erika nunes de medeiros ferreira borges - serex 2012 - UFG

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14.04.2013 Views

outras vozes, outras formas de ação política, reivindicando espaço e legitimação, tal como acontece com as chamadas “jovens feministas” (GONÇALVES e PINTO, 2011). As interações entre as gerações estão embasadas na troca de saberes e de experiências significativas para formação de cada uma delas, porque ao mantermos (e necessitarmos de) vínculos com o outro, nos impregnamos de saberes e valores mutuamente. Como salienta Gonçalves (2011, p.10) apoiada nas reflexões de Celiberti (2009 p.153), a dimensão intersubjetiva, permanentemente construída, calcada no diálogo entre as gerações, pode ser traduzida como constante tensão, sendo necessário analisar as relações intergeracionais “do ponto de vista das continuidades e descontinuidades de um movimento – suas crises, avanços e superações”. Com base na investigação sobre como os diversos movimentos identificados como “feministas” – ONGs ou grupos informais, redes e fóruns e núcleos acadêmicos – enfrentam o problema da passagem do tempo e como investem na formação técnica, intelectual e política de pessoas, visando a sua “transmissão”, o projeto de extensão, que atualmente se encontra em fase de execução, tem como objetivo principal oferecer formação feminista a mulheres e homens de diferentes idades, provenientes de realidades sociais heterogêneas em termos de classe social, raça/etnia, localidade geográfica, escolaridade, orientação sexual. Entendendo “formação feminista” como um conjunto de práticas e teorias não dissociadas que são construídas para e com os sujeitos envolvidos. O curso de extensão na modalidade semi-presencial utilizando recursos da educação a distância (EAD), através da plataforma moodle, se propôs a atingir 100 pessoas, na proporção de 60% de público externo à UFG e 40 % interno. O curso oferece ferramentas didáticas que permitem a replicação dos conhecimentos adquiridos em contextos diversos – sala de aula, comunidades, associações, universidades, etc. – contribuindo para a transmissão intergeracional no feminismo em Goiás. O curso também objetiva proporcionar ferramentas analíticas capazes de focalizar as relações intergeracionais e seu entrelaçamento com gênero, classe, raça, sexualidade e localidade geográfica, focalizando as relações e posições de poder no entrecruzamento desses marcadores, concedendo especial atenção às potenciais tensões e suas formas de enfrentamento.

Metodologia O curso de extensão, que teve início em março, está no seu terceiro módulo. A seguir, descrevo as etapas oferecendo um detalhamento da metodologia e dos resultados até o momento. Antes da realização propriamente dita do curso, o projeto passou pelas etapas de constituição da equipe, a de trabalho, seleção de alunos/as na qualidade de bolsista Probec e Proext/MEC – o projeto obteve apoio financeiro deste programa - organização conjunta do cronograma de atividades e atribuição de responsabilidades, treinamento nas metodologias feministas – nas modalidades presencial e EAD, com treinamento na plataforma Moodle. No que concerne à execução do projeto, ocorreu a preparação do curso: módulos e disciplinas virtuais e encontros de vivências presenciais; divulgação, seleção e inscrição das/os candidatas/os. O curso tem carga horária de 120 horas, das quais 40 presenciais (oito horas/mês, aos sábados, na área I da PUC/GO na Praça Universitária). Tendo iniciado no dia 17/03, o curso está programado para encerrar no dia 30/06 de 2012. Um segundo curso, com as mesmas características será ofertado no segundo semestre. O programa do curso está dividido em quatro módulos, teóricos e reflexivos: Módulo I – Feminismos – histórias, contextos, narrativas; Módulo II – Sexualidades, corpo, identidades; Módulo III – Política e ativismos; Módulo IV – Arte, mídia e cultura. O curso se inspira e reproduz conceitos das metodologias feministas criadas e já plenamente consolidadas, que consistem na distribuição horizontal de saber e poder entre suas integrantes, rompendo com formas tradicionais de organização verticalizada. O feminismo acredita na prática educativa como aquela que é centrada na iniciativa das integrantes, na relação dialógica, na intersubjetividade, engendrando a busca autonomamente com participação efetiva de suas participantes, contribuindo para uma certa “irmandade” entre as/os militantes. Os/as participantes receberão certificado da UFG na modalidade "curso de extensão", carga horária de 120 horas se totalizarem 75% da freqüência. As instituições responsáveis e que dão sustentação material ao projeto são o Ser-Tão - Núcleo de Estudos e Pesquisas em gênero e sexualidade, vinculado à Faculdade de Ciências Sociais, o Grupo Transas do Corpo, cuja contrapatida são recursos materiais e humanos, pois seu corpo docente continua formado pelas experientes coordenadoras e educadoras do grupo, que são também professoras da

outras vozes, outras formas <strong>de</strong> ação política, reivindicando espaço e legitimação, tal<br />

como acontece com as chamadas “jovens feministas” (GONÇALVES e PINTO,<br />

2011).<br />

As interações entre as gerações estão embasadas na troca <strong>de</strong> saberes e <strong>de</strong><br />

experiências significativas para formação <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las, porque ao mantermos<br />

(e necessitarmos <strong>de</strong>) vínculos com o outro, nos impregnamos <strong>de</strong> saberes e valores<br />

mutuamente.<br />

Como salienta Gonçalves (2011, p.10) apoiada nas reflexões <strong>de</strong> Celiberti<br />

(2009 p.153), a dimensão intersubjetiva, permanentemente construída, calcada no<br />

diálogo entre as gerações, po<strong>de</strong> ser traduzida como constante tensão, sendo<br />

necessário analisar as relações intergeracionais “do ponto <strong>de</strong> vista das<br />

continuida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um movimento – suas crises, avanços e<br />

superações”.<br />

Com base na investigação sobre como os diversos movimentos i<strong>de</strong>ntificados<br />

como “feministas” – ONGs ou grupos informais, re<strong>de</strong>s e fóruns e núcleos<br />

acadêmicos – enfrentam o problema da passagem do tempo e como investem na<br />

formação técnica, intelectual e política <strong>de</strong> pessoas, visando a sua “transmissão”, o<br />

projeto <strong>de</strong> extensão, que atualmente se encontra em fase <strong>de</strong> execução, tem como<br />

objetivo principal oferecer formação feminista a mulheres e homens <strong>de</strong> diferentes<br />

ida<strong>de</strong>s, provenientes <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s sociais heterogêneas em termos <strong>de</strong> classe<br />

social, raça/etnia, localida<strong>de</strong> geográfica, escolarida<strong>de</strong>, orientação sexual.<br />

Enten<strong>de</strong>ndo “formação feminista” como um conjunto <strong>de</strong> práticas e teorias não<br />

dissociadas que são construídas para e com os sujeitos envolvidos.<br />

O curso <strong>de</strong> extensão na modalida<strong>de</strong> semi-presencial utilizando recursos da<br />

educação a distância (EAD), através da plataforma moodle, se propôs a atingir 100<br />

pessoas, na proporção <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong> público externo à <strong>UFG</strong> e 40 % interno.<br />

O curso oferece ferramentas didáticas que permitem a replicação dos<br />

conhecimentos adquiridos em contextos diversos – sala <strong>de</strong> aula, comunida<strong>de</strong>s,<br />

associações, universida<strong>de</strong>s, etc. – contribuindo para a transmissão intergeracional<br />

no feminismo em Goiás. O curso também objetiva proporcionar ferramentas<br />

analíticas capazes <strong>de</strong> focalizar as relações intergeracionais e seu entrelaçamento<br />

com gênero, classe, raça, sexualida<strong>de</strong> e localida<strong>de</strong> geográfica, focalizando as<br />

relações e posições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r no entrecruzamento <strong>de</strong>sses marcadores, conce<strong>de</strong>ndo<br />

especial atenção às potenciais tensões e suas formas <strong>de</strong> enfrentamento.

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