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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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criação <strong>de</strong> Yosemite (1865) e Yelowstone (1872) (BINZTOK, 2006, p. 317). Ao passo que<br />

restringiam e concentravam em apenas uma classe, o controle das discussões e das<br />

tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões em relação aos espaços que <strong>de</strong>veriam ser ou não preservados.<br />

Segundo Diegues (1994) o Parque Nacional <strong>de</strong> Yelowstone é criado como<br />

resultado <strong>de</strong>ssas idéias elitistas e preservacionistas, que no início daquele século<br />

estabeleceram fundamentos <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação e proteção: amplas áreas<br />

naturais com gran<strong>de</strong>s belezas cênicas e aspectos naturais relevantes, longe dos centros<br />

urbanos. Naquele momento as áreas preservadas serviam como espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso,<br />

<strong>de</strong> inspiração e <strong>de</strong>scontração aos cidadãos urbanos e à manutenção representativa da<br />

riqueza natural e cênica dos países (CAMARGOS, 2001, p. 17). Nestes mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

preservação o homem era consi<strong>de</strong>rado apenas um visitante, ou forasteiro, e suas<br />

influências eram entendidas como exteriores ao meio que se buscava preservar. As<br />

características pictóricas se sobrepunham à própria importância científica <strong>de</strong> pesquisas e<br />

estudos como <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> fauna e flora, sítios geomorfólogicos, mananciais hídricos,<br />

entre outros 19 .<br />

Em escala internacional o conservadorismo atingiu status mundial na década <strong>de</strong><br />

40, com a criação da União Internacional para a Conservação da Natureza e seus<br />

Recursos (UICN), com se<strong>de</strong> em Gland, Suíça. Em 1949 foi realizada a Primeira Reunião<br />

Cientifica Mundial promovida pelas Nações Unidas em Lake Sucess, nos Estados Unidos<br />

sobre conservação e utilização dos recursos naturais, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u o primeiro alarme<br />

mostrando que a sobrevivência do homem sobre a Terra é um problema diante dos quais<br />

todos os outros se diluem.<br />

O mundo pós II Guerra Mundial, colocou em cheque a euforia <strong>de</strong>senvolvimentista<br />

da técnica e da ciência. Estudos <strong>de</strong> caso, como o <strong>de</strong> Donana, Pensilvânia/Estados<br />

Unidos, em 1948 (o primeiro a relacionar poluição ambiental e saú<strong>de</strong>); o caso <strong>de</strong> Londres<br />

e a “névoa matadora” (1952), causada por uma inversão térmica que matou 1000<br />

pessoas, entre idosos e crianças; a contaminação da Baía <strong>de</strong> Minamata (1956), no<br />

Japão, que matou milhares <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>vido a contaminação <strong>de</strong> mercúrio por uma<br />

indústria, anuncia que o otimismo no <strong>de</strong>senvolvimento da técnica e da ciência, não<br />

inspiraram mais confiança 20 (HOGAN, 1989; GONÇALVES, 1995). Sendo o <strong>de</strong>sastre<br />

19 Mas ao longo da evolução da própria ciência, e das políticas ambientais passou-se a somar, além das<br />

prerrogativas acima expostas, valores culturais e sociais como condicionantes da conservação ambiental.<br />

Segundo Milano (apud NEVES, 2002, p.06) “a preocupação com a proteção <strong>de</strong> áreas naturais tão somente <strong>de</strong><br />

círculos científicos, se transforma em preocupação social e política, o que leva a ampliação dos conceitos<br />

sobre unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação”. Ou seja, a natureza preservada vai <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser apenas objeto <strong>de</strong><br />

contemplação, enquanto o homem passa a ser consi<strong>de</strong>rado co-participante do meio em que se <strong>de</strong>seja<br />

preservar.<br />

20 Hoje temos Gid<strong>de</strong>ns e Beck que falam <strong>de</strong> uma “socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco”, riscos que seriam <strong>de</strong>rivados<br />

exatamente do progresso científico e técnico que havia prometidos nos libertar dos riscos da natureza ao<br />

dominá-la. E o que diferencia os “<strong>de</strong>sastres” ecológicos dos anos 50 e 60, para os dias <strong>de</strong> hoje é que pelo<br />

advento da globalização econômica, foram globalizados também os problemas e <strong>de</strong>ficiências ambientais para<br />

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