UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De
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laboratório para os alunos, uma vez que não haveria necessidade de realizar grandes saídas a campo para acompanhar um processo de regeneração ou de sucessão ecológica de áreas degradadas, por exemplo. Figura 03. Vista da área do antigo Lar Don Orione, na década de 40. Fonte: Arquivo DPFO. Os anos 70 foram muito efervescentes para o movimento ambientalista na cidade de Belo Horizonte, e isso culminou na criação de uma movimentação dentro do Departamento de Ciências Biológicas em prol da área que o antigo “Lar Don Orione” ocupava. Nesse sentido o professor Cisalpino comenta sobre as primeiras intenções em relação à área que hoje a Estação Ecológica da UFMG ocupa, e dos motivos que levaram a criação da Portaria nº698, de 1976, Comecei a perceber que não era mais possível ficar só plantando árvores no campus, e tinha a área [quarteirão 14] dos nossos ecologistas que falavam que precisava ser preservada, porque estava sendo destruída. Então com auxilio da Prefeitura, do [engenheiro] Ives Chalfun, e dos advogados da universidade, o professor Alfredo Baracho que era o procurador da universidade, retiramos aos poucos alguns “invasores”, e negociamos com o Don Orione a remoção. Isso tudo de acordo com a portaria de 1976 [...] Mais ainda essa tema meio ambiente estava engatinhando, eu estava mais interessado em preservar a mata. Fui diretor do Conselho de Pesquisa da universidade, membro e diretor do Conselho, e depois da própria Fapemig, como um dos fundadores. Então quer dizer pelo meu perfil, essa portaria não caiu do céu. Foi a visão e a própria história do campus. Quando eu vi que tinha sido “terra arrasada”, até Mata Atlântica achei que era da mais alta importância preservar aquela área para finalidade de pesquisa e de meio ambiente. (Entrevista, 05/12/2007) Mesmo ao ter sua origem em meio a um fragmentado e até certo ponto fragilizado movimento ambientalista, foi-se criando um cenário favorável que culminou na 58
desapropriação pela Prefeitura de Belo Horizonte da área sugerida para sediar a “Estação Experimental”. Apesar de todos os pontos a favor de sua institucionalização através da desapropriação da área, envolvimento de alguns atores e com a comissão instituída o “Programa Ecológico do Campus da Pampulha” só seria aprovado no próximo reitorado. Somente o professor Celso Vasconcelos Pinheiro (1979-1982) pela Portaria nº320, de 31 de janeiro de 1979 criaria a normativa do programa. A única obra realizada na área entre as duas portarias foi a construção de um lago com 15 000 m² de área aproximada, para a criação de duas espécies de peixes: a Tilápia e Tucunaré 52 . As Figuras 04, 05 e 06 ilustram essas obras: Figura 04: Construção da lagoa em 1977. Fonte: Arquivo DPFO. 52 Boletim Informativo da UFMG, nº172, de 22/09/77. 59
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laboratório para os alunos, uma vez que não haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar gran<strong>de</strong>s<br />
saídas a campo para acompanhar um processo <strong>de</strong> regeneração ou <strong>de</strong> sucessão<br />
ecológica <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, por exemplo.<br />
Figura 03. Vista da área do antigo Lar Don Orione, na década <strong>de</strong> 40. Fonte: Arquivo DPFO.<br />
Os anos 70 foram muito efervescentes para o movimento ambientalista na cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Belo Horizonte, e isso culminou na criação <strong>de</strong> uma movimentação <strong>de</strong>ntro do<br />
<strong><strong>De</strong>partamento</strong> <strong>de</strong> Ciências Biológicas em prol da área que o antigo “Lar Don Orione”<br />
ocupava. Nesse sentido o professor Cisalpino comenta sobre as primeiras intenções em<br />
relação à área que hoje a Estação Ecológica da <strong>UFMG</strong> ocupa, e dos motivos que<br />
levaram a criação da Portaria nº698, <strong>de</strong> 1976,<br />
Comecei a perceber que não era mais possível ficar só plantando árvores<br />
no campus, e tinha a área [quarteirão 14] dos nossos ecologistas que<br />
falavam que precisava ser preservada, porque estava sendo <strong>de</strong>struída.<br />
Então com auxilio da Prefeitura, do [engenheiro] Ives Chalfun, e dos<br />
advogados da universida<strong>de</strong>, o professor Alfredo Baracho que era o<br />
procurador da universida<strong>de</strong>, retiramos aos poucos alguns “invasores”, e<br />
negociamos com o Don Orione a remoção. Isso tudo <strong>de</strong> acordo com a<br />
portaria <strong>de</strong> 1976 [...] Mais ainda essa tema meio ambiente estava<br />
engatinhando, eu estava mais interessado em preservar a mata. Fui<br />
diretor do Conselho <strong>de</strong> Pesquisa da universida<strong>de</strong>, membro e diretor do<br />
Conselho, e <strong>de</strong>pois da própria Fapemig, como um dos fundadores. Então<br />
quer dizer pelo meu perfil, essa portaria não caiu do céu. Foi a visão e a<br />
própria história do campus. Quando eu vi que tinha sido “terra arrasada”,<br />
até Mata Atlântica achei que era da mais alta importância preservar<br />
aquela área para finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong> meio ambiente. (Entrevista,<br />
05/12/2007)<br />
Mesmo ao ter sua origem em meio a um fragmentado e até certo ponto<br />
fragilizado movimento ambientalista, foi-se criando um cenário favorável que culminou na<br />
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