Ano 3 Ed 031 Nov 2002 - Colégio Pena Branca

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -1-
Jornal de Umbanda Sagrada
Ano III nº31 Distribuição Gratuita São Paulo, Novembro de 2002

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -2-
Jornal de Umbanda Sagrada
Muito mais que um jornal - A sua religião em fascículos...
Editorial
Irmãos Umbandistas e simpatizantes todas as
religiões tem o objetivo de religar a Deus!!! No
eterno retorno o qual todos estamos destinados.
As trevas não são eternas, pois dependem do
homem, a Luz reside na presença do Criador.
Deus está em todas as religiões as trevas estão
em alguns homens dentro e fora destas. Esperamos
levar a todos o que de melhor temos para
dar, que cada letra seja veiculo de luz, que estas
folhas de papel sejam o ouro da espiritualidade
que é o amor de Oxum, que a fé de Oxalá transpire
por cada folículo de celulose levando o
conhecimento, para que com o tempo se transforme
em sabedoria espiritual!!!
A semeadura é livre...
A colheita é obrigatória... Equipe JUS
Curso de Manipulação
de Ervas
Uso Religioso e Ritualístico
Ministrado por Adriano Camargo
História das Ervas e Condimentos
As Ervas e os Orixás
Ervas e suas Propriedades
Banhos, defumações e Fumos
Os seres da Natureza Vegetal
As Ervas de Poder
As Forças Mágicas Vegetais
Duração: 4 encontros semanais de 2 hora
Curso Prático e Apostilado
Rayo Dourado: 5081-7878 (Vila Mariana)
Arcanjo Miguel: 3168-7151(Itaim-bibi)
e no ABC: 4337-7967
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Comunicação e Publicidade
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Fone/Fax - (14) 227-9193
Acesse o site
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O Jornal de Umbanda Sagrada
é uma obra filantrópica sem fins
lucrativos, cuja missão é contribuir
para o engrandecimento da
religião, divulgando material teológico
e unificando a comunidade
Umbandista.
Agradecimento pela
Capa
Agradecemos ao médium, e artista,
Miguel Fonseca e Vera Lúcia de
Carvalho por ter pictografado todas
as imagens que tem acompanhado as
capas deste informativo.
telefones para contato:
(24) 2485-2053 (11) 5081-7878
Cursos:
Doutrina Umbandista
por Mãe Monica
Formação de Ogãs (atabaque)
por Ogã Jorge
Curso de Ervas
por Pai Marcelo
Rua São José das Espinharas, 552 - São Paulo –
SP - Vila Industrial - Tel. 61093569
PORTAL DO CONHECIMENTO
Oferece Cursos de:
TARÔ: Descubra os mistérios das 78 lâminas das
cartas de Tarô assim como suas interpretações
e métodos de tiragem.
BARALHO CIGANO: Interpretação do baralho,
magias e encantamentos Ciganos, Astrologia Cigana, Numerologia
Cigana, Oração de Santa Sara,
Ervas Ciganas, Banhos e muito mais...
CURSOS APOSTILADOS E INDIVIDUAIS
(1 aluno por aula)
FACILITADORA: CRISTINA AQUINO
TERAPEUTA, TARÓLOGA E NUMERÓLOGA
TELEFONE : 4356-6739
EXPEDIENTE:
São Paulo - Capital:
Diretor :Alexandre Cumino;
Tel: (11) 5686 2004
e-mail: alexandrecumino@uol.com.br
Endereço: Rua Francisco Teles Dourado, 111
Jardim Prudência - São Paulo - SP CEP. 04649-040
Redação: Christiane A. Branco Pastor;
e-mail: serpentedourada@uol.com.br
Revisão: Alexandre Cumino;
Baurú:
Diretores: Rodrigo Queiróz e Ricardo Barreira;
Tel: (14) 227 9193
e-mail: jus7@bol.com.br
Endereço: Rua Monsenhor Claro, 3-53
Centro - Bauru - SP
Grande ABC:
Diretores: Adriano Camargo e Andréia Contó
Tel: (11) 4337 7967
e-mail: windness@bol.com.br
Endereço: Rua João Santiago, 61
Nova Petrópolis - São Bernardo do Campo - SP
Jornalistas Responsáveis:
Marcio Pugliesi, MTB: 33888
Wagner Veneziani Costa, MTB:35032
Alessandro Sani de Andrade;
Colaboradores:
Miguel Batista, Ivete Furlan, Monica Berezutchi,
Marcelo Berezutchi
Tiragem: 10.000
Força do Luar
Umbanda e Candomblé
Próximo ao Metrô Belém
Artigos Religiosos Esotéricos e
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tel:(1)292-7933
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Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -3-
Um menino entra na lojinha de animais e
pergunta o preço dos filhotes à venda.
- Entre 30 e 50 dólares, respondeu o
dono.
O menino puxou uns trocados do bolso e
disse:
- Mas, eu só tenho 3 dólares...
- Poderia ver os filhotes?
O dono da loja sorriu e chamou Lady, a
mãe dos cachorrinhos, que veio correndo,
seguida de cinco bolinhas de pêlo.
Um dos cachorrinhos vinha mais atrás,
com dificuldade, mancando de forma visível.
O menino apontou aquele cachorrinho e
Lições de Vida
perguntou:
- O que é que há com ele?
O dono da loja explicou que o veterinário
tinha examinado e descoberto que ele
tinha um problema na junta do quadril
- mancaria e andaria devagar para sempre.
O menino se animou e disse com enorme
alegria no olhar:
- Esse é o cachorrinho que eu quero
comprar!
O dono da loja respondeu:
- Não, você não vai querer comprar esse.
Se
quiser realmente ficar com ele, eu lhe
dou de presente.
O menino emudeceu e, com os olhos marejados
de lágrimas, olhou firme para o
dono da loja e falou:
- Eu não quero que você o dê para mim.
Aquele cachorrinho vale tanto quanto
qualquer um dos outros e eu vou pagar
tudo. Na verdade, eu lhe dou 3 dólares
agora e 50 centavos por mês, até completar
o preço total. Surpreso, o dono da
Templo Escola
A CASA DOS SAGRADOS ORIXÁS
1º Módulo: Prático e teórico-iniciático, onde se trabalha o auto-conhecimento e procedimentos religiosos do Ritual de
Umbanda Sagrada tais como: Defumação, Inscrições Banhos, Pontos Abertas Cantados, para guias, o Sincretismo, Curso consciência mediúnica, linhas de
trabalho e etc...
2º Módulo: “Teogonia de Umbanda Sagrada”, Estudo das divindades da Umbanda Sagrada
Conhecimentos do duplo etérico (Campo Mediúnico), chácras, força prânica, trabalho de cura de espíritos sofredores,
aulas práticas, transporte e descarrego...
Equilibrio do ambiente e pessoal com o professor Adalberto Mansour
Telefone: (11) 5594-0024
Rua General Camisão nº 73 (Travessa da Rua Carneiro da Cunha)
Próximo da Av. Jabaquara, estação Saúde do Metrô
loja contestou:
- Você não pode querer realmente comprar
este cachorrinho. Ele nunca vai
poder correr, pular e brincar com você e
com os outros cachorrinhos.
O menino ficou muito sério, acocorou-se
e levantou lentamente a perna esquerda
da calça, deixando à mostra a prótese
que usava para andar... Olhou bem para o
dono da loja e respondeu:
- Veja... não tenho uma perna... Eu não
corro
muito bem e o cachorrinho vai precisar
de alguém que entenda isso.
Às vezes desprezamos as pessoas com
que convivemos todos os dias, por causa
dos seus “defeitos”, quando na verdade
somos tão iguais ou pior do que elas.
Desconsideramos que essas mesmas pessoas
precisam apenas de alguém que as
compreendam e as amem, não pelo que
elas poderiam fazer, mas pelo que realmente
são. Amar a todos é difícil, mas
não impossível. Perdoe sempre...

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -4-
COMENTÁRIO SOBRE O CAMPO MEDIÚNICO DO MÉDIUM
parte 1 (Rubens Saraceni - Teologia de Umbanda)
Todos sabemos que um ser humano,
uma planta, um mineral e muitos animais não
racionais possuem uma aura que os envolve,
protegendo-os do meio exterior. Assim como
sabemos que esta aura também é refletora da
energia interior dos corpos inanimados. Nos
seres vivos, é a refletora dos sentimentos e dos
padrões energo-magnéticos e está intimamente
relacionada com o campo emocional.
O campo mediúnico inicia-se no corpo
elementar básico e expande-se uniformemente
ao redor dele por aproximadamente uns trinta
centímetros, e até uns setenta, no máximo. Este
campo mediúnico ou eletromagnético é comum
a todos os seres humanos, independente de sua
formação cultural ou religiosa. E aqui nos limitaremos
só aos seres humanos.
O fato é que este campo eletromagnético
tem sua sede no mental, que é a “coroa” ou
chacra coronário, iniciando-se ao seu redor e
derramando-se em torno do corpo elemental
básico. “Elemental” porque é elemento puro,
e básico porque é o primeiro “corpo” que o ser
humano teve formado num estágio virginal onde
evoluiu.
O campo mediúnico abre-se para o plano
espiritual e é através dele que são estabelecidas
ligações magnéticas com o mundo espiritual.
Este campo interpenetra outras dimensões
, mas não as sente ou é sentido por quem vive
nelas. O mesmo acontece com os espíritos em
relação ao plano material: atravessam paredes,
corpos, etc., sem alterar suas estruturas espirituais
ou as estruturas físicas dos objetos tocados
por eles.
“No universo, tudo vibra
e tudo é vibração.”
Logo, se tudo o que existe no plano material
obedece ao padrão vibratório “atômico”, no
plano espiritual o padrão vibratório é o “etérico”.
“Etérico”, de éter ou energia sutilizada a níveis
suprafísicos.
Em cada padrão vibratório específico, tudo
se nos mostra regido pelas mesmas leis que sustentam
as formas no plano material: agregados
energéticos que, por magnetismos específicos,
dão formação às massas ou corpos físicos.
Na dimensão onde vivem os espíritos, um
magnetismo semelhante ao existente no plano
material também existe, e sustenta tudo o que
nela possa existir. A única diferença está no relacionamento
energético e na mudança do padrão
vibratório, tanto dos seres quanto das formas,
que são plasmadas a partir do éter.
Assim explicado, então saibam que todos
nós temos um campo mediúnico que se abre
para muitas dimensões da vida, e que as interpenetram,
ainda que disto não nos apercebamos,
pois nosso percepcional espiritual está graduado
no mínimo para captar as vibrações exclusivas
da dimensão humana e no máximo para captar
vibrações espirituais.
Mas este campo mediúnico interpenetra as
dimensões ígneas, aquáticas, terrosas, eólicas,
mistas, cristalinas, minerais, vegetais, etc. se
desenvolvermos conscientemente nosso rústico
percepcional, então podemos captar as energias
circulantes que existem nelas e nos chegam de
forma sutil.
Este campo mediúnico que, à falta de palavras
de melhor definição preferimos nominar
de “campo eletromagnético”, é justamente a
nossa tela refletora onde as ligações invisíveis
costumam acontecer.
É neste campo pessoal dos seres humanos
que alojam-se focos vibratórios ou acúmulos
energéticos que refletem na aura e a rompem,
alcançando o corpo energético ou mesmo o
físico, afetando a saúde. Se em um primeiro
momento os padrões vibratórios são diferentes,
no entanto, tudo o que nele se alojou vai pouco a
pouco sendo induzido pelo nosso magnetismo a
adequar-se ao nosso padrão pessoal. Aí começa
a ser internalizado por magnetismo.
Isto é comum nos casos de obsessão espiritual,
quando um ser não afim conosco aloja-se
em nosso campo eletromagnético.
O padrão vibratório do intruso é outro, só
passamos a ser incomodados quando ele adequa
seu padrão ao nosso. Então suas vibrações
mentais, conscientes ou não, interferem no nosso
mental através de nosso emocional conduzindonos
a desequilíbrios energéticos profundos.
Estas interferências, se muito duradouras
ou intensas, costumam nos desequilibrar de tal
forma que passamos a ter duas personalidades
antagônicas num mesmo ser e um mesmo espaço
mediúnico.
E, porque nosso corpo físico reage a estes
estímulos vibrados pelo intruso alojado em nosso
campo eletromagnético, então começamos a
sentir desequilíbrios (dores) no próprio corpo
físico. São as doenças não diagnosticadas pelos
médicos.
Os “passes” ministrados por médiuns magnetizadores
e doadores de energias têm como
função descarregar este campo dos acúmulos
de energias negativas nele formados no decorrer
do tempo.
É por isso que os passes magnéticos são
fundamentais num tratamento espiritual, pois
os mentores curadores precisam tem em seus
pacientes este campo totalmente limpo, quando
então começam a operar no corpo energético,
onde realizam cirurgias corretivas ou desobstrutoras,
chegando mesmo a retirarem “tumores”
formados unicamente por energias negativas
internalizadas pelo corpo energético.
Só depois de equilibrarem o campo eletromagnético
e o corpo energético dos seres é que
os mentores curadores atuam no corpo físico de
seus pacientes encarnados, que a eles recorrem
pois realizam curas maravilhosas onde a limitada
medicina falha.
É fundamental que saibam disso pois só
assim entenderão o porquê dos passes realizados
em todos os centros espíritas ou de Umbanda: é
para realizar a limpeza dos campos mediúnicos
de seus freqüentadores.
Só que enquanto nos centros espíritas usase
o passe magnético, nos centros de Umbanda
também se recorre aos passes energéticos, quando
são usados diversos materiais ( fumo, água,
ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam
os acúmulos negativos alojados nesses campos
eletromagnéticos.
O uso de guias ou colares pelos médiuns
têm esta função durante os trabalhos práticos:
as energias que vão sendo captadas, vão se
condensando (agregando) às guias e não são
absorvidas pelos seus corpos energéticos, não
os sobrecarregando e não os desarmonizando
durante os trabalhos espirituais.
Ervas e fumo, quando potencializadas com
energias etéricas pelos mentores, também se
tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.
Enfim, existe toda uma ciência por trás de
tais procedimentos dos espíritos que atuam no
Ritual de Umbanda Sagrada.

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -5-
ÍNDIAS-DEUSAS
MOEMA - Parte II
Tudo corria muito bem quando, em dado
momento, surge no risco do horizonte, uma
igara muito grande, que vinha em direção
as moças. Amedrontadas, foram chamar os
valentes guerreiros da tribo. Todos se conduziram
para junto do mar, porém, o Boto e
os Angás cheios de ira, chamaram Xandoré,
deus do mal e juntos lançaram uma forte
tempestade sobre a grande igara e, quando
esta afundava e estavam morrendo todos os
crebans, Tolori, deus da tempestade, compadecido,
salvou o mais jovem de todos, com
o auxílio das Jurúas, deusas das nuvens, das
tardes e das festas. Assim, veio dar à praia,
o guerreiro branco. Moema e suas companheiras,
contemplavam surpresas o belo
jovem e tão logo ele recobrou a consciência,
lançou mão de sua arma e atirando com
firmeza, matou um forte açor que passava
naquele momento. De todos os lábios saiu
uma só exclamação: -”Caramuru!” Pensaram
que ele era o próprio deus do fogo, metamorfoseado
em homem. E assim, conseguiu
impor-se aquele jovem branco a toda a tribo
dos Paragás.
Então, o grande chefe Taparica, tocou três
vezes o forte maracá e Moema voltou-se
com as donzelas para servirem o sacro hóspede
e os valentes guerreiros que vieram
para protegê-las. O guerreiro branco tornase
filho de uma nação destemida! Certa tarde,
quando Caramurú passeava pela praia,
Guraraci (deus Sol) resplandecia nas alturas
sem nuvens e, olhando, viu creban ao longe
e um pouco mais a frente, sentada na relva
macia, estava Moema. Então Tambatajá tocou
o coração do jovem e ele se apaixonou
pela donzela. Parê, a deusa da esperança,
também envolveu os jovens e Moema passa a
amar o guerreiro branco loucamente. Jurou
terminantemente, Piracurú, deus da maldade,
que a bela índia não seria feliz e fez
entrar no coração do jovem, uma profunda
saudade de seu país. Um dia surgiu, no grande
porto uma forte e soberba igara. Dois
guerreiros brancos saltaram em terra e depois
de longa conversa com Caramurú, ficou
resolvido que ele retornaria a sua pátria.
Lamentos sem conta nasceram do peito e a
dor da separação e uma repentina tristeza,
tomaram conta de Moema.
Casa de Velas Sta. Rita
IRMÃOS FERREIRA DIAS & CIA.LTDA
Despachamos para todo Brasil e exterior

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -6-
Pai Omulu
Pai Omulu é a personificação do sentido divino que
é a Vida gerada no elemento terra. “Da terra viemos
e à terra voltaremos”, ou mesmo: “do pó ao pó”.
Essas máximas são reproduzidas a séculos e seu
entendimento não tem sentido algum sem conhecermos
Pai Omolu. Seja dentro do ritual de Umbanda
Sagrada ou em outras religiões, com outros nomes e
entendimento variado, mas com a mesma essência.
Observemos como cada religião trata seus mortos.
Como cada sociedade cuidou de imortalizar sua
história através da reverência, e porque não dizer,
do culto à sua ancestralidade através do respeito
aos mortos. Vemos agora, nos primeiros dias de novembro,
uma verdadeira romaria aos cemitérios em
Rua Tietê, 600 – Vila Vivaldi
Templo de Doutrina Umbandista
Rudge Ramos - São Bernardo do Campo
louvor às almas.Aqui no Brasil, nas grandes cidades
não temos o discernimento da dimensão que esse
culto ocupa, mas principalmente na região Nordeste,
o culto aos mortos tem lugar especial nas manifestações
folclóricas e religiosas. Enterros à noite são
feitos normalmente para pessoas de grandes posses
e esses são marcados por uma pompa inigualável.
Os velórios, ou sentinelas como são chamados em
algumas regiões do país, ou até mesmo guarda- defuntos,
ilustram essa reverência. Culturas que não se
preocuparam em zelar pelos seus mortos, não legaram
muita história para nosso entendimento de seres
humanos modernos. Um exemplo disso é a cultura
egípcia que reverenciou tanto seus mortos que até
hoje fornece vasto campo de estudo e pesquisas de
toda uma era. O livro dos mortos nos diz muito sobre
o que pensavam em relação à vida e a morte. Todos os
povos, as culturas tiveram e tem o seu campo santo, o
seu cemitério. Nosso Amado Pai Omolu, Amado Pai
da Terra, Senhor e guardião do Ponto de Forças nos
campos Santos é o doador da energia que coordena
todas as almas, não importando como. Seu campo
de atuação é muito bem definido. É o senhor das
almas, o senhor do purgatório, do umbral. É a força
divina que retem nos campos santos, aqueles espíritos
desvirtuados em seus sentidos divinos. As regiões
sombrias do astral negativo também estão sob sua
“Pai Oxalá e Pai Ogum”
Curso de Auto Regressão de Vidas Passadas
A capacidade de poder acessar a própria memória ancestral é comum a todos e
está adormecida em nossa consciência devido ao atraso mental a qual fomos
acometidos por culpa do mau uso do nosso próprio livre arbítrio. Será que o nosso passado pos-
sui respostas que possam nos favorecer no
presente e nos ajudar no futuro? Será que ele, o passado, possui a chave do
nosso destino? Descubra você mesmo aprendendo a acessar sua memória ancestral.
Viaje pelo tempo de suas lembranças e encontre a chave que lhe abra a porta
do futuro. Ministrado por Marco Antonio Santos, autor de vários livros espiritualistas
como: A Fortaleza, uma luz nas trevas; Jurema, o eclipse de uma paixão;
Aron, o enviado das estrelas e Clone, a revelação.
Duração de 1 mês, 4 aulas semanais totalmente práticas e com certificado.
Curso de Tarô c/ Mercedes
Saia jogando !!!!
Aprenda trabalhar com essa fantástica ferramenta.
Duração de 1 dia (aprox. 7 horas) num domingo à tarde
regência. Ali todos os Orixás têm seu subpontos de
forças. Lá estão Iansã D’Balê, Ogum Megê, Xangô
da Terra, Oxossi com seus caboclos das almas, assim
como a maior linha de trabalhos espirituais, a linha
dos pretos-velhos, regida por Obaluaiyê. Quem diz
conhecer os mistérios da morte não pode desconhecer
o Senhor Omulu, chefe de todos os executores da Lei
dentro da Linha das Almas. Mas esse amadíssimo
Pai tem em suas características a benevolência de
paralisar-nos caso desvirtuados estivermos . Sim,
benevolência mesmo, pois só assim estaremos aptos
a continuar nossa jornada evolutiva rumo ao Pai
Criador e Doador da vida. Nosso Amado Pai Omulu
é invocado nas situações de doenças graves, quando
necessitamos de uma energia de limpeza astral contundente
como a ponta de seu alfange, e em todas
situações calamitosas. Está na sétima linha de forças,
polarizando com Mãe Iemanjá, a mãe da vida, por
isso sua característica paralisadora.
Temamos a nós mesmos e vigiemos nossos atos, ao
contrário de temer Pai Omulu, pois mantendo-nos
luminosos e voltados para nossa evolução e de nossos
semelhantes, com certeza Pai Omulu estará nos
amparando, guiando e conduzindo.
Atotô Meu Pai Omulu !!!
Salve Vossas Forças
Saúde e sucesso a todos !
Curso de Desenvolvimento
Mediúnico no ABC!!!
Parte Teórica
Orixás da Umbanda Sagrada
O mito Exú
Linhas de Trabalho
Oferendas
Banhos e defumações
Ritual de Trabalho
Parte Prática
Tratamento de sofredores
Transporte
Trabalhos com Exus e
Pombas-Giras
Apresentação aos Orixás
Inscrições Abertas ! Fones – (11) 4365-1108 ou
Reserve já sua vaga !
(11) 9174-9012

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -7-
Rua Serra da Bocaina, 427 – Belém – São Paulo
A dois quarteirões do metrô Belém esquina com a Rua Serra de Jairé
Próximas turmas para 2003!
CEIE
Cursos e Palestras
Garanta já sua vaga para as novas turmas dos cursos:
DANÇA CIGANA
Ministrado por Ruína – seguidora do Clã Kalderachi - Muito mais que a dança deste atraente e misterioso povo, você aprenderá suas Tradições,
Cultura, Magias, Dança de Proteção, Rituais, entre outros conhecimentos. - Aulas de dança especiais para homens ministradas
diretamente por um autêntico Cigano.
Aulas aos sábados
Rua Guaiauna, 50 – Penha – São Paulo
(prox. Ao final da Av. Celso Garcia e Metrô Penha)
“Colégio de Umbanda Sagrada
Pai Benedito de Aruanda”
Teologia de Umbanda Sagrada
Recebido mediunicamente por Rubens Saraceni
Magia das Sete Chamas Sagradas
Ministrado por Rubens Saraceni
INSCRIÇÔES ABERTAS PARA O CURSO DE MAGIA DAS VELAS!!!
O objetivo desse curso é formar Magos do Fogo, segundo os fundamentos da Lei e da Justiça Divina, através do estudo e prática da Escrita
Sagrada, Cabalas e Mandalas dos Divinos Tronos de Deus, e a ativação e manipulação das ondas ígneas irradiadas pelas chamas das velas.
O aluno poderá, após sua iniciação e consagração nos rituais próprios aos Mistérios da Magia Divina do Fogo, utilizar esses conhecimentos em
seu benefício e de seus semelhantes, para cortar demandas, magias negras, obsessões, descarga de energias negativas em residências, comércios
etc., sempre de acordo com a outorga desses Sagrados Tronos para sua evocação magística.
É um curso obrigatório para aqueles que desejam conhecer mais sobre as 21 Magias existentes no Plano Astral. Ao final do curso, o Mago do
Fogo estará apto a ingressar no curso Magia das Sete Pedras Sagradas e posteriormente no curso Mestrado de Magia.
MANIPULAÇÃO RITUALÍSTICA DE ERVAS
Banhos, Defumações e Rituais/ História das Ervas e Condimentos/ As Forças Mágicas Vegetais/ As ervas de Poder/ Os
Seres da Natureza Vegetal - curso prático e apostilado
Informações e Reservas:Tel: (11) 6191.6608 / 296.5009
www.ceie.com.br email: ceie@ceie.com.br

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -8-
Santuário Nacional da Umbanda
“A Meca dos Umbandistas”
Tudo o que você precisa...O Santuário tem...
Festa de Yemanjá!!!!
Façam as reservas com antecedência!!!
Se você ainda não é filiado mas deseja participar conosco da Festa para a Senhora das Ondas
e Rainha do Mar, venha nos visitar no Santuário ou entre em contato via telefone!
Estaremos com toda a estrutura necessária para receber à todos que nos procuram à fim de
realizarem sua Festa na Praia de Mongaguá ou aqui no Santuário.
Tudo para que você possa praticar seu ritual com segurança, sem estar agredindo a natureza e longe
de correr o risco de se aventurar em locais ermos para suas obrigações.
O Santuário Nacional da Umbanda é um espaço verde, próximo a uma reserva de mata Atlântica,
conhecida por Parque do Pedroso, no bairro do Montanhão, em Santo André, com 640.000 metros
quadrados de matas, pedreiras e cachoeiras, com locais adequados para qualquer trabalho ritualístico
de Umbanda ou Candomblé (desde que não sejam realizados sacrifícios animais) e está aberto
a todos, federados ou não, para freqüentar o local basta na entrada pagar a quantia de R$3,00 (três
reais) como taxa de manutenção, por pessoa. O local é mantido pela Federação do Grande ABC e seu
presidente Ronaldo Linares.
Endereço e Telefones:
Santuário: Estrada do Montanhão N° 700 Parque do Pedroso, Santo André. Fone: 4338-0946 / 4338-0261
Escritório: Rua Visconde de Inhaúma, 354 - São Caetano do Sul. Fone: 4238-5042 Fone/Fax: 4239-4461
Templo Sede: Rua Marechal Cândido Rondon, 21, Osvaldo Cruz, São Caetano do Sul. Tel: 4232-3920
O Santuário Nacional da Umbanda informa:
Durante oito anos conseguimos manter no valor de R$3,00 a taxa de manutenção por pessoa,
para entrar e realizar seus trabalhos com segurança, agora por motivo de força maiór
estaremos atualizando esta taxa para R$4,00 a fim de mantermos o mesmo padrão de
qualidade, conforto e segurança para nossos frequentadores.
Desde já agradecemos a colaboração e compreensão de todos!!!
www.santuariodaumbanda.com.br

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -9-
Escola de Curimba Umbanda e Ecologia
A Escola mais tradicional, da zona norte de São Paulo, convida a todas para se inscreverem no
curso, de atabaque, que tem início em Fevereiro!
Mais de uma década ensinando e tocando UMBANDA!
Toques, canto e teoria: Nagô - Angola - Ijechá - Congo - Barra Vento
Fone: (11) 6256-2927
Oferenda aos Orixás
Muitos médiuns vem nos perguntar
quais oferendas podemos dar no
dia de determinado Orixá.
Estaremos agora passando uma receita
básica que pode ser utilizada
para qualquer Orixá ou Entidade.
* um pacote de amor, em pó,
para que qualquer brisa possa espalhar
para as pessoas que estiverem
perto ou longe de você;
* um pedaço (generoso) de
fé, em estado rochoso, para que
ela seja inabalável;
* algumas páginas de estudo
doutrinário, para que você possa
entender as intuições que recebe;
* um pacote de desejo de fazer
caridade desinteressada em
retribuição, para não “desandar” a
massa.
Junte tudo isto num alguidar feito
com o barro da resignação e de-
Rua Dominiciano Ribeiro nº 442
Casa Verde - São Paulo
terminação e venha para o terreiro.
Coloque em frente ao Congá e reze
a seguinte prece:
”Pai, recebe esta humilde oferenda
dada com a totalidade da minha alma
e revigora o meu físico para que eu
possa ser um perfeito veículo dos
teus enviados. Amém.” Pronto! Você
acabou de fazer a maior oferenda
que qualquer Orixá, Guia ou Entidade
pode desejar ou precisar... Você
se dispôs a ser um MÉDIUM!
Ditada pelo Caboclo Pery em
07/10/2002. Centro Espiritualista
Caboclo Pery - Templo de Umbanda
- Regência de Oxoce. Rua 21,
Quadra 30, Lote 10 - Maravista -
Itaipu - Niterói - RJ. Dirigentes:
Iassan Ayporê Pery e Márcio de
Oliveira Ramos
Participe do Fórum de Umbanda Sagrada!!!
Mas o que é um Fórum? Este fórum é um grupo “virtual” onde reunimos amigos de
Umbanda. O funcionamento é muito simples, para participar basta se cadastrar no site
abaixo, uma vez cadastrado os participantes passam a receber todos os e-mails que são
endereçados ao “Fórum” assim participando de converssas e discussões abértas sobre a
religião de Umbanda, também fazendo novas amizades virtuais...
Acesse www.grupos.com.br/grupos/forumdeumbandasagrada e solicite o seu cadastramento!
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Muitos não sabem o que oferecer às entidades
da esquerda, que com eles trabalham ou aqueles
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recebida. Colocamos aqui neste espaço uma
oferenda universal que possa ser usada para
qualquer exú ou pomba-gira, que milita dentro
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acesos. Disponha tudo dentro de um círculo de
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Para pomba-gira: Velas vermelhas (7), champagne,
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Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -10-
15 de Novembro
outros sacerdotes católicos, não resolveram a situação e as
manifestações prosseguiram. Algum tempo depois Zélio foi
tomado por uma paralisia parcial, a qual os médicos não conseguiam
entender. Um belo dia Zélio levanta-se de seu leito e
diz: “amanhã estarei curado” e no dia seguinte começou a andar
como se nada tivesse acontecido. Um amigo sugeriu encaminhalo
a recém fundada Federação Kardecista de Niterói, município
vizinho a São Gonçalo das Neves onde residia a Família Moraes.
A Federação era então presidida pelo Sr.José de Sousa, chefe
de um departamento da marinha chamado Toque Toque. Zélio
Fernandino de Moraes então foi conduzido a esta Federação no
A primeira manifestação de Umbanda, sem influência kar- dia 15 de Novembro de 1908, na presença do Sr.José de Sousa,
decista e nem de Candomblé, com registro documental é a do estava ele em meio aos ataques reconhecidos como manifesta-
“Caboclo Sete Encruzilhadas” em seu médium Zélio Fernandino ções mediúnicas. Convidado a sentar-se à mesa logo em seguida
de Moraes, 15 de Novembro de 1.908. Assim como a “Tenda levantou-se, contrariando as normas do culto estabelecido pela
Nossa Senhora da Piedade” fundada por Zélio é o primeiro instituição, afirmou que ali faltava uma flor. Foi até o jardim
templo de Umbanda registrado no Brasil.
apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde
Por isso os fatos que ali aconteceram são de fundamental im- se realizava o trabalho. Sr.José de Sousa, que possuía também
portância a todos nós, como fatos históricos que marcam pro- a clarividência, verificou a presença de um espírito manifestado
fundamente o nascimento da Umbanda no plano material. através de Zélio e passou ao dialogo a seguir: Sr.José: Quem
Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de Abril de é você que ocupa o corpo deste jovem? O espírito: Eu? Eu
1892, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio sou apenas um caboclo brasileiro. Sr.José: Você se identifica
de Janeiro. Filho de Joaquim Fernandino Costa (oficial da Ma- como caboclo, mas vejo em você restos de vestes clericais. O
rinha) e Leonor de Moraes. Em 1908, aos 17 anos, Zélio havia espírito: O que você vê em mim, são restos de uma existência
concluido o curso propedêutico (ensino médio) e preparava-se anterior. Fui padre, meu nome era Gabriel Malagrida, acusado
para ingressar na escola Naval, a exemplo de seu pai, foi quando de bruxaria fui sacrificado na fogueira da inquisição por haver
fatos estranhos começaram a acontecer na vida dele. Em alguns previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas em mi-
momentos Zélio era visto falando manso, com a postura de nha última existência física Deus concedeu-me o privilégio de
um velho, em sotaque diferente de sua região, dizendo coisas nascer como um caboclo brasileiro. Sr.José: E qual é seu nome?
aparentemente desconexas, em outros momentos parecia um O espírito: Se é preciso que eu tenha um nome, digam que eu
felino lépido e desembaraçado, mostrando conhecer todos os sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, pois para
mistérios da natureza. Isso logo chamou a atenção da família, mim não existirão caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda
preocupada com a situação mental do menino que se prepara- uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar
va para seguir carreira militar, os “ataques” se tornaram cada até o final dos séculos. E no desenrolar da conversa Sr.José
vez mais freqüentes. Assim Zélio foi encaminhado a seu Tio, pergunta ainda se já não existem religiões suficientes, fazendo
Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do inclusive menção ao espiritismo. O espírito: Deus, em sua infini-
Hospício da Vargem Grande. Após vários dias de observação, ta bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal,
não encontrando seus sintomas em nenhuma literatura médica, rico ou pobre poderoso ou humilde, todos tornam-se iguais na
sugeriu a família que o encaminhasse a um padre, para que morte, mas vocês homens preconceituosos, não contentes em
fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar estas mes-
sobrinho estava endemoniado. Foi chamado um outro parente, mas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que
tio de Zélio, padre católico que realizou o dito exorcismo para não podem nos visitar estes humildes trabalhadores do espaço,
livra-lo da possível presença do demônio e sana-lo dos ataques. se apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra ,
No entanto este e outros dois exorcismos, acompanhados de também trazem importantes mensagens do além? Porque o não

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -11-
Dia da Umbanda
aos caboclos e pretos-velhos? Acaso não foram eles também
filhos do mesmo Deus?...Amanhã, na casa onde meu aparelho
mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que
queira ou precise se manifestar, independente daquilo que haja
sido em vida, todos serão ouvidos, nós aprenderemos com
aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos
com aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos
as costas a nenhum diremos não, pois esta
é a vontade do Pai. Sr.José: E que nome darão a esta
Igreja? O espírito: Tenda Nossa Senhora da Piedade, pois
da mesma forma que Maria ampara nos braços o filho querido,
também serão amparados os que se socorrerem da Umbanda.
No dia seguinte , na rua Floriano Peixoto , 30 – Neves – São
Gonçalo – RJ, próximo das 20:00 horas, estavam presentes
membros da federação espírita, parentes, amigos, vizinhos e
uma multidão de desconhecidos e curiosos. Pontualmente as
20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou e
com as palavras abaixo iniciou seu culto: “Vim para fundar
a Umbanda no Brasil, aqui inicia-se um novo culto em que
os espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos
de nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus
irmãos encarnados, qualquer que seja a cor , raça, credo
ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor
fraterno, será a característica principal deste culto”
Após trabalhar fazendo previsões, passe e doutrina informou
que devia se retirar pois outra entidade precisava se manifestar.
Após a “subida” do Caboclo incorporou uma entidade
reconhecida como “preto-velho”, saindo da mesa se dirigiu a
um canto da sala onde permaneceu agachado. Sendo questionado
o porque de não ficar na mesa respondeu: “_ Nego num
senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de
sinhô branco e nego deve arespeitá”, após insistência ainda
completou “_ Num carece preocupa não. Nego fica no toco
que é lugar de nego” e assim continuou dizendo outras coisas
mostrando a simplicidade, humildade e mansidão daquele
que trazendo o estereótipo do preto-velho se fez identificar
como Pai Antônio. Logo cativou a todos com seu jeito, ainda
lhe perguntaram se ele não aceitava nenhum agrado, ao que
respondeu: “_ Minha caximba, nego qué o pito que deixou no
toco. Manda mureque busca”. Todos ficaram perplexos, estavam
presenciando a solicitação do primeiro elemento material
de trabalho dentro da Umbanda. Na semana seguinte todos
trouxeram cachimbos que sobraram diante da necessidade de
apenas um para Pai Antônio. Assim o cachimbo foi instituído
na linha de pretos-velhos, sendo também ele a primeira entidade
a pedir uma guia (colar) de trabalho. O pai de Zélio freqüentemente
era abordado por pessoas que queriam saber como ele
aceitava tudo isso que vinha acontecendo em sua residência, sua
resposta era sempre a mesma em tom de brincadeira respondia
que preferia um filho médium ao lugar de um filho louco. Foi
um trabalho árduo e incessante para o esclarecimento, difusão
e sedimentação da religião de Umbanda. Enquanto Zélio esteve
encarnado foram fundadas mais de 10.000 tendas. Após 55 anos
de atividade entregou, a direção dos trabalhos da Tenda Nossa
Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia. Mais tarde
junto com sua esposa Maria Izabel de Moraes, médium ativa da
tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a cabana de Pai
Antônio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira
do Macau – RJ.
Zélio Fernandino de Moraes desencarnou no dia 03 de Outubro
de 1975.
Suas filhas deram continuidade ao trabalho e a “Tenda Nossa
Senhora da Piedade” existe até hoje sob a direção de Zilméia de
Moraes sua filha que aos 88 anos de idade se mostra ainda muito
lúcida e ativa na frente dos trabalhos. Parabéns Umbanda este
mês comemoramos seus 94 anos de concretização no plano
material. Agradecemos ao Babalawô Ronaldo Linares por nos
ceder de viva voz a maioria dos fatos aqui narrados, que ele por
sua vez colheu da convivência de anos de amizade com Zélio
de Moraes e sua família.
Para conhecer a Umbanda leia:
“Umbanda Sagrada” - Rubens Saraceni

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -12-
Salve Sr. Exu da Capa Preta!!!
( Cássio Ribeiro )
O ônibus estava lotado, eu não conseguia vê-la, mas sabia que estava lá. Podia sentila,
captava sua angustia, sua indecisão, e acima de tudo seu medo. Ela não estava só,
alem de mim, vi outros que a acompanhavam. Eram de outra faixa vibratória, pertenciam
ao passado.
Tentavam envolvê-la com uma energia densa e pegajosa. Sempre que faziam isso ela
ficava mais nervosa e também mais decidida. Eu os via, mas eles não me notavam.
À medida que o ônibus avançava pelas ruas centrais mais e mais pessoas entravam.
Todos apressados para chegar em casa. O coletivo corria em direção a periferia da
cidade. Ela esta lá, meio deslocada, olhava com insistência um pedaço de papel. Ali
em suas mãos o endereço que segundo ela mudaria seu destino. Ato continuo ela toca
a campainha, o ônibus para, descemos... Aqueles que a acompanham, vibram, ela esta
na iminência de servir como instrumento na vingança que planejam há muito tempo.
Vibram com tanto ódio que ela enfureceu-se consigo mesma. Como se deixara envolver
por aquele rapaz? Tinha que resolver isso imediatamente e tratar de seguir sua
vida, sem que seus pais soubessem. Ela verifica o numero anotado, esta perto. Chega
a uma casa humilde, como todas as outras ali no bairro. Toca a campainha é atendida
por uma senhora que executara o serviço. A mulher a analisa rapidamente, já vira muitas
iguais a ela, não tem tempo para conversa fiada.
Pede-lhe o dinheiro e manda que espere, pois existem duas mulheres na frente dela.
Ela senta-se e aguarda. Eu tenho que agir rápido. Vibro minha espada no ar, e os
seres trevosos que a acompanham estarrecem ante minha presença. Fatalmente eles
me notam,agora ou correm ou me enfrentam. Decidem sabiamente pela primeira
opção, saem da casa, mas ficam do lado de fora, tentando contatar outros que podem
vir ajudá-los. Aproveito para me aproximar dela. Envolvo-a com minha capa, ela se
acalma, por um instante, sugestionada por mim e titubeia. Já não tem certeza se deve
continuar. Eu vibro em seu mental para que saia dali vá tomar um ar fresco lá fora.
Ela me atende. Quando chega , ainda envolvida por minha capa, torna-se invisível
para os que a acompanham. Tenho que me materializar. Ela assusta-se ao me ver, tenta
gritar não consegue, tenta voltar para dentro da casa, mas eu a impeço. Chamo-a pelo
nome, digo-lhe que não deve me temer, falo que venho em paz. Tenho uma missão:
Evitar que ela faça o aborto. Não deve impedir aquele espírito de vir ao mundo. Pouco
importa se a concepção fora fruto de uma aventura. Deve deixá-lo vir. Será um menino,
veio do passado para cumprir uma missão, ela não deve abortá-lo. Sei que seus
pais não aprovarão a gravidez, mas me comprometo a acalmá-los e fazê-los aceitar.
Ela chora, não entende como pode estar ouvindo aquilo. Falo com tanta firmeza que
ela quer saber quem sou. Digo-lhe que me chamam de Exu Capa Preta, sou um guardião,
protegerei o menino que ela carrega no ventre. Estarei ao lado dele a vida toda,
acompanhando-o, guiando-o e protegendo-o. Portanto ele não deve temer. Chorando
ela consente, avança para a rua, toma um ônibus e retorna para casa. Protejo-a durante
a gravidez, o menino nasce forte e saudável, cresce sem sobressaltos como prometi.
Sempre que acho conveniente deixo-o que me veja, aos poucos vou me apresentando.
Hoje ele esta feliz, acabara de completar 18 anos.
Seus amigos comemoram a data festiva. Movido pela curiosidade o rapaz resolve
conhecer um terreiro de Umbanda. Estou ansioso, chegou meu grande dia! Ele chega,
senta na assistência. Lá dentro uma gira de Exu. Eu já me entendi com o Exu chefe
da casa, somos bem vindos. Quando ele entra para tomar um passe com linda Pomba
Gira eu tomo-lhe à frente e incorporo. Abraço a moça com carinho, já nos conhecemos
de longa data, fumo, bebo, canto. Daqui para frente haverei de incorporar sempre que
necessário. E assim foi. Ele desenvolveu, abriu seu próprio terreiro, cumpre com amor
e carinho sua missão. De minha parte não o abandono nunca. Estou sempre disposto
e feliz, pronto para incorporar. Através dele ajudo a todos que me procuram. Também
trago em terra outros que vêem cumprir a missão.
Sua mãe sempre que estou em terra me abraça com carinho e gratidão.
É a primeira a saudar Capa Preta. Missão cumprida!!! Laroie Exu
Irmão Umbandista!!!!
Para entender o que é um Exu de Lei
Leia “O Guardião da Meia Noite”
Rubens Saraceni / Ed.Madras

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -13-
Prece de Cáritas
Deus, nosso Pai, que sois todo poder
e bondade, dai a força àqueles que passam pela
provação, dai a luz àqueles que procuram a
verdade, ponde no coração do homem a
compaixão e caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia, ao
aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao
espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão
o pai.
senhor! Que vossa bondade se estenda
sobre tudo o que criastes. Piedade, senhor, para
aqueles que não vos conhecem; esperança
para queles que sofrem. Que vossa bondade
permita aos espíritos consoladores derramarem
por toda parte a paz, a esperança e a fé.
Deus! um raio, uma faísca do vosso
amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber
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Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -14-
Chegou pela internet
Olá pessoal do JUS ! Esses depoimentos abaixo
foram colhidos na Internet.
Espero que em vossas casas esses fatos nunca
cheguem a ocorrer!!!
Um abraço à todos!
Um amigo meu foi convidado à participar
de uma festa pra OGUM num terreiro
qualquer da zona sul de São Paulo, chegando
lá viu o “pai de santo” incorporando
OGUM, depois de um tmpo o OGUM do
pai de santo veio conversar com o cara e
o que é pior, logo depois ele “ogum” pediu
licença para ir ao banheiro e simplesmente
saiu do meio do salão.
Uma senhora recebe uma entidade. Uma
colega minha de trabalho, humilde, vai pedir
união com o marido.
A entidade pede uma travessa de panquecas.
Minha colega absolutamente leiga me
pergunta quantas, respondi revoltada: dá 3!
Ela ficou com vergonha de dar só 3 pra entidade
gulosa, levou uma travessa cheia, a
entidade adorou a “oferenda”, porque comeu
as panquecas na cara dela, e disse que tudo
ia dar certo.
Ela ficou feliz e a “entidade” de barriga
cheia... e a união com o marido??? Nada!!!
Pais de santo (mais de um) que “invertem”
nome de alguns objetos, como por exemplo:
ele não pode comer carne de porco, é
vedado aos filhos daquele orixá, ele então
pega uma costeleta, pede licença e “diz pro
orixá” isto não é costeleta, é peixe frito, vai
e come. No ritual como não pode usar faca
de metal pra alguns orixás, enrola num
pano e diz que é madeira, essas coisinhas
que “matam” a religião.
Conhecido babalorixá estava almoçando
com filhos de Santo quando em pleno
almoço o “Orixá” deste Pai de Santo chegou!
Isso mesmo, Chegou. Os filhos todos
foram saudar O “Orixá” mas o mesmo
não ia se demorar , só vinha para pedir que
ajudassem o seu “cavalo” pois o mesmo
estava precisando de um videocassete e um
televisor novo :)
O mesmo aconteceu com “renomada”
Mãe de Santo. Um amigo, proprietário de
uma flora que conta esse caso, estava ele
trabalhando quando entra porta adentro um
cambono e uma “pomba gira” a mesma
solicitou vários materiais ao balconista e ao
termino da compra o balconista perguntou
ao cambono:
- Cheque ou dinheiro?
A “pomba gira” de pronto passou a
mão no talão de cheque, preencheu,
assinou e entregou ao balconista!!!
Em uma casa dita de Orixás, estavam “Incorporadas”
duas entidades” que dançavam
ao som dos tambores, quando repentinamente
a polícia chegou.
Espantosamente a “Yemanjá” saiu correndo
para o banheiro e a “Yansã” se escondeu
no quarto!!!
O mais espantoso foram os cambones que
saíram todos correndo e acundindo as “
entidades” gritando frenéticamente:
-Yemanjáááá sai do banheeeirooo”!!!!Yans
ãããã!!!Abre a poooortaaaaa!!!
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Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -15-
Os fundadores da Umbanda são caboclo e
preto-velho, que no astral fizeram escola, com
o tempo se assentaram ao seu lado outros povos
de trabalho, vemos hoje muito bem assentados
dentro do contexto Umbandista as figuras do
boiadeiro, marinheiro, baiano e cigano além das
crianças, exú e pomba-gira. Todos são excelentes
trabalhadores e cada “grupo de trabalho” tem a
sua maneira de atuar, no astral a linha de trabalho
(povo a que pertence) e o nome que eles carregam
representa respectivamente o grau e a força
em que a entidade guia está assentada. No caso
os Baianos formam uma corrente de entidades
que ao desencarnar, apesar da afinidade com o
culto ao Orixá (muitos foram sacerdotes), não
tinham o grau de preto-velho, estabeleceram uma
egrégora de trabalhadores do astral que com o
tempo reconhecida pela Umbanda passaram a ter
a oportunidade do trabalho ativo e incorporante,
Baianos na Umbanda
Loja de Fabrica: Av. Aricanduva, 541/557
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acahram por bem batizar como linha dos Baianos
como homenagem a origem dos primeiros
formadores desta corrente e a Terra que tão bem
acolheu o Orixá no Brasil. São muito ativos,
despachados e descontraidos. Bons orientadores
e doutrinadores, tem facilidade em lidar com o
desmanche dos trabalhos de kimbanda e magia
negra. Usam colares de cocos e sementes. Tendo
na sua forma de trabalhar muito das qualidades
de Iansã, por serem movimentadores e irriquietos,
combinam esta forma de trabalhra com sua
natureza opde cada um se mostra regido por um
Orixá diferente assim trazendo para a gira a força
das sete linhas da Umbanda. Suas oferendas
podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou no
ponto de força do Orixá que rege o baiano a ser
oferendado. Gostam de festas comidas tipicas da
Bahia e batida de coco. Como comprimento dizemos
simplesmente: “É da Bahia meu Pai... Salve
a Bahia” ou simplesmente “Salve os baianos”.
além da maior linha de estatuetas,
temos: atabaques, alguidares, Banhos,
Peças de Barro e Cerâmica,
Defumadores, Incensos Indianos,
velas, Perfumes, ETC....

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -16-
Quebrando Tabus
Christiane Pastor/ Alexandre Cumino/ Adriano Camargo
Alguns Umbandistas acreditam ser a mediunidade inconsciente a única que presta para o trabalho
espiritual, por acreditarem ser este tipo de mediunidade a fonte de informações mais segura que
existe dentro de uma corrente espiritual.
Ledo engano dos incautos que trazem para dentro de seus terreiros esse tipo de preconceito que
muitas vezes acaba por prejudicar sériamente o desenvolvimento de excelentes médiuns que chegam
a acreditar que a mediunidade que trazem não é suficiente e muitos escondem que são semiconscientes
por medo de se sentirem diminuídos e chegam ao extremo de abandonar a religião
por não serem inconscientes! Infelizmente esse preconceito tem se espalhado por toda a religião!!
Isso é um tabu !!!
A mediunidade semi-consciente é tão boa quanto a mediunidade inconsciente e o importante não
é o tipo de mediunidade que trazemos mas a entidade que nos assiste. Afinal de que adianta o
médium ser inconsciente e ter uma vida completamente negativada em todos os aspectos e na hora
de seu trabalho espiritual incorporarem quiumbas e zombeteiros???
Será o tipo de mediunidade que realmente pesa no desenvolvimento de um trabalho espiritual
integro e honesto???
Medicina Alternativa
Eliza Fukuko Nishiyama e João Batista O. S.
Eliza Fukuko Nishiyama - Desenvolvimento do lado direito do cérebro/Acupuntura/
orientação alimentar/Shiatzu/emagrecimento
Álvaro Felix de Melo (Mukassy) - Radionica/ Radiestesia (na Umbanda)/Numerologia/
Tarot (Crowley)/ Numerologia/ I Ching
Kamal Nahas - Regressão/Terapias/Reiki (cursos e ambulatório às 3ªs feiras)
João Batista O.S. - Acumputura/ Shiatzu/ Feng-Shui (Bazai) / kung-Fu / Tai-chi-tao
Telefones: (11) 3751 0214/ 5083-4557
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Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -17-
as DIvINDaDEs
E as rELIGIÕEs
As divindades ou Orixás, são os Tronos de
Deus, que respondem pela sustentação dos
espíritos que evoluem sob a orientação de suas
doutrinas religiosas. Cada divindade regente
de uma religião tem uma doutrina religiosa
fundamentada no seu mistério maior, nas suas
qualidades divinas, nas suas atribuições junto
aos seres e nos seus próprios atributos, enquanto
ser gerado em Deus justamente para auxiliá-Lo
no amparo divino à Sua criação. Umas divindades
regem os seres elementais, outras regem
os seres encantados, outras regem os seres naturais,
outras humanizam parte dos seus mistérios
e dão amparo aos espíritos. Saibam que o ato de
“humanizar uma divindade”, significa que ela
abriu para o plano material parte do seu mistério
divino, dando origem a um culto ou religião.
Então toda uma doutrina e um conhecimento
sagrado começa a surgir e a atrair pessoas que
se identificam com sua mensagem religiosa.
Aos poucos, todo um ritual de adoração e uma
mística relacionada a ela vai se espalhando e
popularizando, até que sua presença invisível e
sua influência divina conquiste todo um povo,
que tem nela sua divindade nacional, ou sua
“Padroeira”, ou seu “Santo”, ou seu “Orixá”,
e em casos extremos elevam-na à condição de
“seu Deus”. No passado, muitas divindades extrapolaram
as fronteiras de um país e tornaramse
conhecidas de muitos povos, sendo que em
cada um assumiu um nome. mas manteve suas
qualidades, atributos e atribuições, adaptandoas
às culturas e religiosidade de povos muito
díspares. Essa expansão do culto às divindades
atende ao amparo que ela deve dar às pessoas
que se identificam com a sua doutrina humana e
sua mensagem divina. Não raro, uma divindade
tem uma aceitação tão grande, que sua expansão
é vertiginosa e seu culto vai substituindo o de
outra mais antiga, ou de outras, como é o caso
daquelas cujo culto implica na renuncia completa
a tudo que antes formava a religiosidade do
ser, pois visam transformar toda uma sociedade
e uma cultura. Quando é uma divindade natural
que está crescendo numa região, sua expansão
é gradual e acontece de forma natural, não
sendo imposta. Mas quando é “humana”, ou
ela é imposta, ou não cresce. Saibam que uma
divindade natural atrai seus adeptos com o seu
magnetismo e suas qualidades divinas. Já uma
divindade humana, atrai por sua mensagem
divina, transformadora e renovadora da fé em
Deus. Ambas atendem à vontade de Deus, que
recorre às Suas divindades para melhor amparar
Seus filhos.
Toda divindade natural é associada à natureza,
porque num determinado nível vibratório das hierarquias
divinas, ela rege tanto a natureza quanto
aos seres, as criaturas e as espécies que vivem
nela.
Por isso as lendas dos Orixás os associam tanto
à natureza física quanto à individual. Com isto,
temos os seus filhos, suas ervas, suas pedras, seus
animais, suas cores, etc., tudo numa correspondência
natural.
Se estudarmos uma divindade natural, descobriremos
que um elemento, um dia, um magnetismo,
uma vibração, uma irradiação, um chacra, um
sentido, etc., tudo em perfeita correspondência,
é regido por ela, que tem uma hierarquia, só sua,
manifestando suas qualidades porque são portadores
de seus atributos e são aplicadores “naturais”
do seu mistério na vida dos seres regidos por
ela.
Texto de Rubens Saraceni / Teologia de Umbanda

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -18-
“Umbanda -
Perguntas & Respostas”
( J. Edson Orphanake)
Então Umbanda tem fundamento, uma lógica, uma
filosofia?
Certamente. Para que você entenda nossa filosofia, leia
este caso: um estudante de filosofia, no inicio do atendimento
numa tenda, dirigiu-se a um preto-velho incorporado
no médium e pediu:
_ Gostaria de entender o fundamento, ou seja a filosofia
da Umbanda.
_ Pois não (disse o preto-velho), aguarde até o final e
compreenderá.
O preto-velho passou a atender consulentes. Orientou,
aconselhou, ensinou simpatias, remédios vegetais, ouviu
queixas, onde muitos desabafaram mágoas, consolou,
enxugou lágrimas, deu esperanças e após duas horas
encerrou o atendimento.
O estudante ao lado interpelou-o:
_ Agora o senhor vai explicarme a filosofia Umbandis-
ta?
_ Acho não ser necessário (disse o preto-velho), você ja
deve ter entendido...
_ Ainda não. Explique melhór por favor.
_ Ora, quando você se sacrifica, trabalhando em beneficio
aos outros, sem receber pagamento, como você
denomina esta atividade?
_ bem, isto se enquadra em demonstração de amor,
benevolência, caridade, sei lá...
_ Então já compreendeu nosso fundamento, nossa
filosofia...
_ Nessa filosofia residem objetivos divinos, de modo
a aperfeiçoar o ser humano ou faze-lo compreender o
porquê da Umbanda?
_ Sim veja as principais Diretrizes:
A UMBANDA
Não é para predizer o futuro, mas para prepara-lo feliz
através de suas lições.
Não derroga as leis imutáveis de Deus, mas age dentro
delas.
Não semeia a discórdia, mas une as criaturas.
Não veio só para curar doenças, mas também para evitar
os doentes.
Não oferece a riquesa material, mas a espiritual.
Não faz concorrência desleal à medicina, mas auxilia-a.
Não soluciona problemas materiais, mas orienta na
solução.
Não fabrica loucos, mas previne a loucuara.
Não veio sobrecarregar as criaturas, mas ajuda-las na
carga dolorosa.
Não semeia a descrença, mas aduba a frágil sementeira
da fé.
Não veio obsediar os seres, mas afastar os obsessores.
Não veio cegar os homens, mas abrir-lhes os olhos.
Não se rege por leis esdrúxulas, mas por naturais ainda
desconhecidas.
Não aponta o céu por caminhos geográficos, mas pela
vida interior.
Não limita a vida à pedra sepulcral, mas estende-a além
do horizonte da morte.
Banhos
Alexandre Cumino e Adriano Camargo
A exemplo da defumação os banhos de ervas
também são excelentes para limpeza de nosso
corpo astral, assim como nosso corpo material
também é limpo das impurezas e estimulado pela
essência vegetal, aqui nos impregnamos com a
força e propriedade das ervas.
Nós utilizamos ervas frescas ou secas para o
banho, preparadas como um chá, apagando o fogo
assim que começa a ferver e deixando, enquanto
esfria um pouco, a água absorver o elemento
vegetal. Após o banho normal de higiene, despejamos
aos poucos o “banho de ervas”, do pescoço
para baixo, entoando nossos pedidos ao Criador
e às Divindades. Após, deixe que a essência vegetal
seja absorvida por um minuto, enxugue-se
normalmente e aproveite este contato com a
natureza.
Para afastar a obsessão e alcoolismo:
Alho, salsão, arruda, guiné, espada de São Jorge,
folha de fumo, folha de mangueira, levante e
cipó mil-homens.
Para abrir caminhos:
Açucena, agrião, angico, aroeira e espada de São
Jorge.
Para desenvolvimento mediunico:
Jasmim, anis estrelado e alfazema
Banhos na Natureza
Os banhos feitos na natureza, de cachoeira ou
mar, também são excelentes para desagregar
energias enfermiças localizadas nos órgãos do
corpo etérico. Tem na natureza energia e magnetismo
que limpa e sutiliza nosso corpo energético
(nos sentimos mais “leves”) expandindo
nosso aura, a energia salina do mar “queima” as
larvas e miasmas astrais.
Obs: Ao trabalhar com as essências das ervas,
banhos ou defumação, estamos entrando em um
universo vegetal que vai além da matéria. Assim
como não somos apenas carne e as divindades
não são apenas arquétipos, as plantas também
possuem um “espírito vegetal” que as anima e
tem seus respectivos gênios e divindades guardiãs
responsáveis pela força vegetal. Portanto ao
trabalhar com ervas entre em contato com estes
espíritos, gênios e guardiões vegetais pedindo
sua licença e sua força para realizarmos nossa
tarefa. Dentro do conceito de divindades podemos
recorrer a Oxossi como Guardião do reino
vegetal e Ossain como gênio deste reino e da
cura pelas ervas. Para um contato maiór ainda
com estas forças a fim de estar mais afinizado
com suas vibrações acenda uma vela para seu
“anjo da guarda” e peça para ele que lhe auxilie a
ser mais dócil as infuências que vem dos Orixás
e entidades guias de Luz.
O que é Magia?
Estamos rodeados de magia, viver é um ato mágico,
todos os reinos e dimensões da natureza estão
impregnados de magia, como uma ciência divina
velada no oculto, aonde aqueles que tem olhos
para ver são seus beneficiários diretos.
Somos imagem semelhança de Deus, pois temos
em nós as qualidades que buscamos nele, enquanto
partes do todo. E se o grande arquiteto do universo
é amor, fé, lei... No entanto ele também é magia
e como filhos de Deus também possuímos magia
dentro de nós, a ser desperta. Um bom ponto de
partida é enxergar a vida que pulsa em tudo e as
divindades que as regem: nas pedras, nas plantas,
no fogo, no ar, na água, na terra e etc. Começaremos
a entender que não somos isolados, fazemos
parte do todo, e assim vamos adentrando neste
universo de magia. Alexandre Cumino
“Magia é o ato de evocar poderes e mistérios
Divinos e coloca-los em ação, beneficiandonos
ou aos nossos semelhantes”.
Rubens Saraceni
“A magia existe a partir do momento que se
entra, em estado alfa, em contato com os espíritos
coletivos da natureza, pois somos espíritos
individuais”. Maly Caran
“A magia consiste no culto dos deuses e é adquirida
mediante este culto”. Platão
“A magia é a ciência tradicional dos segredos
da natureza, que nos provém dos magos”. Eliphas
Levi
“Magia é a ciência e a arte de causar mudanças
de acordo com a vontade”. Aleister Crowley
“A magia é a sabedoria espiritual, a natureza
é a aliada espiritual, a pupila e a servidora do
mago”. H.P.Blavatsky
“A magia era o exercício de propriedades
psíquicas adquiridas nos diversos graus de
iniciação”. Papus
“A magia natural é um conhecimento que
compreende toda a natureza, por meio da qual
desvendamos os segredos e processos ocultos
de todo o seu imenso e amplo organismo”
Francis Barrett.

Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -19-
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Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Novembro de 2002 Página -20-
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