - indisponibilidade média associada ao acontecimento B<br />

B<br />

e que existem nB acontecimentos definidos por cortes do tipo B, teremos que os índices de<br />

fiabilidade correspondentes aos modos de avaria que podem ser eliminados fechando passos<br />

normalmente abertos, serão dados por:<br />

nB nB<br />

λ = λ U = U r = U λ<br />

SF B SF B SF SF SF<br />

Vamos agora definir dois acontecimentos RD e RI, complementares e mutuamente exclusivos,<br />

com o seguinte significado:<br />

RD – os passos normalmente abertos estão disponíveis quando o seu funcionamento é<br />

requerido (recurso disponível);<br />

RI – os passos normalmente abertos não estão disponíveis quando o seu funcionamento é<br />

requerido (recurso indisponível).<br />

13


Calculemos a seguir λ B e U B para cada uma das situações definidas pelos acontecimentos RD e<br />

RI; designaremos as grandezas que vamos calcular, respectivamente por λ , , U , e<br />

λ<br />

,<br />

U<br />

B, RI B, RI<br />

B RD B RD<br />

a) Cálculo da taxa de ocorrência e da indisponibilidade correspondentes ao acontecimento B<br />

admitindo que RD se verifica.<br />

Se RD se verifica poderemos concluir que quando um acontecimento do tipo B ocorre é sempre<br />

possível eliminá-lo fechando um passo normalmente aberto; quando identificamos o corte do tipo<br />

B identificamos também os passos normalmente abertos não “cortados” perto do corte em<br />

consideração. A cada um destes passos disponíveis para a realimentação da carga, corresponde<br />

um tempo de fecho; seja Tf o mínimo dos tempos de fecho associados aos passos normalmente<br />

abertos que não são “cortados” pelo corte B.<br />

i) Suponhamos que B é um corte de 1.ª ordem, constituído pelo componente i. Neste caso é<br />

óbvio que:<br />

λ = λ = = λ<br />

B, RD i rB, RD Tf UB, RD i Tf<br />

ii) Suponhamos que B é um corte de 2.ª ordem, constituído pelos componente i e j. O aluno<br />

verificará facilmente que:<br />

λ = λ λ +<br />

r<br />

( r r )<br />

( r ) ( r )<br />

B, RD i j i j<br />

B, RD<br />

λi λ j i ri T λ f j λi<br />

j rj Tf<br />

= +<br />

λ r + T λ r + T<br />

U = λ r<br />

B, RD B, RD B, RD<br />

B, RD i f B, RD j f<br />

iii) Suponhamos que B é um corte de 3.ª ordem, constituído pelos componente i, j e k. De modo<br />

análogo teremos:<br />

r r r r<br />

λ = λ λ λ + λ λ λ<br />

( r ) ( r )<br />

i j j i<br />

a i j i k<br />

ri + rj j i j k<br />

rj + ri<br />

r r r r<br />

λ = λ λ λ + λ λ λ<br />

( r ) ( r )<br />

i k k i<br />

b i k i j<br />

ri + rk k i k j<br />

rk + ri<br />

r r r r<br />

λ = λ λ λ + λ λ λ<br />

( r ) ( r )<br />

j k k j<br />

c j k j i<br />

rj + rk k j k i<br />

rk +<br />

rj<br />

14


λ = λ + λ + λ<br />

r<br />

B, RD a b c<br />

B, RD<br />

λ ri rj T a f λ r b i rk Tf λ r c<br />

j rk Tf<br />

= + +<br />

λ r r + r T + r T λ r r + r T + r T λ r r + r T + r T<br />

U = λ r<br />

B, RD i j i f j f B, RD i k i f k f B, RD j k j f k f<br />

B, RD B, RD B, RD<br />

b) Cálculo da taxa de ocorrência e da indisponibilidade correspondentes ao acontecimento B<br />

admitindo que RI se verifica.<br />

Se o acontecimento RI se verifica tal é equivalente a dizer-se que sempre que B ocorre não é<br />

possível realimentar a carga com recurso aos passos normalmente abertos; nesta hipótese tudo se<br />

passa como se os passos normalmente abertos não existissem. Pode, portanto, concluir-se que<br />

λ , r , U serão obtidos pelas expressões já obtidas para os cortes do tipo A.<br />

B, RI B, RI B, RI<br />

c) Cálculo da taxa de ocorrência e da indisponibilidade correspondentes ao acontecimento B<br />

Sendo P(B), P(RD) e P(RI) as probabilidades de ocorrência dos acontecimentos B, RD, RI e<br />

atendendo ao modo como RD e RI foram definidos, são verificadas as condições de<br />

aplicabilidade do teoremo de Bayes, logo<br />

o que nos permite escrever<br />

uma vez que<br />

P ( B) = P ( B RD) P ( RD) + P ( B RI ) P ( RI )<br />

( ) ( )<br />

U = U P RD + U P RI<br />

B B, RD B, RI<br />

P ( RD) + P ( RI ) = 1<br />

basta-nos calcular o valor de P(RI), isto é, a probabilidade dos passos normalmente abertos não<br />

“cortados” pelo corte B não estarem disponíveis quando o seu funcionamento é requerido.<br />

A teoria dos cortes mínimos na sua forma mais simples, considerando apenas cortes do tipo A,<br />

permite-nos calcular um componente “equivalente” a um dado conjunto de passos; suponhamos<br />

que os índices de fiabilidade do “componente equivalente” aos passos normalmente abertos não<br />

“cortados” pelo corte são λ R , r R e U R .<br />

15


Se admitirmos que no sistema em análise não se encontram simultaneamente fora de serviço, por<br />

avaria, mais do que 3 componentes, para o cálculo de λ R , r R e U R apenas consideraremos:<br />

- cortes de 1ª ordem se B for um corte de 2ª ordem;<br />

- cortes de 1ª e 2ª ordem se B for um corte de 1ª ordem<br />

e consideraremos que λ R e U R são iguais a zero se B for um corte de 3ª ordem.<br />

Seja, ainda, Pe a probabilidade de os componentes normalmente abertos não fecharem<br />

(probabilidade de encravamento) quando se opera a manobra de fecho dos passos de recurso.<br />

Poder-se-iam escrever várias expressões para cálculo de P(RI), cada uma delas função de<br />

hipóteses que se formulariam. Na expressão que escreveremos admite-se que as componentes<br />

pertencentes aos passos normalmente abertos têm uma taxa de avarias constante e, portanto,<br />

independente do estarem ou não em serviço; considera-se ainda que o encravamento de um<br />

componente é um modo de avaria independente dos modos de avaria associados à taxa de avarias<br />

definida para os componentes.<br />

Teremos então que:<br />

P ( RI ) = Pe + UR<br />

λ . Observe-se que nas expressões escritas anteriormente B, RD B, RI<br />

Resta-nos agora calcular B<br />

deixando-se aos alunos a justificação do porquê desta igualdade.<br />

λ = λ ,<br />

A taxa de ocorrência do acontecimento B será definida pela taxa de solicitação dos passos<br />

λ ) adicionada ao número de interrupções de serviço<br />

normalmente abertos ( λ B, RD ou B, RI<br />

resultantes de avarias nos passos normalmente abertos, enquanto o funcionamento destes é<br />

requerido.<br />

O tempo médio durante o qual é requerido o funcionamento dos passos normalmente abertos, ra,<br />

é dado por:<br />

ra = ri<br />

, se B é um corte do tipo {i}<br />

r<br />

r<br />

a<br />

a<br />

ri rj<br />

= , se B é um corte do tipo {i , j}<br />

r + r<br />

i j<br />

ri rj rk<br />

=<br />

, se B é um corte do tipo {i, j, k}<br />

r r + r r + r r<br />

i j i k j k<br />

16


Teremos, então, que:<br />

( ) ( )<br />

U = U 1−<br />

P + U + U P + U<br />

B B, RD e R B, RI e R<br />

( )<br />

λ = λ + λ − λ P λ r<br />

B B, RD B, RD B, RD e R a<br />

r = U<br />

λ<br />

B B B<br />

9. Avarias activas e avarias passivas<br />

Em tudo quanto se estudou anteriormente considerou-se que um componente pode residir em 2<br />

estados: o estado de avaria e o estado de funcionamento (ver figura 5)<br />

λ<br />

F A<br />

µ = 1 / r<br />

λ - taxa de avarias<br />

r - tempo médio de reparação<br />

Fig. 5 - Componente residindo em 2 estados – Diagrama de Markov<br />

De acordo com um critério que a seguir se apresenta vamos agora dividir o estado de avaria em<br />

dois estados, que designaremos por “estado de avarias passivas, AP” e por “estado de avarias<br />

activas, AA” (ver figura 6).<br />

F<br />

µ = 1/r<br />

λ<br />

λ p<br />

λ a<br />

AP<br />

AA<br />

Fig. 6 - Componente residindo em 3 estados<br />

A figura 7 pode considerar-se equivalente à figura 6, uma vez que λ = λp +<br />

λa<br />

1/S<br />

17


F<br />

µ<br />

λ a<br />

λ p<br />

AP<br />

AA<br />

Fig. 7 - Componente residindo em 3 estados<br />

A simples análise do diagrama de Markov da figura 7 revela-nos que as acções de reparação só se<br />

iniciam no estado AP e que o estado AA é um estado transitório, entre os estados F e AP, onde o<br />

componente reside apenas durante o tempo médio S.<br />

Diz-se que um componente se encontra num estado de avaria passiva se o componente se<br />

encontra avariado e se nenhum outro componente do sistema está necessariamente fora de serviço<br />

como consequência da avaria ocorrida. Um componente encontra-se num estado de avaria activa<br />

se o componente se encontra avariado e, como consequência da avaria ocorrida, se encontram<br />

necessariamente fora de serviço outros componentes do sistema.<br />

Suponhamos, por exemplo, que num transformador se verifica uma ruptura no isolamento<br />

fazendo com que se estabeleça um circuito de baixa impedância entre um enrolamento e a terra:<br />

diremos, então, que ocorreu uma avaria no transformador. Porque se trata de uma avaria que<br />

provoca um curto-circuito existem órgãos de protecção (fusíveis ou disjuntores) que interropem a<br />

corrente de defeito abrindo os seus contactos; nestas circunstâncias verifica-se que o<br />

transformador está avariado e que os correspondentes órgãos de protecção abriram os seus<br />

contactos, encontrando-se por isso fora de serviço: diz-se, então, que o transformador se encontra<br />

activamente avariado.<br />

Antes de iniciar a acção de reparação do transformador retira-se ou isola-se este componente do<br />

sistema, deixando assim de existir um defeito no sistema. Uma vez que já não exista qualquer<br />

defeito no sistema os orgãos de protecção podem, se tal fôr conveniente, ser fechados; a partir do<br />

instante em que estes orgaõs podem ser fechados diz-se que o transformador passou a estar<br />

passivamente avariado. Ao intervalo de tempo que decorre entre o instante em que verifica a<br />

avaria e o instante em que os orgãos de protecção podem ser fechados chama-se tempo de<br />

isolamento do componente avariado; imediatamente após o tempo de isolamento é possível<br />

iniciar a acção de reparação com vista à eliminação do defeito no componente.<br />

Consideremos um outro tipo de avarias. Suponhamos que um disjuntor abre intempestivamente,<br />

por uma avaria no seu circuito de disparo.<br />

Porque como consequência da ocorrência desta avaria não há qualquer outro componente que,<br />

ainda que por pouco tempo, fique necessariamente fora de serviço, diz-se que o componente<br />

transitou directamente do estado de funcionamento para o estado de avarias passivas.<br />

Após a análise dos exemplos anteriores, aconselha-se o aluno a reexaminar as figuras 6 e 7.<br />

1/S<br />

18


10. Avarias que podem ser eliminadas por acções de isolamento<br />

Nas secções seguintes destes apontamentos adoptaremos uma notação diferenciada para os<br />

diferentes tipos de avarias:<br />

iA – componente i encontra-se activamente avariado<br />

iP – componente i encontra-se passivamente avariado<br />

iT – componente i avariado (activa ou passivamente)<br />

Consideremos, por exemplo, o seguinte corte de 2.ª ordem do tipo A: componentes i e j<br />

avariados.<br />

Obviamente, com a frase anterior, queremos significar iT e jT, ou simplesmente {iT, jT}; o<br />

acontecimento referido pode ainda traduzir-se por {i(P ou A), j(P ou A)}.<br />

É ainda evidente a seguinte igualdade:<br />

{iT, jT} = {iP, jP} ∪ {iA, jP} ∪ {iP, jA} ∪ {iA, jA}<br />

Acabamos, assim, de decompor um acontecimento de 2ª ordem em quatro acontecimentos,<br />

também de 2ª ordem.<br />

Porque os efeitos de uma avaria activa são iguais ou mais graves do que os efeitos de uma avaria<br />

passiva, poderemos concluir que: se {iP, jP} provoca a perda da carga então {iA, jP}, {iP, jA} e<br />

{iA, jA} também provocam a perda da mesma carga.<br />

A metodologia de determinação dos cortes dos tipos A e B não considera a saída de serviço de<br />

componentes como consequência de avarias em outros componentes, ou seja, apenas analisa os<br />

efeitos de avarias passivas. Contudo o exemplo anterior ajuda-nos a compreender que se {iP, jP}<br />

é um corte, então {iT, jT} também constitui um corte do sistema visto do ponto de consumo em<br />

consideração. Esta afirmação permite-nos concluir que nas expressões escritas nas secções<br />

anteriores as taxas de avarias que nelas se consideram são as taxas de avarias totais, isto é a soma<br />

das taxas de avarias passivas e activas.<br />

Do mesmo modo se nota que:<br />

{iA, jP} corte {iA, jT} corte<br />

{iP, jA} corte {iT, jA} corte<br />

Teremos assim que para avarias em dois componentes poderemos ter os seguintes tipos de cortes<br />

{iT, jT} , {iA, jT}, {iT, jA} e {iA, jA}<br />

Quer isto dizer que na definição dos cortes possíveis envolvendo dois componentes nunca<br />

aparecem avarias passivas (o mesmo é válido para cortes envolvendo um qualquer número de<br />

componentes). Daí resulta que apenas falaremos em avarias e taxa de avarias (para significar<br />

19


avarias totais e taxa de avarias totais) e em avarias activas e taxa de avarias activas, nunca nos<br />

referindo especificamente a avarias passivas nem a taxa de avrias passivas.<br />

Porque o tempo de residência de um componente no estado de avarias activas corresponde ao<br />

tempo necessário para isolar esse componente do sistema, consideraremos no modelo matemático<br />

que vamos estudar que este tempo de isolamento é sempre pequeno (< 1 hora). Desta afirmação<br />

resulta que poderemos desprezar a probabilidade de sobreposição de duas avarias activas.<br />

Estamos agora em condições de concluir que com 1, 2 ou 3 componentes poderemos ter os<br />

seguintes tipos de acontecimentos:<br />

{i T} {i A}<br />

{iT, jT} {iA, jT} , {iT , jA}<br />

{iT, jT, kT} {iA, jT, kT} , {iT , jA , kT} , {iT, jT, kA}<br />

Já aprendemos a identificar, assim como a calcular os correspondentes índices de fiabilidade dos<br />

cortes que não contêm explicitamente avarias activas.<br />

Todos os modos de avaria que compreendem explicitamente uma avaria activa podem ser<br />

eliminados isolando o componente activamente avariado. De facto, se {iA, jT}, por exemplo, é<br />

um modo de avaria (corte mínimo) tal significa que este acontecimento não contém qualquer<br />

outro acontecimento que também seja um modo de avaria; vimos já que os efeitos de {iA, jT}<br />

contêm os efeitos de {iP, jT}, logo se {iA, jT} é um modo de avaria, então {iP, jT} não pode ser<br />

um modo de avaria ou, o que é equivalente, {iT, jT} não constitui um corte de 2ª ordem do tipo A<br />

ou B. Como a transição de {iA, jT} para {iP, jT} se consegue isolando o componente i, podemos<br />

afirmar que o modo de avaria {iA, jT} pode ser eliminado isolando o componente i ou<br />

concluindo a reparação do componente j.<br />

Aos modos de avaria que podem ser eliminados por acções de isolamento vamos fazer<br />

corresponder a designação de cortes do tipo C. Sempre que um acontecimento possa,<br />

simultâneamente ser eliminado por acções de isolamento ou por acções de manobra (fecho de<br />

passos normalmente abertos) admitiremos que procedemos à sua eliminação sem recorrer aos<br />

passos normalmente abertos; este pressuposto permite-nos não considerar a submatriz dos passos<br />

normalmente abertos aquando da identificação dos cortes do tipo C.<br />

11. Identificação dos cortes mínimos do tipo C<br />

A identificação dos cortes do tipo C faz-se por simulação de avarias activas. Uma vez que<br />

consideramos desprezável a probabilidade de sobreposição de duas ou mais avarias activas<br />

limitamo-nos a simular sequencialmente, uma avaria activa em cada um dos componentes do<br />

sistema. Referimos já na secção anterior que ao identificar-se este tipo de cortes não se considera<br />

a possibilidade de restabelecimento da continuidade se serviço com recurso a passos<br />

normalmente abertos.<br />

Portanto, sempre que a seguir se fala em matriz dos passos pretendemos significar, no caso geral,<br />

matriz dos passos normalmente fechados.<br />

20


a) Identificação dos cortes do tipo C de 1ª ordem<br />

Suponhamos que estamos a simular uma avaria activa no componente i. Antes do início da<br />

simulação verifica-se se i é um corte de 1ª ordem do tipo A ou B; se fôr não se procede à<br />

simulação passando-se para a simulação de avarias no componente seguinte; se i não é um corte<br />

de 1ª ordem do tipo A ou B consideram-se fora de serviço o componente i e todos os<br />

componentes que “abrem” quando ocorre uma avaria activa no componente i ( estes componentes<br />

constituem o que se designa por zona de protecção do componente i).<br />

Conhecendo-se os componentes que estão fora de serviço pode a seguir identificar-se os passos<br />

que são interrompidos; se todos os passos forem interrompidos, então i activamente avariado (iA)<br />

é um corte de 1ª ordem do tipo C.<br />

b) Identificação dos cortes do tipo C de 2ª ordem<br />

Se ao simular uma avaria activa no componente i se verifica que apenas alguns passos são<br />

interrompidos, então divide-se matriz dos passos em duas submatrizes: a submatriz dos passos<br />

não interrompidos e a submatriz dos passos interrompidos como consequência de uma avaria<br />

activa no componente i. Identificam-se, a seguir, os cortes mínimos de 1ª ordem associados à<br />

submatriz dos passos não interrompidos; admita-se que j é um destes cortes.<br />

Se j não for um corte de 1ª ordem dos tipos A ou B e se (i, j) não constituir um corte de 2ª ordem<br />

dos tipos A ou B, então (iA,jT), constitui um corte de 2ª ordem do tipo C.<br />

c) Identificação dos cortes do tipo C de 3ª ordem<br />

Após a identificação dos cortes de 2ª ordem do tipo C identificam-se, a seguir, os cortes mínimos<br />

de 2ª ordem associados à submatriz dos passos não interrompidos pela simulação de uma avaria<br />

activa no componente i; admita-se que (j,k) é um destes cortes.<br />

Se (j,k) não for um corte de 2ª ordem dos tipos A ou B e se (i,j,k) também não for um corte de 3ª<br />

ordem dos tipos A ou B, então (iA,jT,kT) constitui um corte de 3ª ordem do tipo C.<br />

12. Cálculo dos índices de fiabilidade dos cortes do tipo C<br />

Para além das notações já introduzidas anteriormente suponha-se que:<br />

λ ai , representa a taxa de avarias activas do componente i;<br />

i<br />

S , representa o tempo de isolamento do componente i (tempo de decisão mais tempo<br />

necessário ao isolamento eléctrico).<br />

21


a) Cortes de 1.ª ordem: componente i activamente avariado {i A}<br />

De cada corte Total<br />

λ = λ λ = λ<br />

C1 ai CT1 C1<br />

r = S U = U<br />

C1 i CT1 C1<br />

U = λ S = λ r r = U λ<br />

C1 ai i C1 C1 CT1 CT1 CT1<br />

b) Cortes de 2.ª ordem: componente i activamente avariado e componente j avariado {i A, j}<br />

De cada corte Total<br />

( S ) ( r )<br />

λ = λ λ + λ λ λ = λ<br />

C 2 ai j i j ai j CT 2 C 2<br />

S r<br />

r U U<br />

n2<br />

i j<br />

C 2 = CT 2 = C 2<br />

Si + rj<br />

U = λ r r = U λ<br />

C 2 C 2 C 2 CT 2 CT 2 CT 2<br />

c) Cortes de 3.ª ordem: componente i activamente avariado e componente j e k avariados<br />

{i A, j, k}<br />

De cada corte<br />

S r S r<br />

λ = λ λ λ + λ λ λ +<br />

n1<br />

n1<br />

n2<br />

( S ) ( S )<br />

i j i k<br />

C3 ai j i k<br />

Si + rj ai k i j<br />

Si + rk<br />

r S r r<br />

λ λ λ + λ λ λ +<br />

( r ) ( r )<br />

j i j k<br />

j ai j k<br />

rj + Si j k j ai<br />

rj + rk<br />

r S<br />

λ λ λ λ λ λ<br />

k i<br />

( r ) ( r )<br />

k j<br />

k ai k j + k j k ai =<br />

rk + Si rk + rj<br />

( S r S r r r )<br />

= λ λ λ + +<br />

ai j k i j i k j k<br />

r r<br />

S r r<br />

r = U = λ r<br />

i j k<br />

C3 Si rj + Si rk +<br />

rj rk<br />

C3 C3 C3<br />

22


Total<br />

n3 n3<br />

λ = λ U = U r = U λ<br />

CT 3 C3 CT 3 C3 CT 3 CT 3 CT 3<br />

Para um sistema qualquer os índices de fiabilidade correspondentes a modos de avaria que podem<br />

ser eliminados por acções de isolamento são dados por:<br />

λ λ λ λ<br />

SI = CT1 + CT 2 + CT 3<br />

USI = UCT1 + UCT 2 + UCT<br />

3<br />

rSI = USI<br />

λSI<br />

13. Identificação de cortes mínimos do tipo D<br />

Dissemos na secção anterior que para simularmos uma avaria activa consideramos fora de serviço<br />

não só o componente cuja avaria activa se simula mas também os componentes que “abrem”<br />

quando a avaria activa ocorre.<br />

7<br />

2<br />

1<br />

3<br />

L1<br />

L2<br />

4<br />

6<br />

5<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

Fig. 8 - Esquema unifilar para identificação de cortes do tipo D<br />

23


Assim, por exemplo, ao simularmos uma avaria no componente 8 (figura 8) considera-se que os<br />

disjuntores 3 e 6 “abrem”, o que equivale a considerar fora de serviço, durante o tempo de<br />

isolamento do componente 8, os componentes 3, 6 e 8. Se estivermos a calcular os indices de<br />

fiabilidade associados à carga alimentada pelo barramento 7, facilmente se conclui que 8A<br />

constitui um corte de 1ª de ordem do tipo C.<br />

Acabada a simulação correspondente ao componente 8, passaremos a similar uma avaria activa<br />

no componente 9; a simulação de 9A equivale a considerar fora de serviço os componentes 8 e 9,<br />

verificando-se que os dois passos que alimentam o barramento 7 se mantêm inalterados: isto<br />

significa que 9A não è corte de 1ª ordem.<br />

É agora oportuno levantar-se a seguinte questão: quais as consequências da não actuação do<br />

disjuntor 8 quando ocorre uma avaria activa no componente 9? A resposta a esta pergunta passa<br />

pela consideração de um modo de avaria dos componentes já abordado aquando da identificação<br />

dos cortes do tipo B: o encravamento de componentes (tipicamente disjuntores ou seccionadores)<br />

quando solicitados a operar.<br />

Define-se probabilidade de encravamento, Pe, de um destes componentes como sendo o limite<br />

para que tende o quociente ne/ns quando ns → ∞ onde, ns representa o número de solicitações<br />

para actuar e ne representa o número de encravamentos verificados, isto é, o número de vezes que<br />

o componente não actuou tendo sido solicitado a actuar ns vezes.<br />

Se o componente 8 não actua (não abre) quando ocorre uma avaria activa no componente 9<br />

actuarão os componentes que protegem o componente 8, ou seja, actuarão os componentes 3 e 6.<br />

Verifica-se assim que quando a uma avaria activa do componente 9 se sobrepõe o encravamento<br />

do disjuntor 8 há perda de continuidade de serviço para o barramento 7, uma vez que os<br />

disjuntores 3 e 6 “abrem”.<br />

A duração deste modo de avaria corresponde ao tempo de isolamento do transformador 9; tratase,<br />

portanto, de um modo de avaria que pode ser eliminado por uma acção de isolamento, embora<br />

causada pelo encravamento de um componente. A este tipo de modos de avaria, causados por<br />

encravamento de um orgão de protecção mas que podem ser eliminados por acções de<br />

isolamento, fazemos corresponder um tipo de cortes, que designaremos por cortes do tipo D.<br />

A identificação dos cortes do tipo D faz-se simultâneamente com a identificação dos cortes do<br />

tipo C. É fácil concluir-se que não existem cortes de 1ª ordem do tipo D, uma vez que este tipo de<br />

cortes envolve, pelo menos, dois componentes: o componente activamente avariado e o<br />

componente encravado.<br />

a) Identificação dos cortes do tipo D de 2ª ordem<br />

Suponhamos, no que se segue, que a “zona de protecção” do componente i é definida pelos<br />

componentes (k,l,m), que a zona de protecção do componente k é definida por (k1, k2, k3), a do<br />

componente 1 por (l1, l2, l3) e a do componente m por (m1, m2, m3).<br />

Admitamos ainda que estamos a simular uma avaria activa no componente i; já afirmamos<br />

anteriormente que só fazíamos esta simulação se i não for um corte de 1ª ordem dos tipos A ou B.<br />

24


Se iA não for um corte de 1ª ordem do tipo C, isto é, se os componentes (i, k, l, m) fora de<br />

serviço não interromperem todos os passos, passaremos à pesquisa dos cortes, do tipo D de 2ª<br />

ordem definidos por iA e por um qualquer dos componentes k, l ou m encravados. Simularemos,<br />

portanto, os seguintes acontecimentos:<br />

iA, kE<br />

iA, lE<br />

iA, mE<br />

se e só se i não for um corte dos tipos A ou B, e iA não for um corte do tipo C.<br />

A simulação de (iA, kE) corresponde à saída de serviço dos componentes (i, k1, k2, k3, l, m); do<br />

mesmo modo a simulação de (iA,lE) e (iA, mE) corresponde à saída de serviço dos componentes<br />

(i, k, l1, l2, l3, m) e (i, k, l, m1, m2, m3), respectivamente. A cada uma das simulações atrás<br />

referidas corresponde a saída de serviço de um conjunto de componentes facilmente identificável;<br />

se em qualquer destas simulações todos os passos forem interrompidos conclui-se que o<br />

acontecimento que lhe está associado é um corte de 2ª ordem do tipo D.<br />

b) Identificação dos cortes do tipo D de 3ª ordem<br />

Suponhamos que fomos conduzidos à simulação de (iA, kE) e que a saída de serviço dos<br />

componentes (i, k1, k2, k3, l, m) não interrompe todos os passos de alimentação da carga, isto é<br />

(iA, kE) não é um corte de 2ª ordem do tipo D. Nestas circunstâncias deveremos identificar, a<br />

seguir, os cortes de 1ª ordem associados aos passos que não foram interrompidos pela simulação<br />

de (iA, kE).<br />

Se (p) for um destes cortes e se (p) não constituir um corte de 1ª ordem dos tipos A ou B, então<br />

(iA, kE, pT) constitui um corte de 3ª ordem do tipo D.<br />

14. Cálculo dos índices de fiabilidade dos cortes do tipo D<br />

a) Cortes de 2.ª ordem: componente i activamente avariado e componente k encravado<br />

{i A, k E}<br />

De cada corte Total<br />

λ = λ P<br />

λ = λ<br />

D2 ai ek DT 2 D2<br />

r = S U = U<br />

D2 i DT 2 D2<br />

U = λ S = λ r r =<br />

U λ<br />

D2 ai i D2 D2 DT 2 DT 2 DT 2<br />

n2<br />

n2<br />

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) Cortes de 3.ª ordem: componente i activamente avariado, componente k encravado e<br />

componente p avariado{i A, k E, pT}<br />

De cada corte Total<br />

( ) ( )<br />

λ = λ P λ S + λ λ P r λ = λ<br />

D3 ai ek p i p ai ek p DT 3 C3<br />

S r<br />

r U U<br />

n3<br />

i p<br />

D3 = DT 3 = D3<br />

Si + rp<br />

U = λ r r = U λ<br />

D3 D3 D3 DT 3 DT 3 DT 3<br />

Do mesmo modo que para os outros tipos de cortes poderemos agora escrever os índices de<br />

fiabilidade correspondentes aos modos de avaria causados por um componente encravado e que<br />

podem ser eliminados por uma acção de isolamento<br />

λ = λ + λ<br />

SE DT 2 DT 3<br />

U = U + U<br />

SE DT 2 DT 3<br />

r = U<br />

λ<br />

SE SE SE<br />

15. Cálculo dos índices de fiabilidade do sistema<br />

Nas secções anteriores apresentamos a lógica e as expressões que nos permitem identificar os<br />

modos de avaria de um sistema visto de um ponto de consumo (nó carga) e calcular os<br />

correspondentes índices de fiabilidade.<br />

Conhecidos os índices de fiabilidade totais para os cortes dos tipos A, B, C e D, os índices de<br />

fiabilidade globais para o nó carga em análise, λ s , s U e rs serão:<br />

λ λ λ λ λ<br />

n3<br />

S = SR + SF + SI + SE<br />

US = USR + USF + USI + USE<br />

rS = US<br />

λS<br />

onde, λ s é a taxa de saídas de serviço, s U a indisponibilidade e rs o tempo médio de reposição do<br />

serviço do sistema, para o nó carga em análise.<br />

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Note-se que em todas as expressões apresentadas se supôs que as taxas de avarias totais e activas,<br />

os tempos médios de reparação e os tempos médios de isolamento dos componentes estão<br />

expressos em unidades coerentes, por exemplo, as taxas em (ano -1 ) e os tempos médios em (ano).<br />

Neste caso os valores resultantes para os índices de fiabilidade dos diversos modos de avaria<br />

(parciais ou totais) e os índices de fiabilidade do sistema virão expressos nas mesmas unidades,<br />

ou seja, as taxas em (ano -1 ) e os tempos médios em (ano), sendo os valores das indisponibilidades<br />

adimensionais.<br />

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