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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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cujas razões (<strong>na</strong> espécie huma<strong>na</strong> e <strong>na</strong> vida do indivíduo homos<strong>sexual</strong>) a <strong>na</strong>tureza<br />

teria concorrido. Como escreve Robert Winston, em Instinto Humano:<br />

Do ponto de vista da seleção <strong>na</strong>tural, a homos<strong>sexual</strong>idade deveria<br />

ser um beco sem saída. Não pode haver nenhuma vantagem<br />

evolucionista em ser exclusivamente gay ou lésbica. Contudo,<br />

os seres humanos não são os únicos com comportamento homos<strong>sexual</strong>:<br />

os bonobos – chimpanzés pigmeus – freqüentemente<br />

são vistos se agarrando com parceiros do mesmo sexo<br />

(WINSTON, 00 : 0).<br />

E mais adiante diz o autor: “a homos<strong>sexual</strong>idade pode parecer ir de encontro<br />

à adaptação evolucionista, mas isto não significa que seja uma prática moralmente<br />

ruim” (ibid., 00 : ). Uma posição semelhante parece ser a de Simon Le Vay,<br />

especialista norte-americano em neuroa<strong>na</strong>tomia e autor do livro The Sexual Brain,<br />

publicado em 99 , ele próprio homos<strong>sexual</strong>, que procurou enraizar a homos<strong>sexual</strong>idade<br />

em um “cérebro gay”, certamente por acreditar que a <strong>na</strong>turalização da homos<strong>sexual</strong>idade<br />

poderia ajudar a diminuir o preconceito contra homossexuais. Essa<br />

posição não nos parece, contudo, afastar-se do preconceito. Voltaremos ao assunto.<br />

As teses da sociobiologia e da psicologia evolucionista retomam a chamada<br />

controvérsia “<strong>na</strong>tureza versus cultura”, conhecida de antropólogos, sociólogos, psicólogos,<br />

pedagogos. Controvérsia iniciada no fi<strong>na</strong>l do século XIX, permanecem até<br />

as primeiras décadas do século XX, <strong>na</strong>s disputas entre biólogos e psicólogos ao<br />

discutirem os fundamentos dos chamados “traços comportamentais”, gerando uma<br />

polêmica <strong>na</strong> qual se considerava, de um lado, que certos padrões de comportamento<br />

eram herdados, i<strong>na</strong>tos, inscritos nos genes (etólogos, psicólogos fisicalistas) e, de<br />

outro, que os comportamentos eram aprendidos (psicólogos behavioristas), sendo<br />

moldados ou pela seleção <strong>na</strong>tural (biólogos e fisicalistas) ou pelas experiências do<br />

indivíduo (psicólogos comportamentalistas, behavioristas).<br />

Esta dicotomia foi retomada por Edward O. Wilson, um entomologista e biólogo<br />

de Harvard, considerado o fundador da sociobiologia (ROSE, 000; PARÍS,<br />

00 ), para quem, mesmo numa sociedade mais igualitária, as desigualdades e as<br />

hierarquias sociais continuariam a existir, como os homens domi<strong>na</strong>ndo as mulheres,<br />

pelo peso da herança biológica animal sobre o comportamento social humano. Somos<br />

(machistas) como os macacos (PINKER, 004). Seu projeto, apresentado no livro<br />

Sociobiologia: a nova síntese, publicado em 97 , estabelecia que “a sociobiologia, assim<br />

como as outras ciências sociais e as humanidades, são os últimos ramos da Biologia<br />

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