14.04.2013 Views

Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Louro ( 004:8 ) ainda observa:<br />

[...] é no corpo e através do corpo que os processos de afirmação<br />

ou transgressão das normas regulatórias se realizam e se<br />

expressam. Assim os corpos são marcados social, simbólica e<br />

materialmente – pelo próprio sujeito e pelos outros.<br />

Uma das <strong>na</strong>rrativas importantes trazidas por todos os sujeitos entrevistados<br />

foi quanto à questão de se “assumirem” no espaço escolar, <strong>na</strong> condição de professores<br />

gays e professora lésbica. Em diversos ambientes parece-lhes ser mais fácil<br />

assumir essa identidade:<br />

Eu sou assumido em todos os ambientes, minha família sabe,<br />

meus amigos sabem. Claro que eu não dou um cartãozinho:<br />

“Aqui ó, eu sou o Sr. Gay”. Mas todo mundo que convive comigo<br />

sabe quem eu sou, porque eu não tenho que usar máscaras,<br />

entendeu? (Prof. Romeu).<br />

Porém, não em “todos os ambientes”, pois destacam que <strong>na</strong> escola essa questão<br />

parece ser ainda muito delicada. Fica mais “velada”, e as outras pessoas “suspeitam”<br />

ou “deduzem” que esses sujeitos sejam homossexuais por suas aparências,<br />

modos de falar, andar e agir. Assim se expressa a professora Veridia<strong>na</strong>:<br />

Olha, eu nunca falei em aula porque eu acho que não cabia.<br />

Mas se algum me perguntasse, com certeza entraria no assunto.<br />

Mas pela aparência.<br />

Por sua vez, diz o professor Otaviano:<br />

Não sei se os pais sabem. Mas a diretoria e os pais me olham<br />

com uma cara diferente. Isso eu já percebi. Os paisme olham<br />

com uma cara diferente, e eu noto os cochichos.<br />

Estas <strong>na</strong>rrativas vão ao encontro do que o movimento homos<strong>sexual</strong> brasileiro<br />

vem discutindo sobre a invisibilidade desses sujeitos: “ainda se configura <strong>na</strong>s<br />

escolas brasileiras a invisibilidade dos sujeitos homossexuais que cotidia<strong>na</strong>mente<br />

as ocupam” (ABGLT, 00 : 48).<br />

203

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!