Danah Zohar O SER QUÂNTICO
Danah Zohar O SER QUÂNTICO
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Assim, o bebê estabelece seu ser e consegue um equilíbrio nessa complexidade<br />
interna, retomando, então, uma relação mais íntima com a mãe. Ele permite que parte de<br />
si fique ligada à mãe (sobrepondo-se a ela), seguro do sentimento de que outras partes<br />
dele estão livres para outros relacionamentos (fig. 9.4). Este é o Terceiro Estágio de<br />
Erikson, o da iniciativa versus culpa.<br />
Tal padrão de fusão-separação-ligação estabelecido entre mãe e bebê permanece<br />
conosco por toda a vida e repete-se em algum grau de tempos em tempos cada vez que<br />
formamos um novo relacionamento íntimo, e também a cada vez que um<br />
relacionamento íntimo anterior evolui. Pela fusão inicial o ser torna-se um com outro<br />
ser, durante a separação cada qual luta para reconquistar a individualidade perdida e, na<br />
ligação, cada um se percebe dentro de uma nova realidade combinada maior do que ele<br />
mesmo.<br />
Como mostram as categorias duais de Erikson, problemas entre mãe e bebê em<br />
qualquer estágio dentro desse esquema podem levar o bebê a uma fixação no lado<br />
negativo daquele estágio que durará sua vida inteira — confiança básica versus<br />
desconfiança básica, autonomia versus vergonha e dúvida, iniciativa versus culpa. O<br />
caminho para crescer, superando tal fixação, é possível através do mecanismo de<br />
memória quântica discutido no capítulo anterior, no qual o passado é retomado e<br />
reunido ao presente formando uma nova realidade, e é por intermédio desse mecanismo<br />
que o psicoterapeuta procuraria ajudar uma pessoa com tal fixação. Por possuirmos a<br />
faculdade de memória quântica, não precisamos ficar encalhados ou perdidos em<br />
nenhum estágio de nossa história. A salvação pessoal é sempre possível.<br />
Os estágios de fusão e separação do processo de crescimento psíquico no ser<br />
humano são os mesmos para os sistemas quânticos elementares, quando estes se<br />
combinam e se recombinam em sistemas maiores; cada subsistema mantém alguma<br />
identidade por meio de seu aspecto partícula e funde-se a uma identidade nova maior<br />
por meio de seu aspecto onda. Tanto nós como as partículas elementares mudamos de<br />
identidade em conseqüência de nossos relacionamentos, mas nós, diferentes delas,<br />
continuamos modificados e acumulamos mudanças (acumulamos personalidade) porque<br />
possuímos memória. Portanto, somente nós (ou sistemas suficientemente complexos<br />
para terem memória) podemos ter uma fase de crescimento integrada.<br />
Fig. 9.3 Mais tarde, o bebê se separa da mãe para envolver-se em outros relacionamentos. O<br />
Segundo Estágio de Erikson.