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Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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O Ser Criativo: Nós como<br />

Co-autores do Mundo<br />

Somos as abelhas do invisível. Loucamente juntamos o mel do visível para<br />

armazená-lo na grande colméia dourada do invisível.<br />

Rilke, Carta a Hulewicz<br />

A criatividade essencial dos seres humanos percorre, como um tema, toda nossa<br />

história e cultura. Vemo-nos como "homem, o artífice" e, em termos científicos<br />

modernos, estabelecemos a origem de nossa espécie remontando ao dia em que o<br />

homem fez sua primeira ferramenta. Sentimos que de algum modo nossa criatividade<br />

nos distingue das feras, definindo nossa humanidade.<br />

Em termos religiosos, nossa criatividade tem sido considerada a razão de nossa<br />

humanidade, a raison d'être da existência humana. Esse tema surge, por exemplo, na<br />

tradição mística judaica, que afirma que Deus fez o homem porque precisava de um<br />

parceiro na criação, 1 e na filosofia de Henri Bergson, que acreditava que todo o<br />

propósito do processo evolutivo era o de Deus “empreender a criação de criadores". 2 É<br />

também, evidentemente, uma idéia que permeia a poesia de Rilke.<br />

"Terra! Invisível", escreve ele em Elegias de Duíno, "qual seu urgente comando<br />

senão a transformação?" 3 E é a nós que esse comando é dado, a nós, "abelhas do<br />

invisível" que por intermédio de nosso viver a um só tempo realizamos e transformamos<br />

o silencioso potencial da terra. Algo em nossa natureza é tal que a criatividade repousa<br />

no cerne de nosso significado.<br />

Certamente sentimos isso a nosso respeito de modo modesto enquanto cuidamos<br />

de nossa vidinha diária e, se refletirmos sobre nosso comportamento, freqüentemente<br />

veremos que um "afã criativo" é a motivação de boa parte dele. Coisas singelas como as<br />

primeiras pinturas de uma criança ou suas primeiras tentativas de empilhar blocos de<br />

madeira; o desejo posterior de construir maquetes, esculpir em sabão, fazer potes de<br />

argila, cestas; e a inclinação adulta pelos hobbies do tipo "faça você mesmo", pela<br />

decoração de suas casas e de sua própria pessoa são todas expressões básicas da mesma<br />

tendência que motiva a escrever poemas ou sinfonias ou articular novas visões<br />

religiosas.<br />

Ainda mais básico, reconhecemos que há algo criativo em enfrentar um novo<br />

desafio, estabelecer um novo relacionamento, abrir um novo caminho. Tais atividades,<br />

como suas contrapartidas mais artísticas, nos estimulam e nos fazem crescer — criam

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