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Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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9<br />

Os Relacionamentos<br />

que Eu Sou:<br />

Intimidade Quântica<br />

Depois de desenroscarem<br />

Você de mim e o seu do meu,<br />

Ninguém saberá ao certo quem<br />

Era aquele eu cujo meu era você.<br />

Ao ato irão voltar<br />

E mais completamente ignorar.<br />

Robert Graves, The Thieves<br />

Conhecer a si mesmo e não conhecer a si mesmo, ser quem se é e ao mesmo<br />

tempo fugir do que se é, ser independente e contdo em si mesmo e, no entanto, reunir-se<br />

aos outros e sentir-se parte de algo maior que si mesmo — estas são tensões que todos<br />

conhecemos.<br />

Há momentos em que o fardo do ser, suas percepções, responsabilidades,<br />

isolamento são quase mais do que podemos suportar, e em outros momentos lutamos<br />

com todas as forças para preservá-lo, para manter nosso sentido de individualidade e<br />

propriedade. No poema de Graves, os amantes "perdem-se" de bom grado um no outro,<br />

voluntariamente abrindo mão das próprias fronteiras, que de outra forma guardariam e<br />

definiriam seus seres distintos. Nenhum dos dois sabe onde termina um e onde começa<br />

o outro, "quem era aquele eu cujo meu era você". Todos valorizamos muito tais<br />

momentos de intimidade, na verdade muitas vezes arriscamos tudo para vivê-lo e, no<br />

entanto, também nos esforçamos para ter liberdade. Graves chama seu poema de "Os<br />

Ladrões", sugerindo que ambos roubaram um do outro algo que não poderiam<br />

legitimamente tirar.<br />

Freud falou dessas tensões entre o "eu" e o "não-eu" como instinto sexual e<br />

instinto do ego, a batalha constante travada na psique entre o impulso de fundir-se e o<br />

igualmente forte impulso de ficar separado. 1 Na filosofia, a mesma batalha se reflete na<br />

tensão entre os filósofos que argumentam que o indivíduo é tudo e o mundo a seu redor<br />

pouco importante (talvez até inexistente) e outros filósofos que procuram dizer que o<br />

indivíduo é nada, e que seu relacionamento com outras coisas e pessoas é o que<br />

importa.<br />

A primeira é filosofia do individualismo radical que, se levada a extremos, tornase<br />

solipsismo. A segunda encontra voz na filosofia de Parfit, no misticismo oriental e na<br />

preocupação de Marx com a "história", a sociedade e as forças sociais.

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