UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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são os pilares das universidades. Como poderia a área ser apropriada por pesquisadores, alunos e professores se não havia o mínimo de estrutura, ideal para os processos de ensino e pesquisa. Segundo o professor Carlos Magno Ribeiro “aquela área ficou muito tempo território de ninguém, os alunos não iam lá sozinho eventualmente alunos da geografia e da biologia faziam pesquisas lá”. Este cenário de inutilização, ou (des) uso em meados dos anos 80 nada lembrava os ideais que motivaram os pedidos dos professores, bem como da criação das Comissões anteriores. Constatou-se ainda através de pesquisas realizadas no Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) que durante o período de 1983 a 1989, pouco se falou ou se divulgou em relação a um “Programa Ecológico da UFMG” ou qualquer outra notícia de pesquisa ou utilização da área. [VER ANEXO I] 2.5 Uma nova tentativa de utilização da área: Comissão Executiva de 1988 Após as tentativas de utilização e dotação da área de um sentido científicopreservacionista, o professor Lair Rennó, então Diretor do Instituto de Ciências Biológicas em 1988 encaminha um ofício ao Reitor Cid Veloso, solicitando a recuperação das instalações do prédio localizado na “Estação Experimental” justificando a recuperação para utilização do espaço para os cursos de Pós Graduação de Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Sivestre. O professor também sugeriu a criação de uma comissão menor, visto as experiências das comissões anteriores. Esta comissão com caráter “executivo” deveria chamar a atenção para a necessidade de implementação de outras medidas inadiáveis para o uso da área, até então subutilizada pela universidade. Segundo o professor da Escola de Arquitetura, Flávio Carsalade, que integrou a Comissão Executiva de 1988, existiu um movimento daqueles professores (ICB) que foi criado para estudar a possibilidade de implantação da primeira comissão em 1976. No momento em que o reitor Cid Veloso institui oficialmente a Estação Ecológica foi criada uma comissão no sentido de coordenar e administrar essa área. Então o objetivo desta era um pouco diferente da primeira comissão. A primeira comissão tinha mais pessoas ligadas às áreas ambientais, especialmente do ICB, e a segunda comissão procurava uma visão universitária maior, no sentido e abranger outras unidades da universidade. O que era uma estratégia, inclusive de dar uma legitimação maior para a EECO. E aí por isso o envolvimento do ICB, com o professor Célio Valle que inclusive participara da primeira comissão. Da geografia do IGC, o professor Carlos Magno Ribeiro, e da Arquitetura eu. Então o objetivo dessa comissão era implantar a EECO, enquanto da primeira era mais estudar a possibilidade de criação dela. (Entrevista realizada em 13/11/2007) Em 29 de junho de 1988, pela Portaria nº0866, é instituída a Comissão Executiva pelos professores Célio Murilo Valle, do Instituto de Ciências Biológicas, Carlos Magno 64

Ribeiro, do Instituto de Geociências e Flávio Lemos Carsalade, Escola de Arquitetura. As atribuições da Comissão Executiva seriam de administrar o “Campus Ecológico”, elaborar um Plano Diretor e proposta orçamentária, estabelecer diretrizes de funcionamento e propor a definição de outras contribuições necessárias à implementação para sua efetiva utilização. Até 1988 a área havia sido designada como “Estação Experimental”, “Parque Ecológico” ou “Grupo Ecológico”. Este seria um dos últimos documentos que trataria a área com a denominação “Campus Ecológico”. Com esta comissão surge a “Estação Ecológica da UFMG” embasada segundo o professor Célio Murilo Valle em suas propriedades físicas (tamanho da área e biomas presentes) e características científicas. Como a realização de pesquisas e atividades de ensino e não havia naquela época outra classificação para designar a área pelas suas características de preservação em meio urbano 58 . Inclusive em 11 de novembro de 1988 foi divulgada no Boletim Informativo da Universidade de nº 779 a logomarca da Estação Ecológica da UFMG adotada após um concurso realizado na universidade no mesmo ano. Percebe-se na fala dos atores envolvidos com o processo de implementação na época que as idéias eram muito mais no âmbito prático, administrativo, e institucional. Pois a “primeira idéia era a ocupação física daquele espaço, ter pessoas lá dentro fazendo alguma coisa lá, no sentindo de mostrar para a comunidade interna e externa que aquele era um espaço que estava sendo ocupado” (professor Carlos Magno Ribeiro. Entrevista 24/11/2007). O intuito era dotar a área de um espaço junto ao organograma administrativo e ampliar as relações com outros institutos, não só aqueles que poderiam estar diretamente relacionados com a questão ecológica. Enalteceu-se a idéia de estabelecer uma ligação interna no próprio campus como também com a comunidade externa. A idéia seria estimular o lazer contemplativo, e, sobretudo educação ambiental. Podemos novamente relacionar o caráter desta nova Comissão ao momento do ambientalismo mundial e brasileiro. Na esfera nacional, como apontado no primeiro capítulo, com a redemocratização do país era criado o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), e observado na esfera civil o que Viola (1992) considerou como uma “profissionalização” do movimento ambientalista brasileiro, transformado num movimento multissetorial e completo. Acompanhando a evolução dos paradigmas ambientais esta Comissão possuía condições que a diferenciava das anteriores. 58 De acordo com a Lei Federal nº6902, de 27/04/81, estações ecológicas são áreas representativas de ecossistemas brasileiros destinados a realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento de educação conservacionista. 65

Ribeiro, do Instituto <strong>de</strong> Geociências e Flávio Lemos Carsala<strong>de</strong>, Escola <strong>de</strong> Arquitetura. As<br />

atribuições da Comissão Executiva seriam <strong>de</strong> administrar o “Campus Ecológico”, elaborar<br />

um Plano Diretor e proposta orçamentária, estabelecer diretrizes <strong>de</strong> funcionamento e<br />

propor a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> outras contribuições necessárias à implementação para sua efetiva<br />

utilização.<br />

Até 1988 a área havia sido <strong>de</strong>signada como “Estação Experimental”, “Parque<br />

Ecológico” ou “Grupo Ecológico”. Este seria um dos últimos documentos que trataria a<br />

área com a <strong>de</strong>nominação “Campus Ecológico”. Com esta comissão surge a “Estação<br />

Ecológica da <strong>UFMG</strong>” embasada segundo o professor Célio Murilo Valle em suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s físicas (tamanho da área e biomas presentes) e características científicas.<br />

Como a realização <strong>de</strong> pesquisas e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e não havia naquela época outra<br />

classificação para <strong>de</strong>signar a área pelas suas características <strong>de</strong> preservação em meio<br />

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Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nº 779 a logomarca da Estação Ecológica da <strong>UFMG</strong> adotada após um<br />

concurso realizado na universida<strong>de</strong> no mesmo ano.<br />

Percebe-se na fala dos atores envolvidos com o processo <strong>de</strong> implementação na<br />

época que as idéias eram muito mais no âmbito prático, administrativo, e institucional.<br />

Pois a “primeira idéia era a ocupação física daquele espaço, ter pessoas lá <strong>de</strong>ntro<br />

fazendo alguma coisa lá, no sentindo <strong>de</strong> mostrar para a comunida<strong>de</strong> interna e externa<br />

que aquele era um espaço que estava sendo ocupado” (professor Carlos Magno Ribeiro.<br />

Entrevista 24/11/2007).<br />

O intuito era dotar a área <strong>de</strong> um espaço junto ao organograma administrativo e<br />

ampliar as relações com outros institutos, não só aqueles que po<strong>de</strong>riam estar<br />

diretamente relacionados com a questão ecológica. Enalteceu-se a idéia <strong>de</strong> estabelecer<br />

uma ligação interna no próprio campus como também com a comunida<strong>de</strong> externa. A idéia<br />

seria estimular o lazer contemplativo, e, sobretudo educação ambiental.<br />

Po<strong>de</strong>mos novamente relacionar o caráter <strong>de</strong>sta nova Comissão ao momento do<br />

ambientalismo mundial e brasileiro. Na esfera nacional, como apontado no primeiro<br />

capítulo, com a re<strong>de</strong>mocratização do país era criado o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Meio<br />

Ambiente (Ibama), e observado na esfera civil o que Viola (1992) consi<strong>de</strong>rou como uma<br />

“profissionalização” do movimento ambientalista brasileiro, transformado num movimento<br />

multissetorial e completo. Acompanhando a evolução dos paradigmas ambientais esta<br />

Comissão possuía condições que a diferenciava das anteriores.<br />

58 <strong>De</strong> acordo com a Lei Fe<strong>de</strong>ral nº6902, <strong>de</strong> 27/04/81, estações ecológicas são áreas representativas <strong>de</strong><br />

ecossistemas brasileiros <strong>de</strong>stinados a realização <strong>de</strong> pesquisas básicas e aplicadas <strong>de</strong> Ecologia, à proteção<br />

do ambiente natural e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> educação conservacionista.<br />

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