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UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

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apresentar soluções prontas para as problemáticas apresentadas. Sendo que raramente<br />

é questionado o papel cristalizado do pesquisador tornado transmissor daquilo que os<br />

outros <strong>de</strong>vem fazer para solucionar os seus problemas (DAL PONT; PREVE, 2004).<br />

Compartilho neste início <strong>de</strong> escrita a epígrafe <strong>de</strong> Jorge Larrosa (1998) para<br />

salientar que por trás <strong>de</strong>ste percurso acadêmico está o olhar do pesquisador impregnado<br />

<strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>s, perguntas e vonta<strong>de</strong>s. O olhar volta a integrar o tema <strong>de</strong>sta pesquisa,<br />

vinculado aos sentidos atribuídos a uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação ambiental urbana. A<br />

investigação parte daquele que realiza a pesquisa e se esten<strong>de</strong> a pessoas (professores,<br />

diretores, funcionários, e ex- alunos da <strong>UFMG</strong>) que <strong>de</strong> acordo com suas experiências ao<br />

longo dos anos <strong>de</strong>ntro da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais contribuem para a<br />

construção da investigação e as consi<strong>de</strong>rações posteriores ao final da mesma. Essas<br />

experiências envolvem a dimensão do tempo e po<strong>de</strong> proporcionar respostas importantes<br />

quanto a explicações sobre as atitu<strong>de</strong>s e valores (ambientais, sociais e econômicos)<br />

relacionados a uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação urbana. Segundo Lynch (1988, p.11), “a<br />

cada instante existe mais do que a vista alcança, mais do que o ouvido po<strong>de</strong> ouvir, uma<br />

composição, ou um cenário, à espera <strong>de</strong> ser analisado”.<br />

A análise neste caso parte <strong>de</strong> questionamentos acerca dos sentidos <strong>de</strong> uma área<br />

<strong>de</strong> conservação ambiental urbana: a Estação Ecológica da <strong>UFMG</strong> 2 . Sentidos que po<strong>de</strong>m<br />

ser atrelados aos valores cênicos, paisagísticos, e funcionais que uma área ver<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

proporcionar no ambiente urbano.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras tentativas <strong>de</strong> implementação da área<br />

haveria uma possível “invisibilida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>sta que é uma das maiores áreas ver<strong>de</strong>s<br />

contínuas preservadas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte/MG 3 . Constatou-se que ao longo <strong>de</strong><br />

quase 40 anos <strong>de</strong> existência a área legalmente não faz parte da <strong>UFMG</strong>, contando apenas<br />

com um tombamento realizado pelo Conselho <strong>De</strong>liberativo do Patrimônio Cultural <strong>de</strong> Belo<br />

Horizonte, diante <strong>de</strong> um polêmico processo <strong>de</strong>corrente no ano <strong>de</strong> 1992 4 .<br />

Esta área po<strong>de</strong>ria estar assumindo uma configuração <strong>de</strong> ilha (um espaço ver<strong>de</strong><br />

circundado <strong>de</strong> construções por todos os lados) contrariando a conceituação trazida <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1992, pelo Congresso Mundial sobre Parques e Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> que<br />

nenhuma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação é uma ilha esteja a mesma localizada na cida<strong>de</strong> ou<br />

distante <strong>de</strong>la (DRUMMOND, 1999). Esta analogia contribui para uma reflexão inicial<br />

acerca dos isolamentos e/ou distribuição <strong>de</strong>sigual das áreas ver<strong>de</strong>s nas cida<strong>de</strong>s e sua<br />

2 <strong>De</strong> acordo com o Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (SNUC), Estação Ecológica é uma unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> proteção integral, <strong>de</strong> menor tamanho, se comparada a outras categorias <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong>stinada à pesquisa e<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental.<br />

3 Cabe neste momento da escrita diferenciar implementação <strong>de</strong> institucionalização: implementar é dar uso ao<br />

espaço,dotando-o <strong>de</strong> equipamentos, funcionários e infra estrutura básica para sua utilização. Já institucionalizar é<br />

dar um regimento legal ao espaço, garantindo perante leis sua <strong>de</strong>stinação e funcionalida<strong>de</strong>, bem como<br />

incorporando ao organograma financeiro da instituição vinculada.<br />

4 Sobre este caso ler Capítulo 3. “O po<strong>de</strong>r além dos mapas: a Estação Ecológica e o caso <strong>de</strong> 1992”.<br />

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