Danah Zohar O SER QUÂNTICO
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Portanto, cada um de nós carrega como resultado de nossa natureza quântica uma tremenda responsabilidade moral. Eu sou responsável pelo mundo porque, nas palavras de Krishnamurti, "eu sou o mundo". Ou, na expressão de Jung: Se as coisas vão mal no mundo, isso é porque algo vai mal com o indivíduo, porque algo vai mal comigo. Portanto, se sou uma pessoa sensata, vou me endireitar primeiro. 23 Apenas responsabilidade dá significado e valor a nossa existência. Mas em que medida podemos fazer face a ela? Se uma psicologia do compromisso e da responsabilidade quiser ter algum valor em si mesma, deverá levantar a questão da liberdade humana, a questão do grau em que qualquer um de nós é livre para se comprometer como quiser ou assumir a responsabilidade que é nossa por natureza. Portanto, uma psicologia quântica deve adotar alguma posição quanto à realidade e eficácia da escolha.
12 A Liberdade do Ser: Responsabilidade Quântica Como poderá a vida respeitar o determinismo exteriormente e, no entanto, agir em liberdade interiormente? Talvez compreendamos isso melhor algum dia. Teilhard de Chardin, O Fenômeno Humano Recentemente, houve tremenda comoção nos jornais ingleses em torno da clemência atribuída a um homem casado que havia estuprado a enteada de oito anos enquanto sua mulher estava nos últimos meses de gravidez. Segundo o juiz que concedeu liberdade a esse homem, seu comportamento era compreensível dada a frustração que ele deve ter sentido diante do desinteresse temporário da esposa pelas relações sexuais normais. Ele não foi considerado responsável por seus atos. Os clamores de indignação que se seguiram ao julgamento demonstraram que a opinião pública discordava claramente dessa decisão. A maioria das pessoas, ou ao menos a maioria daqueles que expressaram sua opinião, achava que o homem deveria ter sido capaz de controlar seus impulsos e, conseqüentemente, deveria assumir plena responsabilidade por seu comportamento, que não só era ilegal como também moralmente repugnante. Por fim, o tribunal acabou concordando, e o homem foi mandado para a prisão. O caso provocou tanta inquietação pública porque as questões em jogo iam muito além da culpabilidade de um único padrasto inglês odioso, ou mesmo da questão dos padrastos em geral. Este caso tocou o ponto nevrálgico de muitos de nós em relação ao grau de nossa liberdade para agir ou não agir como quisermos e ao grau de responsabilidade que deveríamos assumir em conseqüência disso. Tais questões, embora digam respeito ao cerne de nosso significado enquanto seres humanos, têm ficado à margem, ou fora do alcance de nossos melhores raciocínios. Certamente nós nos experimentamos e aos outros como livres, organizando tanto nossos sentimentos quanto nossos negócios segundo esta noção. Toda a idéia do comportamento voluntário e da própria volição — ou da vontade em si — decorre disso, como também, evidentemente, o conceito de espontaneidade de toda uma panóplia de sentimentos, abarcando coisas como admiração e espanto, orgulho e vergonha. Quer pensemos em exemplos triviais como a liberdade de erguer um braço ou de nos levantarmos de uma cadeira sempre que quisermos, ou de decisões mais importantes como escolher com quem casar ou que carreira seguir, se ficamos mais
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