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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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Para além <strong>de</strong> uma constatação <strong>de</strong> cunho teórico, existem fatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

prática que envolve as esferas econômicas e política, que interferem diretamente nas<br />

permanências das áreas ver<strong>de</strong>s no meio urbano. Ainda mais quando se trata <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s<br />

em países sub<strong>de</strong>senvolvidos que tiverem um crescimento rápido dos gran<strong>de</strong>s centros<br />

em pouco tempo. Cabe questionar até que ponto, ou quais ferramentas legais <strong>de</strong>veriam<br />

pautar a preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s nas cida<strong>de</strong>s mediante um processo rápido <strong>de</strong><br />

expansão urbana?<br />

No Brasil, possuímos o Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (SNUC)<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000, que não consta em nenhum <strong>de</strong> seus artigos a categoria <strong>de</strong> preservação<br />

ambiental urbana. Ora se 80% da população brasileira habita cida<strong>de</strong>s, e estamos diante<br />

<strong>de</strong> um eminente colapso ambiental, principalmente pela supressão dos últimos<br />

resquícios <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s nas cida<strong>de</strong>s, como um regulamento fe<strong>de</strong>ral não dá conta <strong>de</strong><br />

tratar da questão ambiental-urbana?<br />

O mo<strong>de</strong>lo intensivo e extensivo <strong>de</strong> urbanização das metrópoles brasileiras nas<br />

últimas três décadas produziu um espaço urbano fragmentado, com significativos<br />

problemas <strong>de</strong> funcionamento e <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação ambiental, bem como <strong>de</strong> articulação em<br />

termos <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural da população com a ocupação urbana resultante. Em<br />

Belo Horizonte, por exemplo, tal realida<strong>de</strong> não foi diferente uma vez que a conciliação<br />

entre crescimento econômico e o <strong>de</strong>senvolvimento ecologicamente “sustentável” ainda<br />

parece presa a teorias que nos dizem pouco. Tecer novos caminhos ao se ampliar as<br />

questões ambientais nas cida<strong>de</strong>s contemporâneas principalmente pautadas pela<br />

formulação e integração <strong>de</strong> políticas públicas visando a criação <strong>de</strong> ambientes favoráveis<br />

à sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva em médio e longo prazo <strong>de</strong> gestão<br />

territorial extrapola as discussões normativas. Ou seja, além <strong>de</strong> leis restritivas as<br />

políticas públicas <strong>de</strong>veriam direcionar as ações do Estado aos diversos setores <strong>de</strong><br />

atuação com vistas à construção <strong>de</strong> um ambiente urbano saudável e com<br />

homogeneida<strong>de</strong> na qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />

Segundo Pádua (1989, p.04) não se <strong>de</strong>ve concluir “que a vonta<strong>de</strong> pública é algo<br />

uniforme, se bem que a questão ambiental dá margem às coalisões mais amplas que se<br />

po<strong>de</strong> imaginar”. Entenda-se, a cida<strong>de</strong> apesar <strong>de</strong> manter políticas ambientais favoráveis e<br />

intersetoriais ainda precisa equilibrar a distribuição <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s pela malha urbana,<br />

incentivando um processo <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> acesso à qualida<strong>de</strong> ambiental. Nesse sentido<br />

po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar a questão ambiental como uma questão social. Sem esquecer o<br />

caráter econômico dos processos <strong>de</strong> apropriação e venda das áreas ainda “vazias” nas<br />

cida<strong>de</strong>s. E são exatamente essas áreas que coinci<strong>de</strong>m muitas vezes com o que ainda<br />

resta <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s públicas. Nesse sentido precisamos pensar nas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

manutenção pela inaplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas leis urbanísticas, das pressões do mercado<br />

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