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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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Esse processo <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou o crescimento “fora da lei” das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, a<br />

expansão do tecido urbano, o crescimento das periferias sem um acompanhamento das<br />

infra-estruturas básicas, o <strong>de</strong>semprego, subsidiando um processo <strong>de</strong> espoliação<br />

urbana 38 (KOWARICK, 1979).<br />

A concentração <strong>de</strong> parques na regional Centro-Sul reforça a valorização do<br />

espaço <strong>de</strong>stinado nos planos iniciais aos funcionários públicos. Historicamente a regional<br />

foi <strong>de</strong>stinada à criação <strong>de</strong> chácaras para lazer e <strong>de</strong>scanso da recém-criada população<br />

belo-horizontina. <strong>De</strong>sta forma, a região centro-sul sempre foi almejada por pessoas <strong>de</strong><br />

maior po<strong>de</strong>r aquisitivo no <strong>de</strong>correr dos anos, passou <strong>de</strong> local estritamente <strong>de</strong> lazer para<br />

área resi<strong>de</strong>ncial. Por estes e outros motivos, nos quais não nos ateremos, esta região é o<br />

local melhor servido por equipamentos urbanos incluindo mais áreas ver<strong>de</strong>s. A segunda<br />

regional em maior concentração <strong>de</strong> parques é a Nor<strong>de</strong>ste. Tal fato po<strong>de</strong> apontar para<br />

duas características diferentes: a primeira reflete uma ocupação tardia em relação a<br />

outras, além disso, a regional possui um perfil <strong>de</strong> ocupação mais simples. Trata-se <strong>de</strong><br />

residências unifamiliares, casas com quintal, menores taxas <strong>de</strong> impermeabilização do<br />

solo. Existem ainda algumas áreas “vazias” sendo estas muitas vezes cobertas por<br />

remanescentes <strong>de</strong> mata, ou outro tipo <strong>de</strong> cobertura vegetal. Mesmo com o quadro acima<br />

exposto a prefeitura <strong>de</strong> Belo Horizonte estaria longe <strong>de</strong> promover realmente uma<br />

eqüida<strong>de</strong> social, pelo menos no que concerne ao meio ambiente, uma vez constatada<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sproporção na distribuição <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s legalmente instituídas no município.<br />

As regionais como, Venda Nova, Norte e Barreiro possuem apenas uma área ver<strong>de</strong> cada.<br />

O mapa baixo <strong>de</strong>monstra a distribuição das áreas ver<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong> (FERREIRA, 2005)<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s na cida<strong>de</strong> além <strong>de</strong><br />

proporcionar benefícios visuais, espaços <strong>de</strong> lazer para a população, ecologicamente têm<br />

sua função atrelada a constituição <strong>de</strong> corredores ecológicos <strong>de</strong>ntro da malha urbana.<br />

A presença <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s no universo urbano é um fator essencial no<br />

resgate dos aspectos positivos da relação das formas urbanas com a<br />

natureza. A distribuição das áreas ver<strong>de</strong>s urbanas e a distância entre elas<br />

influi diretamente sobre as suas funções econômica, estética, social e<br />

ecológica. <strong>De</strong>sse modo, torna-se imprescindível que a gestão das áreas<br />

ver<strong>de</strong>s urbanas incorpore aos seus aspectos sociais e ambientais<br />

conceitos relacionados à qualida<strong>de</strong>, quantida<strong>de</strong> e distribuição <strong>de</strong>stes<br />

espaços, fazendo associações quanto às diferentes categorias <strong>de</strong> áreas<br />

ver<strong>de</strong>s e sua distribuição espacial na cida<strong>de</strong> (JESUS, 2005, p.208)<br />

38 A população <strong>de</strong> baixa renda é expulsa para as periferias das periferias das cida<strong>de</strong>s, sem a expansão dos<br />

equipamentos urbanos (como vias <strong>de</strong> acesso, coleta <strong>de</strong> lixo, abastecimento <strong>de</strong> água e esgoto, sistemas<br />

públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, etc.). Ou como em muitos casos, acabam construindo suas “casas” em lugares <strong>de</strong> risco<br />

ambiental, como encostas <strong>de</strong> morros, vales <strong>de</strong> rios, ou a margem <strong>de</strong> córregos. Acelerando a supressão <strong>de</strong><br />

vegetação, elevando a poluição dos rios, os riscos <strong>de</strong> inundação, fenômenos como as ilhas <strong>de</strong> calor,<br />

inverções térmicas, acarretando gran<strong>de</strong> parte das problemáticas sócio-ambientais contemporâneas. Nesse<br />

sentido os problemas ambientais, po<strong>de</strong>m ter seu cerne em consonância com os problemas urbanos.<br />

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