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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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um horto e uma estação climatológica, <strong>de</strong>stinando assim áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro do campus<br />

a ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e ensino.<br />

O campus universitário da <strong>UFMG</strong> tornou-se ao longo <strong>de</strong> sua implantação exemplo<br />

<strong>de</strong> planejamento, inclusive prestava assessoria a outras universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong>vido a<br />

sua excelência. Essa excelência juntamente com as iniciativas dos movimentos<br />

ambientalistas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte contribuiu na formação <strong>de</strong> um cenário<br />

favorável para a constituição <strong>de</strong> um Programa Ecológico para Pampulha. Como afirmado<br />

anteriormente, os primeiros prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> um ambientalismo no país, foram <strong>de</strong> caráter<br />

preservacionista <strong>de</strong> modo a pautar as discussões acadêmicas sobre a importância do<br />

manejo e preservação restrita <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s. Em entrevista, o professor Célio Valle 49<br />

afirma que <strong>de</strong>vido ao momento do movimento ecológico, um dos princípios do Programa<br />

era antes voltado as pesquisas internas da universida<strong>de</strong> do que da formação da<br />

“consciência ecológica”, ou <strong>de</strong> uma preocupação <strong>de</strong> integração com a comunida<strong>de</strong><br />

externa.<br />

Nesse sentido po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar os significados voltados para a universida<strong>de</strong><br />

que balizaram a construção do Programa Ecológico: o pedagógico (pesquisa e ensino) e<br />

o ecológico/preservacionista. Almejava-se estabelecer condições apropriadas para<br />

realizar projetos relacionados com o manejo da fauna, e criação <strong>de</strong> cursos relativos à<br />

conservação da natureza, ao mesmo tempo em que se buscava estabelecer uma relação<br />

on<strong>de</strong> o natural e o humano pu<strong>de</strong>ssem estar em harmonia através <strong>de</strong> uma paisagem<br />

construída <strong>de</strong>ntro do campus da <strong>UFMG</strong> 50 .<br />

Naquele momento foi apresentado pelo <strong><strong>De</strong>partamento</strong> <strong>de</strong> Zoologia/ICB/<strong>UFMG</strong><br />

uma proposta para a criação <strong>de</strong> uma “Estação Experimental”, <strong>de</strong> manejo e estudo <strong>de</strong><br />

fauna no campus da Pampulha, além <strong>de</strong> servir como campo <strong>de</strong> treinamento para os<br />

alunos pelo planejamento e manejo da fauna em áreas <strong>de</strong> proteção permanente. A idéia<br />

era que este Programa viabilizasse um contato ainda “inédito” no Brasil entre estudantes<br />

e a fauna e flora, até então estudos somente por fotografias, <strong>de</strong>senhos e pela observação<br />

<strong>de</strong> animais presos em zoológicos. Para a instalação <strong>de</strong> tal “Estação Experimental”, foi<br />

sugerida a região do antigo “Lar Don Orione” 51 localizado <strong>de</strong>ntro do campus Pampulha.<br />

A escolha se justificava por dois motivos: pela localização, pois a área estava<br />

relativamente afastada do setor dos prédios escolares, e também segundo o professor<br />

Célio Valle, pelo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>teorização da área. Po<strong>de</strong>ndo a mesma servir como um<br />

49<br />

Biólogo, se auto-intitula “naturalista” e ex-professor da <strong>UFMG</strong> (Instituto <strong>de</strong> Ciências Biológicas). Entrevista<br />

realizada em 11/09/2007.<br />

50<br />

Boletim Informativo da <strong>UFMG</strong>, nº130, 23/07/1976.<br />

51<br />

Esta área foi <strong>de</strong>sapropriada em 1944, pelo então Prefeito Juscelino Kubistchek <strong>de</strong> Oliveira e doada ao Lar<br />

dos Meninos Don Orione. Nesse período foram construídos galpões on<strong>de</strong> funcionavam alojamentos,<br />

diversas oficinas, um posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e uma olaria, que abrigavam menores recebidos pela instituição. Em<br />

1954, a área seria novamente <strong>de</strong>sapropriada pela União para se tornar mais tar<strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> universitária<br />

(NEVES, 2004, p29)<br />

57

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