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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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e materiais minerais, tornaram-se cada vez mais visíveis nas cida<strong>de</strong>s,<br />

con<strong>de</strong>nsados em parques urbanos (s.d., p.275)<br />

Com espaços públicos para práticas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas e relaxamento, essas<br />

áreas se inserem no cotidiano das populações citadinas. Na medida em que as cida<strong>de</strong>s<br />

cresciam os habitantes buscavam nesses espaços momentos <strong>de</strong> contemplação,<br />

embalados por um sentimento <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> com o meio natural <strong>de</strong>ixado no campo. No<br />

mesmo sentido se tinha a convicção <strong>de</strong> que os parques melhorariam o aspecto das<br />

cida<strong>de</strong>s (HOUGH, 2004). Esse é um dos sentidos atribuídos às origens dos parques e<br />

áreas ver<strong>de</strong>s nas cida<strong>de</strong>s: espaços amenizadores as estruturas urbanas, compensando<br />

as massas edificadas das cida<strong>de</strong>s (KLIASS, 1993). Observa-se que nas últimas décadas<br />

a “preservação dos patrimônios culturais e paisagísticos contribui para revigorar as<br />

propostas <strong>de</strong> valorização das áreas ver<strong>de</strong>s nos centros urbanos e <strong>de</strong> conservação dos<br />

seus espaços naturais” (op. cit, p. 24). Ou seja, ainda que <strong>de</strong> forma incipiente, nos<br />

últimos 100 anos algumas cida<strong>de</strong>s ainda conseguem manter resquícios <strong>de</strong> uma natureza,<br />

já modificada, mas ainda permanente diante das construções <strong>de</strong> prédios, do asfalto e da<br />

poluição.<br />

1.3.2 Belo Horizonte: breves consi<strong>de</strong>rações sobre o planejamento da cida<strong>de</strong> e as<br />

áreas ver<strong>de</strong>s<br />

Belo Horizonte, uma das primeiras cida<strong>de</strong>s planejadas do Brasil concebida em<br />

meio a questões higienistas e do urbanismo Beaux-Art`s, previa no seu plano inicial em<br />

fins do século XIX, um gran<strong>de</strong> parque público ver<strong>de</strong> na área central da cida<strong>de</strong> (Parque<br />

Municipal Américo Renné Giannetti). I<strong>de</strong>ntifica-se uma relação entre as políticas públicas<br />

<strong>de</strong>ntro da área “planejada” e questões <strong>de</strong> cunho ambiental inerentes à própria gênese da<br />

cida<strong>de</strong>. Certamente os sentidos dados ao meio natural em 1897 diferenciam-se das<br />

discussões contemporâneas que englobam concepções <strong>de</strong> planejamento estratégico, o<br />

marketing urbano e a própria sustentabilida<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s. Naquele momento a<br />

natureza na cida<strong>de</strong> era um meio <strong>de</strong> contemplação, materializada por criações <strong>de</strong> espaços<br />

monumentais, praças, eixos viários, que visavam o embelezamento em seu planejamento<br />

urbano. Mesclando, ou sobrepondo a concretu<strong>de</strong> dos espaços erguidos ao meio natural,<br />

<strong>de</strong>scaracterizado em <strong>de</strong>corrência do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sistema capitalista<br />

econômico emergente.<br />

Durante os anos que se seguiram à inauguração da cida<strong>de</strong>, as áreas ver<strong>de</strong>s e os<br />

mecanismos <strong>de</strong> implementação e administração dos mesmos permaneceram estanques.<br />

Segundo Neves (2002, p.16), somente na década <strong>de</strong> setenta é que se inicia a<br />

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