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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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urbanas permanecem em algumas cida<strong>de</strong>s brasileiras: Parque do Tingui em Curitiba<br />

(GUAPYASÚ; HARDT, 1998), Parque da Lagoa do Abaeté, em Salvador; Parque<br />

Fazenda da Restinga, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, Estação Ecológica <strong>de</strong> Carijós em Florianópolis,<br />

entre outros. Porém, ao nos referirmos as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação urbanas, ainda<br />

estamos diante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>safio, tanto para a manutenção e implementação, como para as<br />

pesquisas urbanas. As dificulda<strong>de</strong>s relacionam-se ao caráter subjetivo/perceptivo da<br />

população em relação às áreas públicas preservadas (como a invisibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas<br />

áreas, por exemplo) como pelas <strong>de</strong>ficiências metodológicas <strong>de</strong> análise, quantificação e<br />

cadastro. Estes fatores somados a inaplicabilida<strong>de</strong>s das leis urbanísticas dificultam as<br />

ações <strong>de</strong> fiscalização, manejo e gestão. Outro ponto agravante seria a própria in<strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> categorias, <strong>de</strong> uma tipologia <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> conservação urbana, <strong>de</strong>rivada da<br />

precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> metodologias <strong>de</strong> classificação e <strong>de</strong> cálculos. <strong>De</strong> acordo com Jesus<br />

(2005, p. 211),<br />

a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comparar os índices <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s reflete a falta <strong>de</strong><br />

clareza nas terminologias, bem como as diferentes classificações <strong>de</strong><br />

termos e métodos empregados. Freqüentemente, as estimativas são feitas<br />

sem consi<strong>de</strong>rar a acessibilida<strong>de</strong> da população às áreas ver<strong>de</strong>s, sendo, em<br />

alguns casos, consi<strong>de</strong>radas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação situadas fora da<br />

área urbana, usualmente <strong>de</strong> acesso público controlado ou vedado, e outro<br />

valor <strong>de</strong>veria ser calculado a partir <strong>de</strong>stas consi<strong>de</strong>rações.Dado que o<br />

tamanho populacional varia temporalmente, estes valores <strong>de</strong>veriam ser<br />

calculados constantemente.<br />

As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metodologias próprias para os ambientes<br />

urbanos resultam <strong>de</strong> poucas pesquisas em ecossistemas urbanos realizados em<br />

proporção menor do que pesquisas em gran<strong>de</strong>s sistemas naturais fora do ambiente<br />

urbano. Conforme Sukopp & Kunick (apud CAVALHEIRO, 1995, p. 117):<br />

a discussão sobre o ambiente do ser humano e seus riscos <strong>de</strong><br />

sobrevivência concentram-se, principalmente, em consi<strong>de</strong>rações<br />

tecnológicas. A natureza e a paisagem como sistemas complexos<br />

raramente são incluídas nessas reflexões. Isso vale, principalmente, para<br />

as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, o tipo <strong>de</strong> paisagem mais severamente ameaçado por<br />

poluição do ar, das águas e por resíduos sólidos. Embora elas sejam o<br />

ambiente mais importante do homem hodierno, são esparsas tentativas <strong>de</strong><br />

estudá-las, consi<strong>de</strong>rá-las e reconhecê-las como unida<strong>de</strong>s funcionais<br />

(ecossistemas).<br />

Supõe-se tal aversão à crença que os pesquisadores das ciências naturais, <strong>de</strong><br />

uma maneira geral, possuem em relação às cida<strong>de</strong>s, como se estas fossem menos<br />

convenientes para se estudar a natureza e às repetitivas afirmações <strong>de</strong> que o meio<br />

ambiente urbano é nocivo à vida. Nesse sentido, não se leva em consi<strong>de</strong>ração que a<br />

paisagem urbana nada mais é do que uma paisagem alterada ou, como muitos <strong>de</strong>sejam<br />

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