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Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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como espécie, depois como indivíduos e finalmente através de nossos relacionamentos e<br />

nossa cultura. Cada qual é um estágio avançado na criação de maior coerência<br />

ordenada, e em cada estágio de sua evolução, poderíamos especular, este processo<br />

estaria, em si, em diálogo com o vácuo (Deus?), sendo expresso como mais flutuações<br />

em seu bojo. As experiências místicas são por vezes descritas como se espelhassem tal<br />

diálogo (fig. 15.2).<br />

Novamente, em termos religiosos, o impulso básico em direção à maior coerência<br />

ordenada pode ser visto como a base física da graça, aquilo que nos permite, através do<br />

relacionamento, transcender a individualidade (a queda) e voltar à unidade (Deus). Em<br />

termos judaicos, o relacionamento salvador é o povo de Israel (a Lei); para os cristãos, o<br />

corpo de Cristo. Em termos quânticos mais amplos, é o processo de sobreposição e<br />

entrada em correlação não-local um com o outro (e um com o mundo do outro) como<br />

sistemas quânticos semelhantes — ver, sentir e tornar-se parte desse processo (fig.<br />

15.3).<br />

Jung conta a história de uma crença dos índios pueblos dos Estados Unidos.<br />

Segundo a crença, eles são filhos do Sol, e sendo assim é seu papel cumprir a obrigação<br />

diária de promover um ritual que ajuda o pai Sol a atravessar o céu. Eles têm esse dever<br />

como uma séria responsabilidade e sentem que a desempenham para benefício de todo<br />

mundo. Como diz Jung sobre essa crença:<br />

Então percebi em que repousava a "dignidade", a serena compostura do índio individual.<br />

Ela nasce do fato de ele ser um filho do Sol; sua vida é cosmologicamente significativa,<br />

pois ele auxilia o pai e preservador de toda a vida em sua ascensão e descida diárias. Se<br />

colocarmos ao lado disso nossas autojustificativas, o significado de nossas vidas como<br />

formulado por nossa razão, é impossível deixar de ver nossa pobreza. 16<br />

Compreender as origens básicas da consciência e nosso próprio papel em sua<br />

evolução poderá ajudar a transcender essa pobreza.<br />

Porque todo o processo evolucionário da vida descrito é um processo quântico,<br />

espera-se que ele tenha muitas "transições virtuais" ou "testes" probabilísticos. O<br />

processo que nos leva como elo vital na corrente da consciência em evolução (coerência<br />

ordenada em evolução) poderá, no fim das contas, não ser um dos que sobreviverão.<br />

Nosso sucesso ou insucesso como parceiros no drama evolutivo estaria sujeito à mesma<br />

"limitação natural" que o sucesso ou insucesso de nossa ética ou estética. Se nossa<br />

existência leva a mais e maior coerência ordenada no Universo, teremos sucesso<br />

enquanto espécie, caso contrário, fracassaremos. Somos, nesse meio tempo, uma<br />

tentativa, uma onda probabilística no lago; porém, mesmo em tal condição, deixaremos<br />

nossas marcas. "Pois as transições virtuais têm muitos efeitos reais..."

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