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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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mão-<strong>de</strong>-obra, tanto em ONG’s como em órgãos institucionais. A parceria com entida<strong>de</strong>s<br />

financiadoras internacionais facilita a manutenção das entida<strong>de</strong>s como contribui para o<br />

melhoramento da capacitação e “profissionalização” dos movimentos ambientalistas<br />

(VIOLA, 1992b). Essa noção <strong>de</strong> um “processo <strong>de</strong> produção sócio-natural transcen<strong>de</strong> as<br />

distinções binárias entre socieda<strong>de</strong>/natureza, material/i<strong>de</strong>ológico, real/discursivo.”<br />

(SWYNGEDOUW, 2001 p. 95)<br />

Essa abertura, tanto das questões políticas, quanto da própria questão ambiental<br />

acarretou numa inter-influência entre movimentos ambientais e as políticas estatais<br />

(fe<strong>de</strong>ral e estadual). Nos anos 80 esgotou-se um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />

até então em execução, e após a criação da Sema, a Lei 6938/1981 <strong>de</strong>finiu os marcos e<br />

instrumentos das políticas ambientais nacionais através da criação do Sistema Nacional<br />

<strong>de</strong> Meio Ambiente (Sisnama). Institucionalmente em 1984, a criação do Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Meio Ambiente (Conama) articulou política ambiental explícita com políticas<br />

<strong>de</strong> meio ambiente implícitas.<br />

Nos anos 90 a circulação acelerada dos capitais <strong>de</strong> curto prazo, o <strong>de</strong>semprego, e<br />

crise social acentuam a <strong>de</strong>gradação da base <strong>de</strong> recursos. Paralelo a este cenário em<br />

1989 é criado o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e 1992, influenciados pela<br />

Eco 92, é fundado o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Acselrad (2001b) analisou que<br />

em relação à organização do território nacional esta secretaria influenciou três níveis:<br />

1. Regiões dotadas <strong>de</strong> ‘vocações naturais’ – natureza ordinária;<br />

2. Áreas ricas em recursos genéticos – Ilhas <strong>de</strong> preservação;<br />

3. Áreas residuais <strong>de</strong>primidas que ficaram <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong><br />

qualquer projeto nacional/governamental.<br />

Infelizmente o peso das estratégias monetárias <strong>de</strong>ixou claro que o país não<br />

conseguiria implantar uma política ambiental integrada, pela perda ou falta <strong>de</strong> uma<br />

autonomia estatal, uma vez que a sustentabilida<strong>de</strong> do meio ambiente <strong>de</strong>pendia dos<br />

bancos e da <strong>de</strong>spolitização <strong>de</strong> práticas do governo. Acselrad (2001, p.90) contempla que<br />

“a questão ambiental ainda não é uma questão <strong>de</strong> Estado no Brasil”, visto um exame dos<br />

eixos nacionais <strong>de</strong> integração e <strong>de</strong>senvolvimento (como o projeto, Avança Brasil <strong>de</strong><br />

2000-2003), o autor analisa recentemente, a atuação do governo que categoricamente<br />

colocam e consi<strong>de</strong>ram o meio ambiente exibido ainda como oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios.<br />

Outro ponto que merece atenção, em relação à questão ambiental em nosso país,<br />

é que a mesma se acha profundamente imbricada com a questão social e <strong>de</strong>mocrática. A<br />

incorporação, tanto <strong>de</strong> políticas como <strong>de</strong> práticas ambientais, ainda não garantem a<br />

manutenção integral <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ecossistemas, nem a participação intensiva das<br />

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