14.04.2013 Views

UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

UFMG Departamento de Geografia Karina Rousseng Dal Pont De

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CONVITE À LEITURA<br />

Caminhar não é tanto ir <strong>de</strong> um lugar a outro, mas levar passear o<br />

olhar.<br />

Jorge Larrosa (1998, p.60)<br />

Muitos são os caminhos, as viagens, as idéias e i<strong>de</strong>ais que nos levam a escolha<br />

<strong>de</strong> um tema. Na escrita, assim como na pesquisa trata-se <strong>de</strong> escolhas <strong>de</strong>finidas em<br />

função dos lugares percorridos cruzados por seqüências <strong>de</strong> outros caminhos, e <strong>de</strong> todos<br />

os encontros com pessoas e coisas que fazemos nesses percursos.<br />

Os caminhos para a pesquisa científica não são tão diferentes assim. São<br />

constituídos também pela soma <strong>de</strong> experiências e vivências <strong>de</strong>correntes da jornada nos<br />

bancos da aca<strong>de</strong>mia e pelas ultrapassagens que fazemos do “sagrado” local do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do conhecimento científico 1 . A universida<strong>de</strong> se baseia num tripé -<br />

ensino, pesquisa e extensão - a partir <strong>de</strong>ste tripé po<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong> acordo com nossas<br />

experiências formativas, buscar um sentido inverso ao que nos é dado enquanto<br />

pesquisadores: trazer para a pesquisa o que está à margem da ciência, aquilo que ainda<br />

não foi fissurado e classificado como “científico”. Ao criar aberturas nos permitimos<br />

ultrapassar e repensar o institucional quando impregnamos a escrita e a pesquisa por<br />

coisas e pessoas que cercam a universida<strong>de</strong>, dotando as “palavras sábias” da aca<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> outros significados (Larrosa,1998). Nesse ultrapassar voltamos nosso olhar para o que<br />

acontece <strong>de</strong>ntro dos muros institucionais, e <strong>de</strong>sta perspectiva (re) pensamos a própria<br />

universida<strong>de</strong>, a sua organização, bem como as formas <strong>de</strong> realizar uma pesquisa.<br />

Ligada a um percurso anterior essa pesquisa é uma soma <strong>de</strong> conversas, leituras,<br />

e, sobretudo escutas. Percurso iniciado ainda nos bancos da universida<strong>de</strong> durante a<br />

graduação, quando diante do processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> saberes junto a crianças <strong>de</strong><br />

escolas públicas, foi compreendido que ouvir o outro implica na construção <strong>de</strong> outros<br />

modos <strong>de</strong> encarar as pesquisas: na forma como passamos a compreen<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong><br />

formação universitário que separa o acadêmico das práticas sociais, e também quando o<br />

saber que obtivemos estando fora da universida<strong>de</strong> nos faz repensar o saber disciplinar.<br />

Muitas vezes o pensamento do pesquisador coloca-se a frente da socieda<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong><br />

1 Esse particularmente foi meu caminho, consi<strong>de</strong>ro aqui todo o envolvimento acadêmico e experiências<br />

<strong>de</strong>senvolvidas junto ao curso <strong>de</strong> <strong>Geografia</strong> e fora <strong>de</strong>le, através da participação durante o período <strong>de</strong> 2003 a<br />

2005 do Projeto <strong>de</strong> Extensão “Educação ambiental e ensino <strong>de</strong> geografia: limites e possibilida<strong>de</strong>s na formação<br />

do educador em geografia”, orientado pela professora do <strong><strong>De</strong>partamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Geografia</strong> da Universida<strong>de</strong> do<br />

Estado <strong>de</strong> Santa Catarina (UDESC), Ana Maria Hoepers Preve, vinculado ao Núcleo <strong>de</strong> Estudos Ambientais<br />

(NEA). Para obter mais informações verificar: DAL PONT, <strong>Karina</strong> <strong>Rousseng</strong>; PREVE, Ana Maria Hoepers. “A<br />

cida<strong>de</strong> não pára, a cida<strong>de</strong> só cresce”. In: Anais do IV CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, Fortaleza,<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará. 2003 (pag. 533-536), e DAL PONT, <strong>Karina</strong> <strong>Rousseng</strong>; PREVE, Ana Maria<br />

Hoepers. “Apren<strong>de</strong>ndo muito mais do que ensinado: possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um trabalho em extensão em educação e<br />

meio ambiente”. Anais do 2. CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais, Belo Horizonte, 2004.<br />

11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!