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Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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Introdução<br />

Este livro teve um estranho início. Há três anos, uma equipe de televisão veio me<br />

entrevistar a respeito de um outro livro que eu havia escrito sobre precognição e física<br />

moderna. 1 Desculpando-me, expliquei-lhes que me era difícil falar sobre um assunto tão<br />

abstrato naquele momento, pois estava esperando um bebê. Quando o produtor me<br />

perguntou sobre o que poderia falar, respondi num impulso: "Sobre a maternidade".<br />

Para minha grande surpresa e também deles, seguiu-se uma longa conversa sobre<br />

a maternidade e a física moderna. Vi-me descrevendo minha psique de mulher grávida,<br />

o nascimento de meu primeiro filho e a sensação de mim mesma como mãe em relação<br />

ao mundo freqüentemente fantástico das partículas subatômicas descritas pela física<br />

quântica. O estranho quadro da realidade pintado pela teoria quântica parecia oferecer,<br />

no mínimo, imagens muito ricas com as quais ilustrar o igualmente estranho estado de<br />

gravidez e os primeiros tempos de maternidade. Para minha maior surpresa ainda, essa<br />

conversa se transformou na base de um programa de televisão sobre física quântica e,<br />

pouco depois, em parte de um livro. 2 Reacendeu, também, alguma coisa em mim.<br />

Descobri a teoria quântica aos 16 anos. Estou certa de que aquele contato precoce<br />

influenciou tanto minha vida como minha maneira de ver as implicações do que é<br />

geralmente chamado "nova física". No final da adolescência, tantas coisas se tornam<br />

incertas que somos empurrados com tremenda urgência a encontrar respostas para as<br />

"grandes questões" da vida: quem sou, por que estou aqui, qual é meu lugar no plano<br />

das coisas, por que o mundo é do jeito que é, o que significa um dia ter de morrer?<br />

Enquanto as respostas um tanto estereotipadas de meus pais e o metodismo simples de<br />

meus avós não conseguiam me oferecer uma luz, a nova física pareceu me trazer uma<br />

visão poética.<br />

A emocionante equivalência entre matéria e energia, o fluxo sugerido pela<br />

dualidade onda—partícula, o nascimento e morte repentinos das partículas que eu<br />

observava nos rastros de vapor de minha câmara de Wilson caseira e a exasperante<br />

indeterminação da realidade sugerida pelo princípio da incerteza de Hei-senberg, tudo<br />

isso funcionou como uma poção, excitando minha imaginação e, confesso, dando-me a<br />

sensação um tanto mística de que o Universo estava "vivo". Meu domínio da<br />

matemática da teoria quântica na época não era suficiente para me fornecer uma<br />

explicação detalhada da natureza fundamental das coisas, mas encontrei então os<br />

rudimentos de uma fé em que "tudo aquilo significava alguma coisa".<br />

Infelizmente, este foi o máximo a que minha paixão pôde me levar durante vinte<br />

anos. Apesar, ou talvez por causa do curso de física, fui sendo conduzida por outros<br />

interesses, àquilo que chamamos "cuidar da vida."<br />

Para a maior parte das pessoas, o mundo da física parece um mundo à parte. Suas<br />

complexas fórmulas matemáticas, seus resultados experimentais aparentemente<br />

insondáveis parecem não ter nenhuma relação com o mundo das experiências do senso

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