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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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Os entendimentos em torno da questão ambiental são transversais, perpassam<br />

diferentes grupos e aspectos da vida social. <strong>De</strong> acordo com Pádua (1989) uma política<br />

<strong>de</strong> meio ambiente i<strong>de</strong>al seria aquela voltada para o conjunto da socieda<strong>de</strong>, em <strong>de</strong>fesa da<br />

sobrevivência e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Face não só as problemáticas ambientais <strong>de</strong> índole<br />

abrangente, assim como a temas <strong>de</strong> caráter mais específico que se pren<strong>de</strong>m com<br />

questões relacionadas ao dia-a-dia dos cidadãos e com atuação das instituições mais<br />

próximas da esfera local (SARAIVA, 1999).<br />

Lago & Pádua (1989) situam a ecologia em quatro vertentes, voltadas para um<br />

entendimento que contemple além <strong>de</strong> estudos e criação <strong>de</strong> conceitos teóricos, propostas<br />

<strong>de</strong> intervenção e projetos <strong>de</strong> mudança individual e coletiva, como: ecologia natural -<br />

estuda os ecossistemas, procurando enten<strong>de</strong>r as leis que regem os sistemas naturais;<br />

ecologia social – campo <strong>de</strong> reflexão mais próximo das ciências sociais e humanas que<br />

procura estudar as múltiplas relações entre os homens e o meio ambiente, pela forma<br />

que a ação humana costuma incidir <strong>de</strong>strutivamente sobre a natureza; conservacionismo<br />

– constata que o homem é o agente <strong>de</strong> <strong>de</strong>teorização do meio e utiliza um conjunto <strong>de</strong><br />

procedimentos técnicos e legais <strong>de</strong>stinados à conservação da natureza e a preservação<br />

os recursos naturais; ecologismo – constitui um projeto político <strong>de</strong> transformação social,<br />

calcados em princípios comunitários e ecológicos.<br />

Num breve espaço <strong>de</strong> tempo, o século XX torna-se porta <strong>de</strong> entrada para<br />

discussões ambientais <strong>de</strong>rivadas das conjunturas culturais econômicas e sociais<br />

apontadas anteriormente.<br />

No entanto, sabemos, os potenciais críticos do ambientalismo e da<br />

contracultura serão capturados por uma razão instrumental e técnica<br />

poluição, gestão ambiental, zoneamento econômico – ecológico manejo<br />

sustentado, <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, enfim, toda uma re<strong>de</strong> discursiva<br />

tenta capturar para o campo técnico o primado da superação dos graves<br />

problemas sócio-ambientais com que nos <strong>de</strong>frontamos. Aqui se trava uma<br />

tensa luta política entre os experts para afirmar-se e será na América<br />

Latina, na Ásia e na África, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento tenta se afirmar, que<br />

o ambientalismo encontrará novas energias históricas ancoradas em<br />

outras e tradicionais matrizes <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>. Aqui a questão social e<br />

ambiental surge como uma só, mas uma só questão que se vê com os<br />

dois lados ao mesmo tempo (GONÇALVES, 2006, p.392).<br />

<strong>De</strong>ssa forma po<strong>de</strong>mos visualizar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa “razão instrumental” apontada por<br />

Gonçalves, aproximações entre a instrumentalização ambiental e ao aprofundamento<br />

teórico em dois sentidos: a) na prática: gestão e planejamento urbano, saneamento<br />

ambiental, zoneamentos ecológico-econômicos, criação <strong>de</strong> sistemas nacionais <strong>de</strong><br />

proteção (SNUC); b) na teoria: atrelados a movimentos sociais, ocorre um alargamento<br />

dos estudos sócio-ambientais, estudos <strong>de</strong> caso, <strong>de</strong> conflitos: como por exemplo,<br />

atingidos por barragens, Movimento dos Sem Terra, entre outros. <strong>De</strong> acordo com Saraiva<br />

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