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Manual de Coleta - Embrapa Gado de Leite

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NORMAS PARA COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS DE LEITE DO REBANHO PARA<br />

DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE GORDURA, PROTEÍNA, LACTOSE, SÓLIDOS<br />

TOTAIS, CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E CONTAGEM TOTAL DE<br />

BACTÉRIAS<br />

José Renaldi Feitosa Brito<br />

Médico Veterinário – <strong>Embrapa</strong> <strong>Gado</strong> <strong>de</strong> <strong>Leite</strong><br />

Guilherme Nunes <strong>de</strong> Souza<br />

Médico Veterinário – <strong>Embrapa</strong> <strong>Gado</strong> <strong>de</strong> <strong>Leite</strong><br />

Cristiano Gomes <strong>de</strong> Faria<br />

Químico – <strong>Embrapa</strong> <strong>Gado</strong> <strong>de</strong> <strong>Leite</strong><br />

Luciano Castro Dutra <strong>de</strong> Moraes<br />

Tecnólogo em Meio Ambiente – <strong>Embrapa</strong> <strong>Gado</strong> <strong>de</strong> <strong>Leite</strong><br />

1. INTRODUÇÃO<br />

As análises para <strong>de</strong>terminação dos teores <strong>de</strong> gordura, lactose, proteína e sólidos totais e para a<br />

contagem <strong>de</strong> células somáticas (CCS) e contagem total <strong>de</strong> bactérias (CTB) no leite são<br />

realizadas em pequenos volumes (amostras), em geral cerca <strong>de</strong> 50 ml. As amostras <strong>de</strong> leite<br />

<strong>de</strong>vem ser representativas do volume total que se preten<strong>de</strong> examinar e que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> até<br />

5.000 litros ou mais. Por isso, alguns cuidados <strong>de</strong>vem ser observados.<br />

Existem outros fatores que po<strong>de</strong>m interferir com os resultados das análises e <strong>de</strong>vem ser levados<br />

em consi<strong>de</strong>ração. Um <strong>de</strong>sses fatores é a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação do leite, seguida da<br />

multiplicação dos microrganismos em número suficiente para causar sua <strong>de</strong>terioração em<br />

poucas horas. A contaminação do leite é propiciada pelas condições ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> obtenção,<br />

armazenamento, coleta e transporte, e é facilitada pela riqueza nutricional do leite que o torna<br />

um meio i<strong>de</strong>al para a multiplicação microbiana.<br />

As amostras <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>vem ser coletadas em recipientes apropriados, limpos e enviadas ao<br />

laboratório sob refrigeração (máximo 7°C). Os procedimentos <strong>de</strong> coleta e transporte <strong>de</strong> amostras<br />

<strong>de</strong>vem ser padronizados, <strong>de</strong> acordo com normas aceitas internacionalmente, <strong>de</strong> modo que os<br />

resultados obtidos por diferentes laboratórios possam ser comparados entre si e utilizados pelos<br />

interessados (produtores, indústria e serviço <strong>de</strong> fiscalização).<br />

A Instrução Normativa 51/2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)<br />

prevê coleta mensal <strong>de</strong> pelo menos uma amostra <strong>de</strong> leite do rebanho, a qual será analisada pela<br />

Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Laboratórios <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> (RBQL).<br />

A confiabilida<strong>de</strong> dos resultados das análises <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em gran<strong>de</strong> parte da adoção <strong>de</strong><br />

procedimentos bem estabelecidos para a coleta e transporte das amostras, sendo importante<br />

observar:<br />

- Capacitação do pessoal responsável pela coleta e transporte das amostras;<br />

- Padronização dos procedimentos;<br />

- Escolha <strong>de</strong> materiais para a coleta e transporte das amostras, observando-se,<br />

especialmente: o tipo <strong>de</strong> frasco, o tipo <strong>de</strong> conservante e as condições <strong>de</strong> armazenamento<br />

das amostras;<br />

- Tempo <strong>de</strong>corrido entre a coleta e a realização dos exames;<br />

- Fornecimento <strong>de</strong> informações sobre as amostras e o rebanho <strong>de</strong> origem.


2.1 Responsável pela coleta <strong>de</strong> amostras<br />

2. RECOMENDAÇÕES GERAIS<br />

A pessoa encarregada <strong>de</strong> coletar as amostras <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>ve:<br />

- receber treinamento e seguir os procedimentos recomendados. A <strong>de</strong>scrição dos<br />

procedimentos <strong>de</strong>ve estar disponível, por escrito, <strong>de</strong> forma visível e <strong>de</strong> fácil acesso, no local<br />

da coleta;<br />

- receber informação sobre os riscos inerentes ao manuseio dos conservantes usados ou <strong>de</strong><br />

qualquer outro produto químico que possa apresentar risco à sua saú<strong>de</strong>, e à saú<strong>de</strong> dos<br />

consumidores do leite, e ao ambiente;<br />

- ser orientada sobre os cuidados higiênicos e sobre os riscos <strong>de</strong> contaminação do leite em<br />

caso <strong>de</strong> má condução <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s;<br />

- dispor <strong>de</strong> tempo suficiente para proce<strong>de</strong>r a coleta conforme as instruções recebidas,<br />

especialmente quanto à homogeneização do leite antes da coleta e uso correto dos frascos e<br />

conservantes, mesmo que haja outras ativida<strong>de</strong>s a serem <strong>de</strong>sempenhadas.<br />

Em algumas circunstâncias, a coleta <strong>de</strong> amostras po<strong>de</strong>rá ser feita sem aviso prévio, evitando-se,<br />

assim que o produtor mu<strong>de</strong> os procedimentos <strong>de</strong> rotina <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha e <strong>de</strong> armazenamento do<br />

leite, o que po<strong>de</strong>ria comprometer a representativida<strong>de</strong> da amostra.<br />

A coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>verá ser feita na proprieda<strong>de</strong> (fazenda) imediatamente antes do<br />

recolhimento pelo caminhão (isotérmico ou não), seja o leite armazenado em tanque <strong>de</strong><br />

expansão ou em latões.<br />

2.2 Material e procedimentos recomendados para coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> leite<br />

2.2.1 Frascos<br />

Os frascos são <strong>de</strong> plástico, com tampas rosqueáveis. As tampas <strong>de</strong>vem vedar o frasco <strong>de</strong><br />

maneira segura, para evitar tanto o vazamento do líquido quanto a contaminação do leite com<br />

água, poeira ou qualquer outro produto.<br />

Os frascos e os conservantes são fornecidos pelo laboratório responsável pelas análises. Isso<br />

facilita e agiliza a rotina do laboratório, pois são usados frascos no tamanho e formato<br />

a<strong>de</strong>quados para o uso nos equipamentos.<br />

Antes do uso, os frascos <strong>de</strong>vem ser mantidos em ambiente seco, ao abrigo da luz, e protegidos<br />

<strong>de</strong> qualquer contaminação (poeira, agua, insetos, etc.).<br />

Os frascos utilizados para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>stinadas à <strong>de</strong>terminação dos<br />

componentes e CCS possuem a tampa translúcida (mesma cor que o frasco), e já são enviados<br />

com uma pastilha <strong>de</strong> conservante (Bronopol®) no interior.<br />

Os frascos utilizados para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>stinadas a CTB possuem a tampa vermelha,<br />

são previamente esterilizados e são conservados em sacos plásticos para protegê-los <strong>de</strong><br />

contaminação. Esses frascos <strong>de</strong>vem ser abertos no momento da coleta para a adição da<br />

amostra <strong>de</strong> leite e do conservante em seu interior.<br />

Solicitar frascos ao LQL com antecedência <strong>de</strong> no mínimo 15 (quinze) dias da coleta por meio <strong>de</strong><br />

e-mail (mensagem eletrônica), telefone, fax ou pessoalmente;<br />

2


2.2.2 Conservantes<br />

Os conservantes são usados para garantir que as amostras <strong>de</strong> leite mantenham sua integrida<strong>de</strong><br />

e caracteristicas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento da coleta até a realização da análise no laboratório. Existem<br />

vários tipos que po<strong>de</strong>m ser usados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não interfiram nos testes físicos ou químicos.<br />

Os conservantes são tóxicos e <strong>de</strong>vem ser manuseados com auxílio <strong>de</strong> luvas <strong>de</strong> látex (luvas<br />

cirúrgicas) e não <strong>de</strong>vem entrar em contato com o leite <strong>de</strong>stinado ao consumo.<br />

Os frascos usados para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>vem ser abertos somente no momento<br />

da coleta, sendo fechados imediatamente após.<br />

Amostras <strong>de</strong> leite po<strong>de</strong>m ser estocadas sem conservante por até 24 horas (tempo <strong>de</strong>corrido<br />

entre a or<strong>de</strong>nha e a analise no laboratorio), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que mantidas entre 2 e 6 o C. No caso <strong>de</strong><br />

serem analisadas com mais <strong>de</strong> 24 horas após a or<strong>de</strong>nha, é necessário adicionar o conservante e<br />

<strong>de</strong>ixá-lo atuar por, no mínimo, três horas antes da análise.<br />

Os conservantes usados no laboratório são os reconhecidos pela “International Dairy Fe<strong>de</strong>ration”<br />

(Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Laticínios – IDF/FIL) e pelo Mapa:<br />

- Bronopol® (2-bromo-2-nitropropano-1, 3-diol): a concentração final na amostra <strong>de</strong>ve ser<br />

entre 0,02 e 0,05%. É usado normalmente na forma <strong>de</strong> comprimido com 10 mg <strong>de</strong><br />

ingrediente ativo ou 0,05 ml (contendo 20% do ingrediente ativo) para cada 50 mL <strong>de</strong> leite.<br />

No Brasil, Bronopol® tem sido fornecido na forma <strong>de</strong> pastilhas, sendo colocados geralmente<br />

um por frasco, suficientes para aproximadamente 40 ml <strong>de</strong> leite. No caso da análise <strong>de</strong><br />

gordura, existe a recomendação <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r à análise no máximo cinco (5) dias após a<br />

coleta.<br />

-<br />

Azidiol (azida sódica e cloranfenicol): a concentração final <strong>de</strong> azida sódica e cloranfenicol na<br />

amostra <strong>de</strong>vem estar entre 0,10 a 0,12% e 0,004 a 0,005%, respectivamente. Geralmente é<br />

usado na forma líquida, sendo colocado duas gotas em cada frasco com volume <strong>de</strong> leite<br />

variando <strong>de</strong> 30 a 40 ml. Além das substâncias citadas anteriormente, o conservante Azidiol<br />

possui na sua composição o corante azul <strong>de</strong> bromofenol, que confere às amostras <strong>de</strong> leite<br />

uma coloração azul clara.<br />

2.2.3 Tempo e conservação da amostra entre a coleta e a análise no laboratório<br />

As amostras <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>vem ser mantidas sob refrigeração <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a coleta até a entrega no<br />

laboratório. Apesar das restrições da Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Laticínios sobre o tempo<br />

máximo <strong>de</strong>corrido entre a coleta <strong>de</strong> amostras e realização das análises, foi observado que<br />

amostras <strong>de</strong> leite com os respectivos conservantes e mantidas até 7°C não apresentaram<br />

diferença nos resultados dos componentes, da CCS e CTB ao longo <strong>de</strong> sete dias.<br />

De acordo com o Mapa, as amostras <strong>de</strong>vem ser acondicionadas em caixas isotérmicas com gelo<br />

reciclável, não ultrapassando 7°C a temperatura das amostras durante todo o período<br />

compreendido entre a coleta e recebimento no laboratório.<br />

As amostras <strong>de</strong>vem ser mantidas em temperatura <strong>de</strong> refrigeração, no máximo a 7°C e<br />

entregues no laboratório em até 96 (noventa e seis) horas após a coleta.<br />

Amostras não i<strong>de</strong>ntificadas por meio <strong>de</strong> etiquetas com código <strong>de</strong> barras, <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificadas<br />

em formulário próprio (Anexo 1) contendo o nome do solicitante, data <strong>de</strong> coleta, data <strong>de</strong> envio e<br />

número <strong>de</strong> amostras a serem analisadas com sua respectiva i<strong>de</strong>ntificação bem como o tipo <strong>de</strong><br />

análise solicitada. No entanto esse procedimento <strong>de</strong>ve ser evitado, dando preferência para<br />

i<strong>de</strong>ntificação com etiquetas contento código <strong>de</strong> barras por meio <strong>de</strong> alteração do cadastro antes<br />

do pedido dos frascos.<br />

Ressalta-se que as amostras não <strong>de</strong>vem ser congeladas, pois haverá alteração nos valores <strong>de</strong><br />

CCS e CTB.<br />

3


Atentar para a logística da coleta e envio, <strong>de</strong> modo a se evitar que as amostras cheguem ao LQL<br />

no último dia útil da semana (consi<strong>de</strong>rar feriados e recessos).<br />

Separar as amostras <strong>de</strong> acordo com o código do cliente e/ou tipo <strong>de</strong> análise para amostras<br />

enviadas em uma mesma caixa isotérmica. Aconselha-se a utilização <strong>de</strong> sacos plásticos ou<br />

racks para esta separação.<br />

2.2.4 Precauções<br />

- Os frascos e equipamentos ou utensílios (conchas, copos coletores, pescadores e bal<strong>de</strong>s)<br />

usados para a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>vem ser protegidos <strong>de</strong> contaminação antes e durante o<br />

uso. Estes utensílios <strong>de</strong>vem ser higienizados com <strong>de</strong>tergente alcalino clorado (130 ppm <strong>de</strong><br />

cloro), ou álcool etílico 70°GL.<br />

- Quando for usado um coletador <strong>de</strong> amostra (concha, ou outro mo<strong>de</strong>lo) este <strong>de</strong>ve ser mantido<br />

limpo e seco. Recomenda-se o uso <strong>de</strong> coletador <strong>de</strong> aço inoxidável, com superfície lisa e com<br />

todos os cantos arredondados.<br />

- O coletor não <strong>de</strong>ve ter contato com materiais ou superfícies contaminadas por moscas,<br />

matéria orgânica, poeira, etc.<br />

- O frasco <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong>ve ser manuseado com cuidado, evitando-se <strong>de</strong>rrubar a tampa no<br />

chão ou o contato <strong>de</strong>la ou do interior do frasco com outros materiais ou possíveis<br />

contaminantes.<br />

2.2.5 <strong>Coleta</strong> <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> leite do tanque <strong>de</strong> refrigeração<br />

A coleta <strong>de</strong> amostra do leite do tanque requer agitação suficiente para promover a<br />

homogeneização a<strong>de</strong>quada dos componentes do leite (gordura, proteína e lactose). Caso<br />

contrário o leite da parte superior e inferior do volume <strong>de</strong> leite a ser amostrado apresentará<br />

valores superestimados e subestimados, respectivamente, <strong>de</strong> gordura, CCS e CTB.<br />

Isso se <strong>de</strong>ve à tendência dos glóbulos <strong>de</strong> gordura subirem para a superfície por possuirem uma<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> menor que a da água, e com isso carrearem células somáticas e bactérias.<br />

Em estabelecimentos com tanque <strong>de</strong> expansão direta para resfriamento do leite, recomenda-se,<br />

antes <strong>de</strong> coletar as amostras:<br />

- a) Observar se há qualquer anormalida<strong>de</strong> no leite. Em caso <strong>de</strong> anormalida<strong>de</strong>, registrar a<br />

ocorrência e interromper a coleta.<br />

- b) Medir o volume <strong>de</strong> leite. Se a régua permanece no interior do tanque, <strong>de</strong>ve-se secá-la ao<br />

nível do leite, com uma toalha <strong>de</strong> papel <strong>de</strong>scartável, realizar a medida e anotar o resultado.<br />

- c) Se a régua é mantida fora do tanque, <strong>de</strong>ve-se lavá-la cuidadosamente antes <strong>de</strong> introduzila<br />

no tanque. Depois disso, <strong>de</strong>ve-se secá-la ao nível do leite, com uma toalha <strong>de</strong> papel<br />

<strong>de</strong>scartável, realizar a medida e anotar o resultado.<br />

- d) Ligar o sistema <strong>de</strong> agitação do tanque por no mínimo cinco (5) minutos imediatamente<br />

antes da coleta da amostra. Quando a capacida<strong>de</strong> do tanque for maior que 5.700 litros, o<br />

tempo <strong>de</strong> agitação <strong>de</strong>ve ser aumentado para <strong>de</strong>z (10) minutos, ou <strong>de</strong> acordo com a<br />

recomendação do fabricante. Em qualquer caso, <strong>de</strong>ve-se sempre coletar a amostra logo<br />

após seja <strong>de</strong>sligado o agitador.<br />

- e) Anotar a temperatura do leite.<br />

- f) Cuidar para nunca manter o frasco com conservante sobre o leite contido no tanque;<br />

4


- g) Usar um coletor para transferir o leite para o frasco;<br />

- h) Não ultrapassar ¾ (três quartos) do frasco com leite (medida feita consi<strong>de</strong>rando-se o<br />

frasco tampado). Isso é feito para permitir a mistura do leite com o conservante.<br />

- i) I<strong>de</strong>ntificar cada frasco com a correspon<strong>de</strong>nte etiqueta <strong>de</strong> código <strong>de</strong> barras ou número<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao nome do produtor indicado no formulário para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> amostras<br />

(Anexo 1).<br />

- j) Colocar a amostra <strong>de</strong> leite imediatamente em uma caixa isotérmica (tipo isopor ou outra)<br />

com gelo reciclável;<br />

- k) Garantir que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gelo reciclável seja suficiente para manter a temperatura<br />

interna da caixa isotérmica em no máximo 7°C .<br />

- l) Evitar colocar gelo comum ou gelo em sacos pláticos pois a água resultante do <strong>de</strong>gelo<br />

po<strong>de</strong> danificar a i<strong>de</strong>ntificação das amostras, seja por meio <strong>de</strong> etiquetas <strong>de</strong> código <strong>de</strong> barras ou<br />

por canetas .<br />

- m) Limpar cuidadosamente o coletor.<br />

- n) Deixar o frasco em repouso durante cinco (5) minutos e homogeneizar o leite, para que o<br />

conservante se distribua uniformemente. O leite <strong>de</strong>verá adquirir a coloração característica do<br />

conservante (rósea ou pêssego, no caso do Bronopol® e azulado, no caso do Azidiol)<br />

2.2.5.2 <strong>Coleta</strong> <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> latões<br />

Antes da coleta da amostra, <strong>de</strong>ve-se:<br />

- a) Agitar o leite <strong>de</strong> cada latão, usando um agitador manual (agitador <strong>de</strong> latão) por no mínimo<br />

<strong>de</strong>z (10) segundos. Para isso, <strong>de</strong>ve-se misturar o leite das camadas superiores com o das<br />

camadas inferiores, pelo menos <strong>de</strong>z (10) vezes com movimentos suaves e contínuos. O<br />

movimento do agitador sempre <strong>de</strong>ve ser na direção vertical (para cima e para baixo) .<br />

- b) Observar se há qualquer anormalida<strong>de</strong> no leite. Em caso <strong>de</strong> anormalida<strong>de</strong>, registrar a<br />

ocorrência e interromper a coleta.<br />

- c) Anotar a temperatura do leite, caso seja possível.<br />

- d) Manter o frasco com conservante longe da abertura do latão;<br />

- e) Usar um coletor (ou um recipiente a<strong>de</strong>quado) para transferir o leite para o frasco;<br />

- f) Não ultrapassar ¾ (três quartos) do frasco com leite (medida feita consi<strong>de</strong>rando-se o frasco<br />

tampado). Isso é feito para permitir a mistura do leite com o conservante;<br />

- g) No caso <strong>de</strong> existirem vários latões, homogeneizar o volume total <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> cada latão e<br />

após este procedimento transferir quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leite proporcionais <strong>de</strong> cada latão para um<br />

outro recipiente e <strong>de</strong>ste retirar o volume necessário para o frasco (por exemplo: se houver<br />

dois latões, sendo um cheio e outro pela meta<strong>de</strong>, retirar um litro do primeiro e meio litro do<br />

segundo. Homogeneizar e retirar <strong>de</strong>ssa mistura <strong>de</strong> 1,5 litro o volume necessário para a<br />

amostra);<br />

- h) I<strong>de</strong>ntificar o frasco com a etiqueta <strong>de</strong> código <strong>de</strong> barras correspon<strong>de</strong>nte ao produtor ou<br />

número que i<strong>de</strong>ntifique o produtor no formulário <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> amostras (Anexo 1);<br />

- i) Colocar a amostra <strong>de</strong> leite imediatamente em uma caixa isotérmica (tipo isopor ou outra),<br />

com gelo reciclável;<br />

5


- j) Garantir que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gelo reciclável seja suficiente para manter a temperatura<br />

interna da caixa isotérmica em no máximo 7°C;<br />

- k) Limpar cuidadosamente o coletor;<br />

- l) Deixar o frasco em repouso durante cinco (5) minutos e homogeneizar o leite, para que o<br />

conservante Bronopol® se dissolva e distribua uniformemente no caso das amostras<br />

<strong>de</strong>stinadas para <strong>de</strong>terminação dos componentes e CCS;<br />

- m) Para as amostras <strong>de</strong>stinadas a CTB, logo após colocar o conservante Azidiol,<br />

homogeneizar imediatamente. O leite <strong>de</strong>verá adquirir a coloração característica do conservante<br />

(rósea ou pêssego, no caso do Bronopol® e azulado, no caso do Azidiol).<br />

3. ENCAMINHAMENTO DAS AMOSTRAS PARA O LABORATÓRIO<br />

Todas as amostras encaminhadas ao laboratório <strong>de</strong>vem ser acompanhadas <strong>de</strong> uma ficha com<br />

os seguintes dados:<br />

- I<strong>de</strong>ntificação do rebanho e en<strong>de</strong>reço para envio dos resultados;<br />

- Data e horário da coleta. No caso da coleta ter sido realizada em mais <strong>de</strong> um dia, a data do<br />

primeiro dia <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado para o lote <strong>de</strong> amostras;<br />

- Tipo <strong>de</strong> amostra enviada (se <strong>de</strong> latão ou do tanque <strong>de</strong> refrigeração);<br />

- Temperatura da amostra no momento da coleta;<br />

- Local da amostragem;<br />

- Nome ou i<strong>de</strong>ntificação do responsável pela amostragem.<br />

Esses dados po<strong>de</strong>m ser encaminhados em fichas, como o mo<strong>de</strong>lo anexo. Os frascos <strong>de</strong>vem<br />

conter as etiquetas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da amostra por meio <strong>de</strong> código <strong>de</strong> barras coladas<br />

verticalmente ou numerados seqüencialmente, usando-se uma tinta solúvel em álcool (do tipo<br />

recomendado para retroprojetor), <strong>de</strong>vendo-se evitar as do tipo nanquim. No entanto esse<br />

procedimento <strong>de</strong>ve ser evitado, dando preferência para i<strong>de</strong>ntificação com etiquetas contento<br />

código <strong>de</strong> barras por meio <strong>de</strong> alteração do cadastro antes do pedido dos frascos.<br />

Além da numeração dos frascos, <strong>de</strong>ve-se ser incluída a i<strong>de</strong>ntificação por nome ou código do<br />

produtor. Os dados complementares (i<strong>de</strong>ntificação, en<strong>de</strong>reço, data da coleta, etc.) são<br />

importantes para a i<strong>de</strong>ntificação da origem das amostras, bem como para garantir o retorno dos<br />

resultados <strong>de</strong> maneira rápida e confiável.<br />

4. O QUE SE DEVE EVITAR:<br />

• Trocar frascos ou tampas no momento da coleta;<br />

• Rasurar ou alterar a i<strong>de</strong>ntificação das etiquetas <strong>de</strong> código <strong>de</strong> barras;<br />

• Colar horizontalmente as etiquetas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação por meio <strong>de</strong> código <strong>de</strong> barras<br />

• Usar cubos <strong>de</strong> gelo <strong>de</strong>ntro das caixas isotérmicas;<br />

• Enviar amostras com temperaturas acima <strong>de</strong> 7°C;<br />

• Enviar amostras com mais <strong>de</strong> 96 horas após a coleta.<br />

6


Referências bibliográficas<br />

GOODRIDGE, L., LENCKI, R. W. A review of international Standards and the scientific literature<br />

on farm milk bulk-tank sampling protocols. Journal of Dairy Science, v.87, n.9, p.3099-3104,<br />

2004.<br />

INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION. Milk. Enumeration of somatic cells. Bruxelas: 1995. 8p.<br />

(IDF Standard 148 A)<br />

INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION. Whole milk. Determination of milkfat, protein and<br />

lactose content. Gui<strong>de</strong> for the operation of mid-infra-red instruments. Bruxelas: 1996. 12p. (IDF<br />

Standard 141 B)<br />

MARSHALL, R. T. ed. Standard methods for the examination of dairy products. 16 ed.<br />

Washington: American Public Health Association, 1992. 547 p.<br />

SOUZA, G. N. ; FARIA, C. G.; RIOS, R.; OLIVEIRA, V. C.; SANTOS, R. R. D.; ARCURI, E. F.;<br />

LANGE, C.; BRITO, M. A. V. P.; BRITO, J. R. F. Efeito da temperatura e do tempo <strong>de</strong><br />

armazenamento sobre a contagem total <strong>de</strong> bactérias em amostras <strong>de</strong> leite cru conservadas com<br />

azidiol. Revista do Instituto <strong>de</strong> Laticínios Cândido Tostes, v. 61, n. 351, p. 358-361, 2006.<br />

SOUZA, G. N. ; SILVA, M. R.; SOUZA, F. S. ; COELHO, R. O.; BRITO, M. A. V. P.; BRITO, J. R.<br />

F. Efeito da temperatura e do tempo <strong>de</strong> armazenamento sobre a contagem <strong>de</strong> céluas somáticas<br />

no leite. Arquivo Brasileiro <strong>de</strong> Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 57, n. 6, p. 830-834, 2005.<br />

7


Anexo 1.<br />

Laboratório <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong> Prof. José <strong>de</strong> Alencar<br />

Solicitante: Data da coleta:<br />

Proprieda<strong>de</strong>: Data da análise:<br />

En<strong>de</strong>reço:<br />

Código do rebanho/indústria: Telefone/fax:<br />

e-mail: Temperatura do leite: ºC<br />

N.º do<br />

frasco<br />

I<strong>de</strong>ntificação da amostra<br />

N.º do<br />

frasco<br />

I<strong>de</strong>ntificação da amostra<br />

• A i<strong>de</strong>ntificação da amostra po<strong>de</strong> ser o código/nome <strong>de</strong> produtor (para cooperativas) ou o<br />

número/nome do animal (para fazendas).<br />

<strong>Embrapa</strong> <strong>Gado</strong> <strong>de</strong> <strong>Leite</strong><br />

Laboratório <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong><br />

Rua Eugênio do Nascimento, 610, Bairro Dom Bosco – Juiz <strong>de</strong> Fora – MG<br />

CEP.: 36038-330<br />

Tel.: (0 – xx - 32) 3249-4826 / 4828; Fax 3249-4821<br />

e-mail: lableite@cnpgl.embrapa.br<br />

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