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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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Na reunião do Conselho <strong>De</strong>liberativo <strong>de</strong> Patrimônio Cultural, no dia 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

1992, ficou <strong>de</strong>cido a favor do uma nova área <strong>de</strong> tombamento, sugerida pela Secretaria<br />

<strong>de</strong> Meio Ambiente, que abrangeria todo o quarteirão 14, impossibilitando as construções<br />

dos prédios uma vez que a área manteria seu status <strong>de</strong> preservação ambiental e<br />

realização <strong>de</strong> pesquisa, as prerrogativas <strong>de</strong> uma estação ecológica. A seguir trechos da<br />

<strong>de</strong>liberação:<br />

O Conselho <strong>De</strong>liberativo do Patrimônio Cultural do Município reunido em<br />

sessão ordinária, às 15 horas do dia 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1992, aten<strong>de</strong> a<br />

<strong>de</strong>terminação no artigo 26 das Disposições Transitórias da Lei Orgânica<br />

Municipal, aprovou como perímetro da área tombada no inciso XI do<br />

Artigo 224 da mesma Lei, a <strong>de</strong>limitação da área caracterizada como Setor<br />

Especial 1 do quarteirão 15 conforme Lei Municipal nº 5657 <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong><br />

janeiro <strong>de</strong> 1990 e o quarteirão 14 (on<strong>de</strong> se localiza a Estação Ecológica<br />

do campus Pampulha da <strong>UFMG</strong>) observando-se as seguintes diretrizes<br />

<strong>de</strong> uso, cujos princípios são previstos no Programa Ecológico do Campus<br />

Pampulha da Portaria nº 320, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1979, que aprovou:<br />

1. Conservação e Manejo <strong>de</strong> fauna e flora;<br />

2. <strong>De</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, pesquisa e<br />

educação ambiental;<br />

3. Favorecimento <strong>de</strong> infra-estrutura a<strong>de</strong>quada ao<br />

estabelecimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> zoneamento <strong>de</strong> parques e<br />

manejo <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> conservação.<br />

Essa <strong>de</strong>cisão gerou um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto e indignação, agora por parte da<br />

reitoria e daqueles que haviam apoiado a construção dos prédios na área. Inclusive o<br />

professor Edézio Teixeira <strong>de</strong> Carvalho, do IGC que havia realizado um parecer favorável<br />

a construção escreveu um artigo publicado no Boletim nº921, <strong>de</strong> 19/06/92, que “a<br />

<strong>de</strong>cisão do egrégio Conselho <strong>De</strong>liberativo do Patrimônio Cultural do Município<br />

caracterizava-se por: predomínio do argumento político, habilmente manipulado sobre o<br />

técnico; intervenção no negócios internos <strong>de</strong>terminado-lhe o que fazer em seu território”.<br />

Para outros o resultado concreto era que a o campus havia sido subtraído <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><br />

expansão e que a área do campus Pampulha sofreria um a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> construção.<br />

Enfim, uma série <strong>de</strong> argumentos e contraposições foi dada, pois afinal era uma<br />

intervenção externa à universida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>cidindo sobre a mesma que fora solicitada por um<br />

“pequeno” grupo <strong>de</strong> professores, estudantes e ambientalistas do ICB 70 .<br />

70 Pois bem como lembrou o professor Eduardo Cisalpino: “era um pequeno grupo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo, na época. Eu<br />

acho o seguinte, nós não tínhamos munição e o grupo ecológico não tinha munição suficiente para encarar<br />

um Conselho Universitário, pensei que nós fossemos fazer greve, era um pequeno grupo <strong>de</strong> gatos pingados,<br />

o que nós tínhamos era o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma Congregação e o que é uma congregação? Nem nossos irmãos do<br />

Geociências nos ajudaram, nem o pessoal do ICEX, éramos só nós, a burocracia toda queria construir lá<br />

<strong>de</strong>ntro, então nós não tínhamos era munição. E confesso que fiquei muito preocupado com a questão do<br />

recurso, com medo da própria Comam falar assim “<strong>de</strong>ixa esses cara pra lá, eles são doidos”, a sorte é que<br />

teve Paulo Neves <strong>de</strong> Carvalho, <strong>de</strong> secretário um homem lúcido, o que nós contamos foi com a sensibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>le.[...] agora cada vez mais eu acreditei no ICB, é a instituição <strong>de</strong> amanhã que teve coragem, mas era um<br />

rolo compressor, <strong>de</strong> construir ali, era um furor <strong>de</strong> construção pela construção. Não adiantou mostrar dados<br />

acadêmicos, foi uma insensibilida<strong>de</strong>.” (Entrevista realiza em 05/12/2007)<br />

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