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Origem e dispersão Cientificamente denominada Malpighia glabra L., a acerola é originária do Mar das Antilhas, Norte da América do Sul e América Central, tendo sido introduzida no Nordeste do Brasil em 1955, procedente de Porto Rico, onde ainda hoje é intensamente cultivada. O cultivo em escala comercial dessa frutífera desenvolveuse em algumas regiões tropicais e subtropicais do continente americano (Caribe, América Central, Estados Unidos e Norte da América do Sul) e em alguns países onde o consumo é elevado, como o Japão. A partir da década de oitenta, com a crescente demanda do mercado externo, a acerola passou a ter importância comercial no Brasil, onde existem plantios comerciais de pequeno e médio porte instalados na maioria dos estados. Propagação A planta da acerola é um arbusto rústico, cuja propagação pode ser realizada por semente (via sexuada) ou assexuadamente, através de métodos como estaquia, alporquia, mergulhia e enxertia. A propagação da acerola por sementes apresenta muitas desvantagens, tais como: segregação hereditária, baixa taxa de germinação (em média 25%), entre outras. O seu cultivo por semente pode ser feito em canteiros. As sementes são extraídas de frutos, de preferência bem maduros, lavadas e secas à sombra. A semeadura é feita em sulcos distanciados de 20 cm um do outro e a uma profundidade de 1 cm. A germinação ocorre entre 20 e 25 dias e o transplante (repicagem) para sacos plásticos deve ser feito quando a plântula apresentar de 10 a 15 cm. O processo de propagação assexuada é o mais eficaz, principalmente quando se quer assegurar as características desejáveis de plantas selecionadas. Dentre os métodos existentes, a estaquia é o mais recomendado, pelo rendimento que oferece. Devem-se utilizar estacas herbáceas ou semilenhosas, com dois pares de folhas e dois internódios, medindo cerca de 1cm de diâmetro por 15 a 20 cm de comprimento. Para apressar o enraizamento, recomenda-se tratar a base da estaca com hormônios enraizadores à base de ácido endolbutílico. Fruto com larvas de moscas-das-frutas. A acerola desenvolve-se bem em clima tropical e subtropical. Temperaturas médias em torno de 26 °C e chuvas variando de 1.200 a 1.600 mm, bem distribuídas, são ideais para a cultura. O seu cultivo pode ser feito em quase todos os tipos de solo, devendo-se preferir, no entanto, os solos profundos, argilo-arenosos, de boa fertilidade e drenagem satisfatória. Plantio e frutificação O espaçamento recomendado para a cultura, entre plantas, é de 5 x 4 m (500 plantas/ha). Adubações orgânica e mineral, no ato do plantio, favorecem bastante o desenvolvimento inicial da muda. Após o plantio, geralmente feito em covas de 30 x 30 x 30 cm, a muda deve ser tutorada. No 1° e no 2° ano é necessário manter o solo limpo e úmido, o que pode ser feito com cobertura morta. Também, deve-se fazer desbrotas até 0,5 m de altura, para a formação de um tronco único e para facilitar a colheita. A frutificação da acerola inicia-se no 1° ano após o plantio, chegando a produzir de quatro a sete colheitas por ano. A média de produção varia de 2 kg no primeiro ano a 47 kg no sexto ano. Caso seja irrigada, produz o ano todo, com uma pequena paralisação após as chuvas. Tratos culturais e adubação Os principais cuidados com a acerola são: manter o solo livre de mato, efetuar irrigação nos períodos secos e, para arejar a parte interna da copa, fazer a poda dos ramos excessivos. No primeiro ano, a planta de acerola deve ser adubada com uréia (300 g/planta), superfosfato simples (400 g/planta) e cloreto de potássio (300 g/planta). A partir do 2° ano, iniciada a frutificação, aplicar por planta 600 g a 1.000 g de uréia, 700 g de superfosfato simples e 400 g de cloreto de potássio. Em ambos os casos, a adubação deve ser dividida em duas aplicações, metade da dose no início das chuvas e a outra no fim do período chuvoso. A aplicação deve ser feita em faixas circulares, distantes 20 a 40 cm do tronco (conforme a idade da planta, estendendo-se até a projeção da extremidade da copa). Caso seja irrigada, fazer fertirrigação manual com potássio e uréia. Pragas As principais pragas de importância econômica da aceroleira são: Pulgões - são insetos sugadores que vivem em colônias sob as folhas, ramos, brotações e em frutos. As folhas ficam encarquilhadas e, em infestações severas, há formação de fumagina nas folhas, reduzindo a fotossíntese e a produção da planta. Cochonilhas - são insetos sugadores que vivem espalhados pelos ramos e brotações da planta. Em infestações severas há formação de fumagina, reduzindo drasticamente a produção da planta. Percevejos - são insetos que atacam os frutos causando deformações e/ou lesões e provocando a sua queda. Os adultos pertencem a várias espécies e medem entre 14 a 20 mm de comprimento por cerca de 5 mm de largura.

Origem e dispersão<br />

Cientificamente denominada Malpighia glabra L., a <strong>acerola</strong><br />

é originária do Mar das Antilhas, Norte da América do Sul e<br />

América Central, tendo sido introduzida no Nordeste do<br />

Brasil em 1955, procedente de Porto Rico, onde ainda hoje<br />

é intensamente cultivada.<br />

O cultivo em escala comercial dessa frutífera desenvolveuse<br />

em algumas regiões tropicais e subtropicais do<br />

continente americano (Caribe, América Central, Estados<br />

Unidos e Norte da América do Sul) e em alguns países<br />

onde o consumo é elevado, como o Japão. A partir da<br />

década de oitenta, com a crescente demanda do mercado<br />

externo, a <strong>acerola</strong> passou a ter importância comercial no<br />

Brasil, onde existem plantios comerciais de pequeno e<br />

médio porte instalados na maioria dos estados.<br />

Propagação<br />

A planta da <strong>acerola</strong> é um arbusto rústico, cuja propagação<br />

pode ser realizada por semente (via sexuada) ou<br />

assexuadamente, através de métodos como estaquia,<br />

alporquia, mergulhia e enxertia.<br />

A propagação da <strong>acerola</strong> por sementes apresenta muitas<br />

desvantagens, tais como: segregação hereditária, baixa<br />

taxa de germinação (em média 25%), entre outras. O seu<br />

cultivo por semente pode ser feito em canteiros. As<br />

sementes são extraídas de frutos, de preferência bem<br />

maduros, lavadas e secas à sombra. A semeadura é<br />

feita em sulcos distanciados de 20 cm um do outro e a uma<br />

profundidade de 1 cm. A germinação ocorre entre 20 e 25<br />

dias e o transplante (repicagem) para sacos plásticos deve<br />

ser feito quando a plântula apresentar de 10 a 15 cm.<br />

O processo de propagação assexuada é o mais eficaz,<br />

principalmente quando se quer assegurar as características<br />

desejáveis de plantas selecionadas. Dentre os métodos<br />

existentes, a estaquia é o mais recomendado, pelo<br />

rendimento que oferece.<br />

Devem-se utilizar estacas herbáceas ou semilenhosas, com<br />

dois pares de folhas e dois internódios, medindo cerca de<br />

1cm de diâmetro por 15 a 20 cm de comprimento. Para<br />

apressar o enraizamento, recomenda-se tratar a base da<br />

estaca com hormônios enraizadores à base de ácido<br />

endolbutílico.<br />

Fruto com larvas de moscas-das-frutas.<br />

A <strong>acerola</strong> desenvolve-se bem em clima <strong>tropical</strong> e<br />

sub<strong>tropical</strong>. Temperaturas médias em torno de 26 °C e<br />

chuvas variando de 1.200 a 1.600 mm, bem<br />

distribuídas, são ideais para a cultura.<br />

O seu cultivo pode ser feito em quase todos os tipos de<br />

solo, devendo-se preferir, no entanto, os solos<br />

profundos, argilo-arenosos, de boa fertilidade e<br />

drenagem satisfatória.<br />

Plantio e frutificação<br />

O espaçamento recomendado para a cultura, entre plantas,<br />

é de 5 x 4 m (500 plantas/ha).<br />

Adubações orgânica e mineral, no ato do plantio, favorecem<br />

bastante o desenvolvimento inicial da muda. Após o plantio,<br />

geralmente feito em covas de 30 x 30 x 30 cm, a muda<br />

deve ser tutorada. No 1° e no 2° ano é necessário manter<br />

o solo limpo e úmido, o que pode ser feito com cobertura<br />

morta. Também, deve-se fazer desbrotas até 0,5 m de<br />

altura, para a formação de um tronco único e para facilitar a<br />

colheita.<br />

A frutificação da <strong>acerola</strong> inicia-se no 1° ano após o plantio,<br />

chegando a produzir de quatro a sete colheitas por ano. A<br />

média de produção varia de 2 kg no primeiro ano a 47 kg<br />

no sexto ano. Caso seja irrigada, produz o ano todo, com<br />

uma pequena paralisação após as chuvas.<br />

Tratos culturais e adubação<br />

Os principais cuidados com a <strong>acerola</strong> são: manter o solo<br />

livre de mato, efetuar irrigação nos períodos secos e, para<br />

arejar a parte interna da copa, fazer a poda dos ramos<br />

excessivos.<br />

No primeiro ano, a planta de <strong>acerola</strong> deve ser adubada com<br />

uréia (300 g/planta), superfosfato simples (400 g/planta) e<br />

cloreto de potássio (300 g/planta).<br />

A partir do 2° ano, iniciada a frutificação, aplicar por planta<br />

600 g a 1.000 g de uréia, 700 g de superfosfato simples e<br />

400 g de cloreto de potássio.<br />

Em ambos os casos, a adubação deve ser dividida em<br />

duas aplicações, metade da dose no início das chuvas e a<br />

outra no fim do período chuvoso. A aplicação deve ser feita<br />

em faixas circulares, distantes 20 a 40 cm do tronco<br />

(conforme a idade da planta, estendendo-se até a projeção<br />

da extremidade da copa). Caso seja irrigada, fazer<br />

fertirrigação manual com potássio e uréia.<br />

Pragas<br />

As principais pragas de importância econômica da<br />

aceroleira são:<br />

Pulgões - são insetos sugadores que vivem em<br />

colônias sob as folhas, ramos, brotações e em frutos. As<br />

folhas ficam encarquilhadas e, em infestações severas,<br />

há formação de fumagina nas folhas, reduzindo a<br />

fotossíntese e a produção da planta.<br />

Cochonilhas - são insetos sugadores que vivem<br />

espalhados pelos ramos e brotações da planta. Em<br />

infestações severas há formação de fumagina,<br />

reduzindo drasticamente a produção da planta.<br />

Percevejos - são insetos que atacam os frutos<br />

causando deformações e/ou lesões e provocando a sua<br />

queda. Os adultos pertencem a várias espécies e<br />

medem entre 14 a 20 mm de comprimento por cerca de<br />

5 mm de largura.


Cigarrinhas - são insetos sugadores que medem cerca<br />

de 10 mm de comprimento. Apresentam coloração<br />

marrom-ferrugem com as nervuras das asas salientes e<br />

esverdeadas. As fêmeas colocam os ovos nos ramos e<br />

nos pedúnculos dos frutos, em massas de quase 100<br />

ovos, envoltas por uma substância coletérica de cor<br />

marrom-acinzentada. As ninfas, também, sugam a seiva.<br />

Em infestações elevadas, atrasam o desenvolvimento da<br />

planta, provocando a queda dos frutos e danificando os<br />

brotos terminais.<br />

Moscas-das-frutas - o adulto é uma mosca que mede de 4<br />

a 5 mm de comprimento. O tórax é preto e o abdômen<br />

amarelo, com duas listras transversais amareladas.<br />

Em aceroleira, a espécie mais importante é a mosca-domediterrâneo.<br />

As fêmeas adultas põem os ovos nos frutos e<br />

as larvas destroem a polpa, tornando-a imprestável para o<br />

consumo "in natura" ou para o processamento industrial.<br />

As moscas preferem frutos maduros.<br />

A ocorrência de pragas na aceroleira é<br />

preocupante, devido a sua alta capacidade produtiva<br />

(várias floradas por ano) e à desuniformidade na<br />

produção, o que dificulta o controle e favorece o<br />

aumento e a densidade populacional da praga. Como<br />

ainda não existem produtos registrados para o controle<br />

de pragas, o controle químico tem sido feito de forma<br />

independente por parte dos produtores, com riscos de<br />

intoxicação dos aplicadores e presença de resíduos<br />

químicos prejudiciais aos consumidores e ao meio<br />

ambiente.<br />

Colheita e pós-colheita<br />

A colheita da <strong>acerola</strong> deve ser manual e diária, devido à<br />

fragilidade do fruto, ao rápido amadurecimento, e<br />

também ao fato de que flores, botões, frutos imaturos<br />

estão presentes na mesma planta, ao mesmo tempo que<br />

os frutos maduros. Devem-se usar caixas rasas e<br />

forradas com espuma. O colhedor deve usar proteção<br />

para os braços e o pescoço.<br />

O principal indicador do ponto de colheita da <strong>acerola</strong> é a<br />

cor vermelha, quando o fruto ainda está firme, se o<br />

destino for o consumo de fruta fresca ou produção de<br />

polpa ou suco.<br />

Em pomares propagados por semente, é comum<br />

encontrarem-se <strong>acerola</strong>s amarelas, porém essas não<br />

são bem aceitas no mercado.<br />

Se o destino da <strong>acerola</strong> for a indústria farmacêutica ou<br />

de concentrados para o enriquecimento de alimentos,<br />

ela deve ser colhida mais cedo, quando o teor de<br />

vitamina C é mais alto (fruto verde, verde-amarelado ou<br />

no início da pigmentação vermelha).<br />

O uso de refrigeração é essencial para evitar a<br />

deterioração rápida da <strong>acerola</strong>. Não se deve usar,<br />

porém, temperatura inferior a 7-8 °C e umidade relativa<br />

inferior a 90%.<br />

O mercado para <strong>acerola</strong> fresca é restrito devido a sua<br />

alta perecibilidade, mas, embalada em bandejas<br />

pequenas recobertas com filme plástico do tipo de uso<br />

doméstico, ela pode ser conservada por até oito dias<br />

sob refrigeração.<br />

O congelamento é uma alternativa para conservar a<br />

<strong>acerola</strong> por mais tempo. Deve ser feito o mais<br />

rapidamente possível para evitar alteração de cor<br />

durante o armazenamento. Recomenda-se o préresfriamento<br />

para diminuir o tempo de congelamento.<br />

Texto e Fotos Raimundo Braga Sobrinho,<br />

Clódion Torres Bandeira,<br />

Ricardo Elesbão Alves<br />

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária<br />

Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />

Rua Dra. Sara Mesquita 2270 Pici 60511-110 Fortaleza - Ceará<br />

Telefone (0xx85) 299.1800 Fax (0xx85) 299.1833<br />

www.cnpat.embrapa.br<br />

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,<br />

PECUÁRIA E ABASTECIMENTO<br />

GOVERNO<br />

FEDERAL<br />

Trabalhando em todo o Brasil<br />

Impressão: nov./2001 Tiragem: 1.000<br />

Acerola<br />

A <strong>cereja</strong> <strong>tropical</strong><br />

A <strong>cereja</strong> <strong>tropical</strong>

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