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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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<strong>de</strong> ser um movimento dos estudantes <strong>de</strong> biologia, para ser da<br />

comunida<strong>de</strong> universitária como um todo. [...] Sabíamos <strong>de</strong> antemão que<br />

não conseguiríamos ganhar essa luta se não trouxéssemos outros<br />

protagonistas para essa batalha, e olha que estou usando terminologia<br />

<strong>de</strong> guerra, porque na verda<strong>de</strong> era uma batalha, um posicionamento que<br />

não havia mais como ser conciliado. (Entrevista realizada em<br />

03/12/2007)<br />

O tombamento era o instrumento mais ágil para aquela situação, como até hoje.<br />

Segundo Flávio Carsala<strong>de</strong>, o tombamento é um instrumento legal que remonta ao ano<br />

<strong>de</strong> 1937, e permanece até hoje como um instrumento <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r muito gran<strong>de</strong>, pois após<br />

o tombamento po<strong>de</strong>-se fazer até alguma alteração na área, mas sempre terá que<br />

obe<strong>de</strong>cer as prerrogativas da área sob a tutela <strong>de</strong> quem tombou. No caso <strong>de</strong> uma área<br />

<strong>de</strong> preservação como a Estação Ecológica, <strong>de</strong> acordo com os esclarecimentos do<br />

professor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito da <strong>UFMG</strong>, José Luiz Borges Horta (Entrevista<br />

realizada em 07/12/2007), o tombamento seria “algo para além da simples proprieda<strong>de</strong><br />

privada, ultrapassa o domínio da proprieda<strong>de</strong> privada que é no caso, a preservação da<br />

área para gerações futuras”.<br />

Os pedidos foram encaminhados a Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e o processo<br />

tramitou até chegar ao Conselho <strong>De</strong>liberativo do Patrimônio. Novamente este ponto foi<br />

tratado com gran<strong>de</strong>s divergências pelos atores que estiveram diretamente envolvidos<br />

com a causa na época. Por parte dos que <strong>de</strong>sejavam construir os prédios na área <strong>de</strong><br />

capineira, acreditaram que pelo fato <strong>de</strong> um órgão exterior a universida<strong>de</strong> ter que<br />

interce<strong>de</strong>r numa <strong>de</strong>cisão já tomada pelo órgão máximo da instituição significaria um<br />

<strong>de</strong>sacato a autonomia universitária. Por outro lado o grupo li<strong>de</strong>rado pelos professores do<br />

ICB buscava em outras instancias alguma forma <strong>de</strong> comprovar que havia equívocos para<br />

além <strong>de</strong> afirmações técnicas, <strong>de</strong> que não era viável o que estava sendo <strong>de</strong>signado para<br />

a área da Estação Ecológica, e que havia alternativas <strong>de</strong> construir os prédios,<br />

transferindo assim as unida<strong>de</strong>s para o campus Pampulha. O processo tramitou entre o<br />

Conselho Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente (Copam), Secretaria Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente,<br />

Secretaria <strong>de</strong> Cultura até ser solicitado pelo Conselho <strong>De</strong>liberativo do Patrimônio Cultural<br />

um parecer sobre ocaso pra que a fosse então <strong>de</strong>cidido pelo mesmo conselho qual seria<br />

a atitu<strong>de</strong> que melhor cabia ao caso. Nesse processo foi <strong>de</strong>stacada pelos <strong>de</strong>poentes a<br />

figura do vereador João Bosco Senra.<br />

O vereador se posicionou pela luta da criação do Parque Lagoa do Nado,<br />

e foi dali que ele se i<strong>de</strong>ntificou cada vez mais com as causas ambientais e<br />

se <strong>de</strong>dicou a EECO <strong>de</strong> uma maneira enfática. Era na Secretaria <strong>de</strong><br />

Cultura que nós sabíamos que tínhamos espaço <strong>de</strong> modo a vencer lá, e<br />

como realmente aconteceu. Foram várias reuniões na Secretaria <strong>de</strong><br />

Cultura e nós íamos fazer lobby. Eram reuniões muito tensas[...] E a partir<br />

do momento que a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Cultura tombou aquela área<br />

como Patrimônio Municipal <strong>de</strong> Belo Horizonte, a universida<strong>de</strong> não podia<br />

fazer mais nada. (Júlio Emílio Diniz. Entrevista <strong>de</strong> 03/12/2007)<br />

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