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14.04.2013 Views

4.3 Senescência, Abscisão, Emissão de Folhas e de Ramos Folhas e várias estruturas reprodutivas das plantas caem por abscisão natural, por fatores mecânicos ou pela combinação dos dois. As plantas, durante seu curso de desenvolvimento, perdem sistemas inteiros de órgãos através de senescência, abscisão e cessamento da atividade meristemática em tecidos somáticos – esses são exemplos de “decisões de vida ou de morte feitas pelas plantas durante seus ciclos de vida” (BLEECKER; PATTERSON, 1997). Durante a condução do experimento, constatou-se que todos os clones de cajazeira são caducifólios, perdem anualmente todas as folhas, com início da abscisão foliar em julho e término em outubro, período dentro da estação seca do ano (Figura 6). Assim, a cajazeira é uma planta de crescimento periódico, cujas folhas caem antes da abertura das gemas, ficando a árvore inteiramente desfolhada por algumas semanas, de modo semelhante ao que ocorre com outras espécies de plantas lenhosas (LONGMAN; JENIK, 1974 apud KRAMER; KOZLOWSKI, 1979). FIGURA 6 – Plantas enxertadas de cajazeira, totalmente desfolhadas, em fase de repouso vegetativo, aos 55 meses de idade. Limoeiro do Norte, CE, 2005. A senescência e a abscisão de todas as folhas da cajazeira a deixa com os ramos totalmente expostos à radiação solar. Como nessa época ocorrem altas temperaturas e intensa radiação solar, tais estruturas necessitam ser caiadas para se evitarem queimaduras e formação de ulcerações, já que a superfície branca reflete os raios solares. Além das folhas, notou-se que uma considerável quantidade de ramos dos clones de cajazeira entra em senescência anualmente. A maioria desses ramos surge na parte interna da copa de gemas da porção mediana dos caules principais. Inicialmente, esses ramos cessam seu crescimento; em 59

seguida, secam e morrem. Na base da gema de onde brotaram, forma-se um nó, que gradualmente engolfa o ramo, o qual posteriormente desprende-se do caule e cai. Segundo indicação no texto de Kramer e Kozlowski (1979), senescência de ramos laterais pode ocorrer a partir de dois mecanismos distintos: abscisão verdadeira de ramos – através de processos fisiológicos similares aos da abscisão foliar – e poda natural – através da morte de ramos, mas sem a formação de uma zona de abscisão. É provável que ambos os processos estejam envolvidos na cajazeira. Na Figura 7, constata-se que os fluxos de emissão de órgãos vegetativos (ramos, folíolos e folhas) e reprodutivos (panículas, flores e frutos) da cajazeira concentram-se no período de novembro a janeiro. De fevereiro a março, primeira metade do período chuvoso, há uma diminuição acentuada de emissão de órgãos, com cessação no final de março. A partir de então, ocorre apenas o complemento do desenvolvimento dos ramos, folhas e frutos. A cajazeira, como grande parte das plantas do semi-árido, tem a diferenciação de gemas e emissão simultânea de brotações vegetativas e floríferas no período seco do ano (DUQUE, 1980). FIGURA 7 – Emissão e desenvolvimento de brotações, folhas e flores de clones enxertados de cajazeira, no período de novembro a março, em três ciclos (2002/3; 2003/4 e 2004/5). Limoeiro do Norte, CE, 2005. 60

4.3 Senescência, Abscisão, Emissão de Folhas e de Ramos<br />

Folhas e várias estruturas reprodutivas das plantas caem por abscisão natural, por<br />

fatores mecânicos ou pela combinação dos dois. As plantas, durante seu curso de<br />

desenvolvimento, perdem sistemas inteiros de órgãos através de senescência, abscisão e<br />

cessamento da atividade meristemática em tecidos somáticos – esses são exemplos de<br />

“decisões de vida ou de morte feitas pelas plantas durante seus ciclos de vida” (BLEECKER;<br />

PATTERSON, 1997).<br />

Durante a condução do experimento, constatou-se que todos os clones de cajazeira<br />

são caducifólios, perdem anualmente todas as folhas, com início da abscisão foliar em julho e<br />

término em outubro, período dentro da estação seca do ano (Figura 6). Assim, a cajazeira é<br />

uma planta de crescimento periódico, cujas folhas caem antes da abertura das gemas, ficando<br />

a árvore inteiramente desfolhada por algumas semanas, de modo semelhante ao que ocorre<br />

com outras espécies de plantas lenhosas (LONGMAN; JENIK, 1974 apud KRAMER;<br />

KOZLOWSKI, 1979).<br />

FIGURA 6 – Plantas enxertadas de cajazeira, totalmente desfolhadas, em fase de repouso<br />

vegetativo, aos 55 meses de idade. Limoeiro do Norte, CE, 2005.<br />

A senescência e a abscisão de todas as folhas da cajazeira a deixa com os ramos<br />

totalmente expostos à radiação solar. Como nessa época ocorrem altas temperaturas e intensa<br />

radiação solar, tais estruturas necessitam ser caiadas <strong>para</strong> se evitarem queimaduras e formação<br />

de ulcerações, já que a superfície branca reflete os raios solares. Além das folhas, notou-se<br />

que uma considerável quantidade de ramos dos clones de cajazeira entra em senescência<br />

anualmente. A maioria desses ramos surge na parte interna da copa de gemas da porção<br />

mediana dos caules principais. Inicialmente, esses ramos cessam seu crescimento; em<br />

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