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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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enciadas e, assim, problematizar em profundidade as questões sociais, econômicas,<br />

políticas e culturais, sexuais e de gêneros que estão presentes no cenário contemporâneo.<br />

Uma complexidade que requer problematizações com outras categorias políticas<br />

de análise, entre elas, classes sociais, raças e etnias, gêneros, orientação <strong>sexual</strong>,<br />

relações inter-geracio<strong>na</strong>is etc.<br />

Diante de tal complexidade, de forma bastante rápida, propomos um recorte<br />

sobre as relações possíveis entre essa comunidade e o campo da <strong>educação</strong>.<br />

Escola: a vontade de saber<br />

A partir da exclusão familiar e da vizinhança, as relações estabelecidas entre<br />

travestis, transexuais e transgêneros e a escola também se mostram bastante<br />

prejudicadas. A escola apresenta muita dificuldade no trato da orientação <strong>sexual</strong> e<br />

de identidade de gênero, mostrando-se muitas vezes insegura e perdida diante das<br />

ce<strong>na</strong>s que não estão presentes em seus manuais. Neste sentido, reifica os modelos<br />

sociais de exclusão por meio de ações de violência (discrimi<strong>na</strong>ção e expulsão) ou<br />

de descaso, fazendo de conta que <strong>na</strong>da está acontecendo (não escuta as denúncias<br />

da dor da discrimi<strong>na</strong>ção).<br />

Apesar da presença de muito preconceito e discrimi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>s escolas, seja<br />

por classe social, raça e etnia, gêneros, orientação <strong>sexual</strong> etc., é possível localizar em<br />

algumas delas ensaios de superação desse quadro. Isto, muitas vezes por iniciativa<br />

de alguns professores ou diretores mais sensibilizados que, de alguma maneira, têm<br />

promovido o respeito, a solidariedade e a inclusão, através da valorização das diferenças<br />

e o respeito à sua expressão. Porém, no espaço escolar, ainda ouvimos muitas<br />

histórias de desrespeito e homofobia, mais especificamente de transfobia (medo,<br />

nojo e vergonha de se relacio<strong>na</strong>r com travestis, transexuais e transgêneros).<br />

É importante lembrar que quando uma travesti chega à escola, ela já viveu alguns<br />

transtornos <strong>na</strong> esfera familiar e comunitária, apresentando uma base emocio<strong>na</strong>l<br />

fragilizada que a impede de encontrar forças para enfrentar os processos de estigmatização<br />

e a discrimi<strong>na</strong>ção que a própria escola, com seus alunos, professores, funcionários<br />

e dirigentes, exerce, dada a desinformação a respeito do convívio com a diferença<br />

e suas singularidades. A intensidade da discrimi<strong>na</strong>ção e do desrespeito aos quais as<br />

travestis são expostas <strong>na</strong>s escolas em que desejam estudar leva, <strong>na</strong> maioria das vezes, a<br />

reações de agressividade e revolta, ocasio<strong>na</strong>ndo o abandono dos estudos ou a expulsão<br />

da escola, o que conseqüentemente contribui para a margi<strong>na</strong>lização, pois bem sabemos<br />

da importância dada aos estudos e à profissio<strong>na</strong>lização em nossa sociedade.<br />

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