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O presente trabalho tem como objetivo caracterizar o crescimento vegetativo<br />
(altura de planta, perímetro dos caules do porta-enxerto e do enxerto, formato da copa, épocas<br />
de emissão e abscisão foliar) e a atividade reprodutiva (épocas de floração, frutificação e<br />
produção de frutos) de combinações de copas de cajazeira enxertadas sobre porta-enxertos de<br />
pé franco de umbuzeiro e da própria cajazeira, estabelecidos em cultivo organizado na<br />
chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte, CE.<br />
2. REVISÃO DE LITERATURA<br />
2.1. Importância Econômica da Cajazeira<br />
A cajazeira é uma árvore frutífera tropical lenhosa, ainda em domesticação. Tem<br />
porte alto, folhas caducas e tronco revestido por casca grossa e rugosa que esgalha e ramifica<br />
na parte terminal, o que confere um porte alto à planta. A copa é ampla, vistosa e imponente<br />
quando em fase de floração e frutificação (SOUZA; BLEICHER, 2002).<br />
Os frutos da cajazeira são nuculânios perfumados com mesocarpo carnoso,<br />
amarelo de sabor agridoce, contendo carotenóides, açúcares, vitaminas A e C (BARROSO et<br />
al., 1999). Utilizam-se cajás na confecção de polpas, sucos, picolés, sorvetes, néctares e<br />
geléias de excelente qualidade e elevado valor comercial (SOUZA, 2000). Isso, aliado à<br />
descoberta das propriedades medicinais antibacteriana e antiviral (Ajao; Shonukan; Femi-<br />
Onadeko, 1985) dos taninos encontrados no extrato dos ramos e das folhas, poderá aumentar<br />
ainda mais a exploração agroindustrial da espécie.<br />
No Norte e Nordeste do Brasil, a forma de exploração dos frutos da cajazeira é<br />
extrativista (Sampaio, 2002) – os frutos são colhidos de árvores encontradas de forma<br />
espontânea nas matas de terra firme e várzeas e subespontânea em quintais e pomares<br />
domésticos (SOUZA, 1988). Essa forma de exploração e a sazonalidade de produção são<br />
responsáveis pela baixíssima oferta de frutos e pela demanda insatisfeita durante todo o ano,<br />
sendo estes os principais problemas <strong>para</strong> as agroindústrias que são obrigadas a demitir os<br />
empregados, e ficam ociosas durante vários meses do ano.<br />
Como o extrativismo é a principal atividade econômica dos povos da floresta,<br />
Ruíz et al. (1997) entrevistaram moradores das Reservas Extrativistas Chico Mendes e Alto<br />
Juruá, no Acre, e estes mencionaram utilizar 158 espécies de plantas. Dessas, 20 foram<br />
citadas por mais de 40% dos entrevistados, dentre as quais a cajazeira (S. mombin), usada<br />
como alimento, bebida e remédio, portanto com potencial de uso doméstico e comercial. Em<br />
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