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Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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instantes tanto as propriedades de ondas como as de partículas. Com seu aspecto<br />

partícula ganham a capacidade de ser algo distinto que pode ser "apontado", mesmo que<br />

breve e não muito precisamente. Com seu aspecto onda ganham a capacidade de se<br />

relacionar com outros "indivíduos" pela sobreposição parcial de suas funções de onda.<br />

Através de seus relacionamentos, de sua sobreposição de funções de onda, algumas de<br />

suas qualidades se fundem de tal modo que formam uma nova totalidade.<br />

As prioridades do novo "indivíduo" são influenciadas pelas dos "subindivíduos"<br />

de cujo relacionamento ele consiste. No entanto, sob todos os aspectos, ele agora se<br />

comporta como uma nova entidade, com plenos direitos, com aspecto ondulatório<br />

próprio e capacidade própria de relacionamentos futuros em seus próprios termos. Esta<br />

é a noção de "holismo relacionai" apresentada na discussão anterior a respeito de como<br />

nossa mente e nosso corpo se relacionam. Uma totalidade criada através de um<br />

relacionamento quântico é uma coisa nova em si, maior que a soma de suas partes.<br />

O processo de integração quântica através do qual totalidades novas e maiores são<br />

criadas é tão infinito que, em seu limite extremo, cada partícula pode estar em alguma<br />

medida relacionada a todas as outras, criando, assim, a qualidade de inteireza não<br />

dividida que poderá ser legitimamente aplicada à realidade física. Mas essa totalidade<br />

não dividida tem uma qualidade "arenosa", vital para que o mundo seja do jeito que é.<br />

Ele é uma totalidade constituída por totalidades menores, cada qual mantendo em<br />

alguma medida as facetas da própria identidade. •<br />

Reconhecemos esses padrões quânticos em nós mesmos, o que não é de espantar.<br />

Se a base física da consciência humana é um sistema mecânico-quântico no cérebro<br />

(nosso condensado de Bose-Einstein), seria de esperar que haja paralelos entre a<br />

natureza composta dos sistemas de partículas e a natureza similarmente composta da<br />

personalidade humana. A dinâmica de uma e de outra é a mesma.<br />

Como os sistemas de partículas, nosso ser é um sistema parcialmente integrado de<br />

"subseres" que, de vez em quando, continuam a afirmar a própria identidade. Suas<br />

fronteiras se deslocam e se fundem como as fronteiras (excitações) no condensado de<br />

Bose-Einstein. Somos por vezes mais fragmentados — mais crianças ou adultos, mais<br />

convencionais ou rebeldes, mais atormentados ou apaziguados — e, por vezes, mais<br />

"coesos", um ser mais integrado que liga os "subseres" de modo mais completo.<br />

Os seres dentro de seres da pessoa quântica ondulam e se sobrepõem, às vezes<br />

mais, às vezes menos (cada um é uma função de onda quântica), e sua área de<br />

sobreposição em determinado momento é responsável pelo sentido de "eu" naquele<br />

momento. "Eu" sou uma testemunha sempre presente nos diálogos entre meus seres, a<br />

unidade superior a todas as minhas muitas subunidades (fig. 8.1). Esta é a definição<br />

mais básica do ser em qualquer momento — a unidade mais altamente integrada de<br />

todas as minhas muitas subunidades.<br />

Mas, em virtude da natureza mecânico-quântica da consciência e do holismo<br />

relacionai das unidades quânticas, esse "eu" mutável, composto, não é um nada, não é<br />

uma ilusão. Ele nunca pode ser reduzido a uma mera coleção de seres distintos nem a<br />

uma coleção de estados cerebrais distintos. "Eu" não sou meu lado rebelde nem meu<br />

• Isso porque o mundo material é feito de férmions — aquelas partículas elementares um tanto<br />

insociáveis, que nunca chegam a uma completa fusão de suas funções de onda.

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