14.04.2013 Views

Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A partir do momento em que os professores que forem homossexuais,<br />

tanto as mulheres quanto os homens, começarem a<br />

trabalhar a <strong>sexual</strong>idade, amostrar as opções, mostrar o respeito,<br />

mostrar que é <strong>na</strong>tural, que não é um crime, que não é um pecado,<br />

acho que para a geração que vai surgir, de repente, vem uma<br />

coisa mais atenuada, entendeu? (Prof. Otaviano).<br />

Estas <strong>na</strong>rrativas nos apontam algumas estratégias que esses docentes utilizam<br />

para tratar a temática <strong>na</strong> escola: ensi<strong>na</strong>r o respeito às diferenças, mostrar<br />

que existem diversas formas de ser homem de ser mulher, diferentes maneiras de<br />

amar, de se ter prazer, que não existe ape<strong>na</strong>s uma forma de se nomear a <strong>sexual</strong>idade,<br />

que existem outras possibilidades e outras famílias. Nesse sentido, Deborah<br />

Britzman ( 99 : 7 ) coloca:<br />

Se a <strong>educação</strong> e as pedagogias que ela oferece puderem “<strong>na</strong>vegar<br />

as fronteiras culturais” do sexo e se puderem fazê-lo de forma<br />

a problematizar e a pluralizar, parte de nosso trabalho, então,<br />

deve consistir em repensar a representação e os discursos da<br />

identidade, do conhecimento e do poder cultural que circulam<br />

<strong>na</strong>s escolas e no interior do aparato saber/poder. Isso significa<br />

construir pedagogias que envolvam todas as pessoas e que possibilitem<br />

que haja menos discursos normalizadores dos corpos,<br />

dos gêneros, das relações sociais, da afetividade e do amor.<br />

Esta pesquisa tem nos possibilitado repensar as identidades sexuais e estabelecer,<br />

ao mesmo tempo, uma articulação com a identidade profissio<strong>na</strong>l. Neste caso,<br />

de docente. Pela <strong>na</strong>rrativa dos envolvidos <strong>na</strong> pesquisa, pudemos notar que, em diversos<br />

espaços sociais, os professores e a professora tendem a deixar mais tranqüilamente<br />

perceberem como gays e lésbica. No entanto, isto não ocorre <strong>na</strong> escola, pois<br />

é ainda o local que, por sua estrutura, organização e conservadorismo, faz com que<br />

tanto os professores quanto a professora se mantenham reticentes em dar visibilidade<br />

a essa dimensão identitária. De todo modo, mesmo sem se explicitarem como<br />

gays ou lésbica <strong>na</strong> escola, percebem que são “definidos” como tais e que esta não é<br />

uma questão que possa ser tratada abertamente no grupo.<br />

Pelas <strong>na</strong>rrativas, constata-se haver <strong>na</strong> escola um cultivado e acentuado silenciamento<br />

em relação à homos<strong>sexual</strong>idade, às pessoas homossexuais aos seus modos<br />

de viver. Um silenciamento produtor e reprodutor de outras falas, modos de ver e de<br />

agir. Institucio<strong>na</strong>lmente, evita-se falar de respeito à diversidade <strong>sexual</strong> e continua-se,<br />

207

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!