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Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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física quântica, e mais especificamente um modelo mecânico-quântico da consciência,<br />

permite que vejamos a nós mesmos — nossas almas, se quiser — como parceiros<br />

integrais dos processos da natureza, "tanto na matéria como da matéria". • Esta unha de<br />

argumentação tem implicações muito diferentes para quem está procurando<br />

compreender como nós, criaturas conscientes, nos relacionamos com tudo o mais no<br />

Universo.<br />

Meu palpite, se eu decidisse especular sobre a morte do gato de Schrödinger,<br />

tenderia para o lado dos físicos que sugerem que não há nada paradoxal na realidade em<br />

si, mas, antes, há algo errado, ou ao menos incompleto, na teoria quântica. Em sua<br />

forma atual, uma vez que não consegue explicar o que há na observação que provoca o<br />

colapso da função de onda, ela simplesmente não pode ser aplicada a toda realidade<br />

física. Precisamos de uma matemática mais avançada, argumentam eles, ou talvez até da<br />

descoberta de princípios físicos inteiramente novos, •• 3 e 4 antes de podermos<br />

compreender a transição do mundo quântico para o nosso. Dados aquela matemática ou<br />

estes princípios, tudo entrará literalmente no lugar. Pessoalmente acredito que o que nos<br />

falta, ao menos em parte, é uma física melhor para os próprios observadores, para suas<br />

consciências.<br />

Ao afastar o tema deste livro da noção de que a mente incorpórea do observador<br />

matou o gato não estou, portanto, negando que a consciência humana desempenha um<br />

papel criativo na formação da realidade física. De fato, muitos dos temas desenvolvidos<br />

nos capítulos posteriores baseiam-se no fato de que isto acontece, e ao nível da vida<br />

diária a evidência é quase tão óbvia que não parece necessário mencionar. Cada vez que<br />

uma pessoa consciente decide levantar seu braço, a consciência está produzindo efeitos<br />

na realidade física. Um escultor de madeira ou um construtor de prédios produzem<br />

efeitos ainda mais criativos.<br />

Mas a habilidade da consciência em afetar os processos quânticos vai mais além,<br />

atingindo, ao que parece, o próprio cerne da formação da matéria e levantando questões<br />

tantalizantes sobre a natureza da consciência e da realidade.<br />

Como a realidade acontece depende de como a vemos<br />

Já vimos que o ato de observar um sistema quântico o transforma num objeto<br />

comum. Nossa mera interferência na natureza a transforma, e este simples ato nosso<br />

exigiria que mudássemos totalmente nossa maneira de nos vermos e a nosso lugar<br />

dentro do mundo natural. Mas, ainda pior para aqueles que gostam de pensar que o<br />

mundo "é desse jeito mesmo e pronto", nossa interferência tem uma dimensão<br />

inesperada.<br />

Não só a observação de alguma maneira traz o colapso da função de onda,<br />

ajudando-nos assim a ter um mundo, mas ocorre que o modo especial que escolhemos<br />

• Ficará claro mais adiante (nos capítulos 6 e 7) que esta visão quântica da consciência não nos<br />

compromete com o conhecido argumento reducionista de que a mente não é senão um agrupamento de<br />

átomos.<br />

•• Princípios possivelmente relativos às colisões (as funções de onda colapsam quando interagem com<br />

outros sistemas físicos mais amplos — como o aparelho de meditação, ou mesmo o cérebro do<br />

observador) ou à gravidade (as funções de onda colapsam quando se tornam suficientemente pesadas).

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