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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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imobiliário, além do caráter perceptivo da população em relação às áreas ver<strong>de</strong>s na<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

As formas não-monetárias <strong>de</strong> valor associadas à vida urbana, herança da<br />

construção histórica da cida<strong>de</strong> e do território permanecem como possibilida<strong>de</strong>s para a<br />

criação <strong>de</strong> políticas que vise um “<strong>de</strong>senvolvimento urbano sustentável” da cida<strong>de</strong>. Um<br />

aspecto fundamental <strong>de</strong>sta valoração <strong>de</strong>ste comprometimento com o lugar diz respeito<br />

ao direito à informação, ao conhecimento <strong>de</strong>sses espaços: ninguém se apropria daquilo<br />

que <strong>de</strong>sconhece.<br />

Comprometimento com o lugar ainda po<strong>de</strong> ser entendido como a questão do<br />

local como promotor <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Por isso acredita-se na manutenção das<br />

áreas ver<strong>de</strong>s urbanas, ou <strong>de</strong> um “ecossistema urbano” como promotor <strong>de</strong> um<br />

funcionamento saudável para as cida<strong>de</strong>s, ou amenizador <strong>de</strong> problemas causados pela<br />

poluição, contemplando a socieda<strong>de</strong> e a subjetivida<strong>de</strong> humana através da percepção e<br />

da interação do homem com o local que vive. Porém o significado <strong>de</strong> uma área ver<strong>de</strong> na<br />

cida<strong>de</strong> não se limita as questões ecológicas. Existem ainda implícitas, ou explicitas<br />

como no caso da EECO da <strong>UFMG</strong> muitos interesses tecidos como pano <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong><br />

discussões ecológico-urbanas. A questão do valor <strong>de</strong>sses espaços ainda restantes nas<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verá ser observada para além da subjetivida<strong>de</strong> criadas em torno das áreas<br />

ver<strong>de</strong>s. Não po<strong>de</strong>mos esquecer-nos do atual momento das discussões urbanas<br />

relacionados às “cida<strong>de</strong>s sustentáveis”, propagandas e marketing ecológicos que se<br />

apropriam <strong>de</strong>sta vestimenta ver<strong>de</strong> para “ven<strong>de</strong>r” espaços, ou a própria cida<strong>de</strong>. Observase<br />

que os significados especulativos entorno das áreas ver<strong>de</strong>s muitas vezes se<br />

sobrepões aos significados ecológicos e sociais. Ou seja, na cida<strong>de</strong> todos os espaços,<br />

ver<strong>de</strong>s, vazios ou <strong>de</strong>svalorizados po<strong>de</strong>m tornar-se objetos <strong>de</strong> interesse econômicoespeculativo,<br />

mediante as metamorfoses sofridas ao longo da construção da própria<br />

história urbana.<br />

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