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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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(1999, p. 29) po<strong>de</strong>mos situar alguns conceitos que integram preocupações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

ambiental em três momentos distintos:<br />

• Salvaguardas ambientais (década <strong>de</strong> 60/70) – impõem-se limites ao<br />

crescimento econômico, através <strong>de</strong> estruturas normativas. Surge<br />

fundamentalmente como resposta aos problemas levantados pela<br />

gravida<strong>de</strong> dos fenômenos <strong>de</strong> poluição, através da imposição <strong>de</strong> limiares<br />

as emissões poluentes;<br />

• Gestão <strong>de</strong> recursos (década <strong>de</strong> 70/80) – promove a atribuição <strong>de</strong> valor<br />

econômico aos recursos e assume preocupações com sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

renovação, propondo a integração e estratégias que contemplem essas<br />

questões no planejamento <strong>de</strong> recursos naturais;<br />

• <strong>De</strong>senvolvimento sustentável (década <strong>de</strong> 80/90) – <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a relevância<br />

transgeracional dos problemas ambientais e a interação dos princípios<br />

ecológicos e econômicos no estabelecimento das políticas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento<br />

Existiria paralelo ao caráter social exclusivo, vertentes <strong>de</strong> movimentos que<br />

buscam ainda no <strong>de</strong>senvolvimento ajustar suas condutas promovendo a continuida<strong>de</strong><br />

dos processos industriais: a) ultra <strong>de</strong>senvolvimentista: acredita que todas as fontes<br />

energéticas mal utilizadas são <strong>de</strong>scartadas e dissipam a energia em forma <strong>de</strong> poluição,<br />

leis do marketing industrial, utilizam manuais técnicos como ISSO 14000 buscando a<br />

regulação da poluição; b) <strong>de</strong>senvolvimento controlado: utiliza controle pelo Estado 21 .<br />

Porém, muitas <strong>de</strong>stas políticas reguladoras são frutos <strong>de</strong> forças exógenas ao<br />

governo como as restrições do BID (Banco Interamericano <strong>de</strong> <strong>De</strong>senvolvimento) que ao<br />

colocar índices <strong>de</strong> poluição e impactos da obras, restringiu, ou inaugurou uma era <strong>de</strong><br />

procedimentos pertinentes ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentado (DIEGUES, 1994). Apesar<br />

dos avanços da força da ecologia, esta ainda se expressa mais em seu discurso<br />

i<strong>de</strong>ológico, crítico, e cultural do que na transformação da or<strong>de</strong>m econômica e das<br />

relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r do mundo atual (LEFF, 1994, p. 369).<br />

Apesar <strong>de</strong> existirem lacunas, como essas apontadas por Leff a questão ambiental<br />

enfrenta um alargamento <strong>de</strong> suas funções e se configura ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> meio<br />

século numa questão social (LEFF, 1994; GONÇALVES, 1995). Pois, não se trata<br />

apenas <strong>de</strong> uma questão ambiental, no sentido estrito ou ecológico do termo, mas <strong>de</strong><br />

“uma questão social” que contempla sentidos econômicos, político, cultural e i<strong>de</strong>ológico<br />

(SPÓSITO, 2005, p.296). O ambiental ao contemplar também o social, aproxima da<br />

maior parte da população o caráter finito dos recursos naturais e traz em seu bojo a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças graduais <strong>de</strong> comportamento individual e coletivo. Po<strong>de</strong>ndo<br />

subsidiar a compreensão <strong>de</strong> que as melhorias na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, e o direito a um<br />

21 No Brasil, tanto a criação do IBAMA em 1989, como do Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação -<br />

SNUC em 2000, seguiram os conhecidos rituais do processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização conservadora, feito <strong>de</strong> cima<br />

para baixo, sem consulta as comunida<strong>de</strong>s, são contradições do mo<strong>de</strong>lo típico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento capitalista.<br />

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