Danah Zohar O SER QUÂNTICO

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14.04.2013 Views

padrão nos substratos quânticos da consciência desses outros), meu papel nesse processo torna-se mais pessoal e permanente. Não sou apenas um elo na corrente do processo, uma ponte que os outros cruzam a caminho do futuro — estas são imagens newtonianas extraídas de uma noção do tempo como uma série de momentos sucessivos. Ao contrário, com uma visão quântica do processo, fica claro, de maneira inédita, que "eu", não só meus átomos e meus genes, mas meu ser pessoal — o padrão que sou eu —, será parte daquilo que está por vir, assim como é parte do nexo do agora e, na realidade, foi em grande parte preparado no passado. Assim como não há espaço nem tempo entre dois raios laser distintos (seus padrões de onda interferem um com o outro não obstante o tempo e o espaço), 6 tampouco existe separação verdadeira entre seres no tempo ou no espaço. Somos todos indivíduos, mas indivíduos dentro de uma unidade maior, uma unidade que define cada um de nós em termos dos outros e dá a cada um de nós uma parcela da eternidade. Compreender isso, compreender a plena realidade do grau em que todos estamos entrelaçados fisicamente exige uma revolução em toda a nossa maneira de perceber a nós mesmos e a nossa relação com os outros. É uma revolução necessária quando aplicamos conceitos quânticos à natureza do ser. Sabemos que a física quântica pede que modifiquemos nossas noções de tempo e espaço, mas agora temos de aceitar o fato de que isso toca o cerne de nossa condição de pessoa. Há algo profundamente feminino em ver o ser como parte de um processo quântico, em sentir por todo o ser que eu e você nos sobrepomos e estamos entrelaçados, tanto agora como no futuro. Selecionar as coisas, vê-las como distintas, dar-lhes nome e estruturá-las logicamente são atributos masculinos. Advêm, se quiser, do "aspecto partícula" de nossa inteligência. Ver as ligações entre as coisas é algo mais feminino. Reflete o "aspecto onda" da psique. Minha compreensão pessoal da verdade do processo veio com a experiência de gravidez e maternidade, mas não é preciso ser mãe, nem mesmo mulher, para se reconhecer a coerência essencial da teoria quântica e daquilo que ela nos diz a respeito de nós mesmos enquanto sistemas quânticos. Todos nós, homens e mulheres, temos um lado feminino, um "aspecto onda", um aspecto que se entrega mais do que segura, que "se dá" às coisas fora do ser nuclear, em vez de se concentrar em construir limites em torno do ser. Esse é o lado que devemos cultivar se quisermos transcender o isolamento e o conseqüente e desnecessário horror à morte. Mas a entrega exigida para se obter o máximo do relacionamento e memória quânticos não é uma entrega passiva. Não é a entrega do místico ou daquele que se marginaliza. O eu-e-você do relacionamento íntimo existe apenas na medida em que me relaciono com você, e todo relacionamento é um esforço. Duas substâncias químicas muitas vezes não renunciam a sua existência inerte a fim de se combinar exceto se excitadas pela adição de calor. Elas devem superar o limiar de sua energia potencial. Da mesma forma, assim como só consigo "tornar-me" um ser na medida em que trabalho a mim mesma, na medida em que luto com energia e concentração para integrar os muitos subseres interiores, só estarei entrelaçada a você se me dedicar a essa tarefa. Devo concentrar toda minha paixão, lealdade e atenções para o contínuo,

evolutivo processo de eu-e-você — tanto o eu-e-você dos relacionamentos a dois, mais pessoais, quanto o eu-e-você em sentido mais amplo, da família, do grupo, da nação, da vida como um todo —, todas as muitas camadas de relacionamento nas quais meu próprio ser pode se misturar, se sobrepor e se entrelaçar com o dos outros. Se eu fizer isso, asseguro meu lugar na continuidade das coisas. O tipo de entrega necessário para se obter o máximo do processo quântico é aquele descrito por Cristo: "...e quem perder sua vida por amor a mim achá-la-á". • Numa visão quântica, aquele que deseja encontrar um lugar para si mesmo na eternidade deve se unir plenamente aos processos de relacionamento da vida agora. Isto me faz lembrar a velha canção que nos diz que não podemos chegar ao céu num velho Ford porque num velho Ford não se vai muito longe. •• Da mesma forma, não podemos nos assegurar um lugar na vida futura dos outros sem uma boa dose de compromisso e responsabilidade em relação ao relacionamento atual. Só tiramos aquilo que colocamos. Sobreviveremos apenas na medida em que tivermos vivido. Devemos estar serenos, e serenos seguindo Para uma outra intensidade, Para uma união maior, uma comunhão mais profunda... • Mateus 16, 25. •• We can't get to heaven in an old Ford car because an old Ford car won't get us very far. (N. da T.)

evolutivo processo de eu-e-você — tanto o eu-e-você dos relacionamentos a dois, mais<br />

pessoais, quanto o eu-e-você em sentido mais amplo, da família, do grupo, da nação, da<br />

vida como um todo —, todas as muitas camadas de relacionamento nas quais meu<br />

próprio ser pode se misturar, se sobrepor e se entrelaçar com o dos outros. Se eu fizer<br />

isso, asseguro meu lugar na continuidade das coisas.<br />

O tipo de entrega necessário para se obter o máximo do processo quântico é<br />

aquele descrito por Cristo: "...e quem perder sua vida por amor a mim achá-la-á". •<br />

Numa visão quântica, aquele que deseja encontrar um lugar para si mesmo na<br />

eternidade deve se unir plenamente aos processos de relacionamento da vida agora.<br />

Isto me faz lembrar a velha canção que nos diz que não podemos chegar ao céu<br />

num velho Ford porque num velho Ford não se vai muito longe. •• Da mesma forma, não<br />

podemos nos assegurar um lugar na vida futura dos outros sem uma boa dose de<br />

compromisso e responsabilidade em relação ao relacionamento atual. Só tiramos aquilo<br />

que colocamos. Sobreviveremos apenas na medida em que tivermos vivido.<br />

Devemos estar serenos, e serenos seguindo<br />

Para uma outra intensidade,<br />

Para uma união maior, uma comunhão mais profunda...<br />

• Mateus 16, 25.<br />

•• We can't get to heaven in an old Ford car because an old Ford car won't get us very far. (N. da T.)

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