procedimento para execução de ensaios de flotação - Abes
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Figura 1 - Equipamento Floteste<br />
T<br />
NOT OT OTA OT TTÉCNICA<br />
T ÉCNICA<br />
PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE ENSAIOS DE FLOTAÇÃO/<br />
FILTRAÇÃO EM EQUIPAMENTO DE BANCADA<br />
PROCEDURE FOR TESTS OF DISSOLVED AIR FLOTATION AND<br />
FILTRATION AT BENCH SCALE<br />
PAULO LUIZ CENTURIONE FILHO<br />
Engenheiro civil, mestre em Engenharia Civil na área <strong>de</strong> Hidráulica e Saneamento pela Escola <strong>de</strong> Engenharia<br />
<strong>de</strong> São Carlos - EESC/USP<br />
LUIZ DI BERNARDO<br />
Professor titular do Departamento <strong>de</strong> Hidráulica e Saneamento da Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos - EESC/USP<br />
Recebido: 21/05/02 Aceito: 08/11/02<br />
RESUMO<br />
Tendo em vista a potencialida<strong>de</strong> da remoção <strong>de</strong> algas utilizando<br />
a <strong>flotação</strong> por ar dissolvido, foi proposto o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> um equipamento <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong> fácil operação<br />
e manutenção, <strong>de</strong>nominado Floteste, integrando as características<br />
geométricas do equipamento Jarteste neste trabalho.<br />
Foram realizados <strong>ensaios</strong> utilizando água sintética contendo<br />
algas da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 8 ind/L e natural proveniente <strong>de</strong> curso<br />
d'água eutrofizado, possibilitando o aprimoramento do estudo<br />
das condições <strong>de</strong> coagulação, mistura rápida, floculação<br />
e <strong>flotação</strong>. Também, <strong>ensaios</strong> <strong>de</strong> <strong>flotação</strong> seguida <strong>de</strong> filtração<br />
em areia foram feitos visando melhorar a qualida<strong>de</strong> da água<br />
flotada. O jarro do Floteste possui placa <strong>de</strong> orifícios que proporciona<br />
perda <strong>de</strong> carga suficiente <strong>para</strong> a distribuição uniforme<br />
<strong>de</strong> água saturada pela seção quadrada do mesmo.<br />
engenharia sanitária e ambiental 39<br />
ABSTRACT<br />
Due to the potentiality of the algae removal by dissolved air flotation,<br />
it was proposed the <strong>de</strong>velopment of an equipment in laboratory scale<br />
of easy operation and maintenance, <strong>de</strong>nominated Floteste,<br />
integrating the geometric characteristics of the Jarteste equipment in<br />
this work. Tests were carried out with synthetic water containing a<br />
high concentration of algae (~10 8 ind/L) and natural water from<br />
an eutrophicated source. Besi<strong>de</strong>s several improvements in the<br />
equipment <strong>de</strong>veloped in this study, the rapid mixing can be consi<strong>de</strong>red<br />
the most important, followed by flocculation and flotation. Also,<br />
flotation and sand filtration tests were performed to simulate the<br />
floto-filtration technology. The Floteste vessel have a perforated plate<br />
that provi<strong>de</strong>s enough loss of load in or<strong>de</strong>r to uniform the distribution<br />
of saturated water in the bottom.<br />
PALAVRAS-CHAVE: remoção <strong>de</strong> algas, <strong>flotação</strong> por ar dissolvi- KEYWORDS: removal of algae, dissolved air flotation, coagulation,<br />
do, coagulação, floculação, filtração.<br />
floculation, filtration.<br />
EQUIPAMENTO FLOTESTE<br />
E MANUAL DE<br />
OPERAÇÃO<br />
O equipamento Floteste (Fig. 1) é constituído<br />
<strong>de</strong> uma câmara <strong>de</strong> pressurização, 3<br />
jarros <strong>para</strong> coagulação-floculação-<strong>flotação</strong> e<br />
utiliza o mesmo conjunto motor-agitador do<br />
Jarteste. Os jarros são <strong>de</strong> acrílico transparente<br />
com as mesmas dimensões do jarro convencional<br />
(115x115 mm2 ), cada qual po<strong>de</strong>ndo<br />
ser utilizado tanto <strong>para</strong> <strong>ensaios</strong> <strong>de</strong> <strong>flotação</strong><br />
quanto <strong>para</strong> sedimentação. A base do jarro<br />
foi alterada <strong>de</strong> modo a permitir a introdução<br />
e distribuição uniforme <strong>de</strong> água<br />
saturada com ar.<br />
A câmara <strong>de</strong> pressurização (Fig. 1,<br />
à esquerda) foi construída em acrílico<br />
transparente, diâmetro interno <strong>de</strong><br />
Figura 2 - Jarro <strong>de</strong><br />
Flotação<br />
1<br />
3<br />
6 2 5<br />
Figura 3 - Válvula Reguladora <strong>de</strong><br />
Pressão<br />
Vol. 8 - Nº 1 - jan/mar 2003 e Nº 2 - abr/jun 2003, 39-44<br />
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NOT OT OTA OT TÉCNICA T ÉCNICA<br />
T TT<br />
Centurione Filho, P. L. & Di Bernardo, L.<br />
7 8<br />
Figura 4 - Detalhe da Base da<br />
Câmara <strong>de</strong> Saturação<br />
Figura 7 - Kit <strong>de</strong> Filtros<br />
<strong>de</strong> Laboratório com Meio<br />
Filtrante <strong>de</strong> Areia<br />
Acoplados ao Floteste<br />
100 mm, espessura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 mm<br />
(pressão crítica <strong>de</strong> 50 atm) e altura <strong>de</strong><br />
320 mm, resultando volume útil <strong>de</strong> 2 L.<br />
O topo da câmara (Fig. 5) é dotado <strong>de</strong><br />
válvula reguladora <strong>de</strong> pressão com filtro<br />
(Fig. 3), registro <strong>de</strong> esfera <strong>para</strong> entrada <strong>de</strong><br />
ar sob pressão durante a recirculação,<br />
manômetro, dispositivo silenciador e registro<br />
<strong>de</strong> agulha <strong>para</strong> ajuste fino da pressão<br />
na câmara. A base da câmara (Fig. 4)<br />
é dotada <strong>de</strong> três registros <strong>de</strong> esfera cada<br />
qual com a função <strong>de</strong> regular a entrada<br />
<strong>de</strong> água clarificada <strong>para</strong> a recirculação,<br />
entrada <strong>de</strong> ar e saída <strong>de</strong> água saturada<br />
com ar.<br />
As etapas da coagulação,<br />
floculação e <strong>flotação</strong> (ou sedimentação)<br />
são realizadas no jarro <strong>de</strong> <strong>flotação</strong><br />
(Fig. 2). As características geométricas são<br />
iguais às dos jarros do equipamento<br />
Jarteste que contém agitador com paleta<br />
<strong>de</strong> 25 x 75 mm 2 (a relação entre o<br />
gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e a rotação do<br />
9<br />
engenharia sanitária e ambiental 40<br />
11<br />
Figura 5 - Detalhe do Topo da<br />
Câmara <strong>de</strong> Saturação<br />
Figura 8 - Esquema<br />
<strong>de</strong> um filtro <strong>de</strong><br />
laboratório<br />
10<br />
equipamento é dada pela Fig. 9) e base<br />
quadrada <strong>de</strong> dimensões 115x115 mm 2 .<br />
Essa base é composta por duas placas <strong>de</strong><br />
acrílico, espaçadas <strong>de</strong> 5 mm. A placa inferior<br />
é constituída <strong>de</strong> canais condutores<br />
<strong>de</strong> água saturada com ar (água <strong>de</strong><br />
recirculação) e tem por objetivo conduzila<br />
e distribuí-la com maior rapi<strong>de</strong>z, preenchendo<br />
o espaço situado abaixo da placa<br />
superior, a qual contém 121 orifícios <strong>de</strong><br />
2 mm <strong>de</strong> diâmetro, espaçados <strong>de</strong> 10 mm<br />
que proporcionam perda <strong>de</strong> carga suficiente<br />
<strong>para</strong> tal distribuição. Os canais foram<br />
executados na placa inferior com espessuras<br />
<strong>de</strong> 2,5 a 5 mm.<br />
O sistema <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> água<br />
saturada com ar consiste em pequenos<br />
tubos <strong>de</strong> poliuretano que resistem alta<br />
pressão (até 15 atm), registros <strong>de</strong> esfera<br />
e tês <strong>de</strong> conexão rápida, empregados<br />
em sistemas pneumáticos. Para a<br />
manutenção da pressão na câmara <strong>de</strong><br />
saturação foi prevista uma válvula regu-<br />
Figura 6 - Detalhe do Registro<br />
<strong>de</strong> Descarte<br />
Figura 9 - Gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> em função da<br />
rotação do agitador<br />
ladora <strong>de</strong> pressão (Fig. 3). O ar proveniente<br />
do compressor, dotado ou não <strong>de</strong><br />
reservatório, é conduzido à entrada dispositivo<br />
(Fig. 3 - seta 1) e a pressão<br />
po<strong>de</strong> ser, assim, controlada pelo registro<br />
(Fig. 3 - seta 2). Na saída <strong>de</strong>ste, há<br />
um tê (Fig. 3 - seta 4) no qual se divi<strong>de</strong><br />
o fluxo <strong>de</strong> ar, tanto <strong>para</strong> a saturação,<br />
quanto <strong>para</strong> a manutenção da pressão<br />
<strong>de</strong>sejada na câmara <strong>de</strong> saturação<br />
durante a recirculação do ensaio <strong>de</strong><br />
<strong>flotação</strong>.<br />
Operação do equipamento<br />
em um ensaio típico <strong>de</strong><br />
<strong>flotação</strong><br />
O primeiro passo <strong>para</strong> a realização<br />
<strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> coagulação, floculação<br />
e <strong>flotação</strong> é a saturação da água <strong>de</strong><br />
recirculação com ar, dissolvendo-o em<br />
pressão superior à atmosférica e a caracterização<br />
da água <strong>de</strong> estudo quanto aos<br />
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12
parâmetros pertinentes. A pressurização<br />
<strong>de</strong>ve ser feita na seguinte seqüência<br />
(Fig. 3 a 6, setas 2 a 12 - Passos 1 a 4):<br />
Passo 1: encher a câmara com água<br />
clarificada mantendo os registros (7) e<br />
(10) abertos e os registros (5), (8) e (9)<br />
fechados; quando atingir o nível <strong>de</strong> água<br />
na câmara suficiente <strong>para</strong> a <strong>execução</strong> do<br />
ensaio programado, fechar os registros (7)<br />
e (10);<br />
Passo 2: ligar o compressor <strong>de</strong> ar e<br />
regular a pressão pouco acima da <strong>de</strong>sejada<br />
na câmara <strong>de</strong> saturação utilizando o<br />
registro (2) e o manômetro (3). Para isso,<br />
é necessário girar o registro (2) no sentido<br />
horário e, <strong>para</strong> mantê-lo inalterado, basta<br />
<strong>de</strong>slocá-lo <strong>para</strong> baixo (6);<br />
Passo 3: abrir gradativa e totalmente<br />
o registro (9). Para atingir a pressão<br />
<strong>de</strong>sejada no interior da câmara, utilizar o<br />
registro (10) <strong>para</strong> um ajuste mais preciso<br />
e o manômetro (11); saturar a água pelo<br />
tempo <strong>de</strong>sejado (aproximadamente 10<br />
min);<br />
Passo 4: fechar simultaneamente os<br />
registros (9) e (10) e abrir o (5) ao final<br />
do tempo <strong>de</strong> saturação; este último tem<br />
como função manter a pressão inalterada<br />
no interior da câmara durante a<br />
recirculação da água saturada;<br />
Passo 5: levantar as hastes dos agitadores<br />
e encher gradativamente, até a marca<br />
<strong>de</strong> 2 L, os 3 jarros com pequenas porções<br />
<strong>de</strong> água <strong>de</strong> estudo previamente aquecidas<br />
ou resfriadas <strong>para</strong> garantir a<br />
homogeneida<strong>de</strong> da água contida em cada<br />
um dos jarros. A fixação da temperatura é<br />
importante, pois <strong>ensaios</strong> com uma mesma<br />
água sob condições diferentes <strong>de</strong> temperatura<br />
po<strong>de</strong>m conduzir a resultados<br />
diferentes.<br />
Passo 6: é extremamente importante<br />
eliminar as bolhas e pequenas bolsas <strong>de</strong><br />
ar que possam existir na base do jarro <strong>de</strong><br />
<strong>flotação</strong>, pois a permanência das mesmas<br />
irá afetar a distribuição da água saturada<br />
com ar durante a recirculação; isto po<strong>de</strong><br />
ser feito, quando o volume <strong>de</strong> cada jarro<br />
atingir um quarto do volume total, inclinando<br />
o jarro <strong>para</strong> que ocorra a expulsão<br />
do ar.<br />
A pressurização das mangueiras<br />
condutoras <strong>de</strong> água saturada <strong>de</strong>ve ser<br />
feita conforme os Passos 7 e 8:<br />
Passo 7: conectar o tubo <strong>de</strong><br />
poliuretano <strong>de</strong> condução e distribuição<br />
<strong>de</strong> água saturada utilizando os<br />
"tês", preenchendo-o com água<br />
saturada com ar abrindo o registro (8);<br />
Passo 8: efetuar o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> pequena<br />
parcela <strong>de</strong> água saturada pelo re-<br />
gistro (12) <strong>para</strong> manter o sistema <strong>de</strong> distribuição<br />
pressurizado até a entrada <strong>de</strong><br />
dos jarros <strong>de</strong> <strong>flotação</strong> (Fig. 6);<br />
A seguir é <strong>de</strong>scrito <strong>procedimento</strong><br />
<strong>para</strong> a realização do ensaio <strong>de</strong> coagulação,<br />
floculação e <strong>flotação</strong>:<br />
Passo 9: ligar o equipamento e ajustar<br />
a rotação <strong>para</strong> cerca <strong>de</strong> 100 rpm;<br />
Passo 10: adicionar, conforme a necessida<strong>de</strong>,<br />
alcalinizante ou acidificante utilizando<br />
os recipientes apropriados<br />
posicionados na parte posterior do<br />
equipamento;<br />
Passo 11: dosar o coagulante nos<br />
recipientes apropriados localizados na<br />
parte frontal do equipamento;<br />
Passo 12: ajustar a rotação do equipamento<br />
correspon<strong>de</strong>nte ao gradiente <strong>de</strong><br />
velocida<strong>de</strong> médio <strong>de</strong> mistura rápida e<br />
colocar o suporte <strong>de</strong> dosagem <strong>de</strong><br />
coagulante na parte superior do equipamento;<br />
Passo 13: acionar o cronômetro simultaneamente<br />
à adição do coagulante;<br />
Passo 14: reduzir a rotação do equipamento<br />
<strong>para</strong> o valor correspon<strong>de</strong>nte ao<br />
gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> médio <strong>de</strong><br />
floculação após o tempo <strong>de</strong> mistura rápida;<br />
Passo 15: <strong>de</strong>sligar a agitação, suspen<strong>de</strong>r<br />
as hastes dos agitadores e abrir<br />
os registros dos jarros <strong>de</strong> <strong>flotação</strong> imediatamente<br />
(sugestão: abrir o registro<br />
do jarro do meio e, em seguida, os <strong>de</strong>mais),<br />
<strong>para</strong> a aplicação da água <strong>de</strong><br />
recirculação com a taxa (R) prevista;<br />
terminada a recirculação, acionar o cronômetro;<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />
recirculação a ser introduzida em um<br />
jarro é calculada em função do volume<br />
do mesmo (2000 mL). Se a taxa (R)<br />
for <strong>de</strong> 10%, será introduzido um volume<br />
<strong>de</strong> 200 mL <strong>de</strong> água saturada com<br />
ar. Sabendo-se a área <strong>de</strong> um jarro<br />
(115x115 mm 2 ), po<strong>de</strong> ser calculada a altura<br />
(h R=10% ) correspon<strong>de</strong>nte ao<br />
volume <strong>de</strong> água a ser introduzido:<br />
h R=10 % = 200 / (11,5x11,5) = 1,5 cm.<br />
Essa altura po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada na face<br />
frontal do jarro acima do nível <strong>de</strong> água<br />
correspon<strong>de</strong>nte ao volume <strong>de</strong> 2000 mL;<br />
o cálculo <strong>para</strong> outras taxas segue o mesmo<br />
<strong>procedimento</strong>; recomenda-se uma<br />
taxa mínima <strong>de</strong> recirculação <strong>de</strong> 5%;<br />
Passo 16: <strong>de</strong>scartar a água por 2 s e<br />
iniciar a coleta das amostras utilizando os<br />
recipientes do suporte coletor <strong>para</strong> o tempo<br />
correspon<strong>de</strong>nte às velocida<strong>de</strong>s<br />
ascensionais <strong>de</strong>sejadas; no ensaio <strong>de</strong><br />
<strong>flotação</strong>, o ponto <strong>de</strong> coleta é o indicado<br />
na Fig. 2, situado a 12 cm da base do<br />
jarro. Assim, o tempo <strong>de</strong> coleta (Tc, min)<br />
engenharia sanitária e ambiental 41<br />
Procedimento <strong>para</strong> <strong>execução</strong> <strong>de</strong> <strong>ensaios</strong> <strong>de</strong> <strong>flotação</strong>/filtração em equipamento <strong>de</strong> bancada<br />
correspon<strong>de</strong>nte às velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>flotação</strong><br />
(Vf) <strong>de</strong>sejadas po<strong>de</strong> ser assim calculado:<br />
Tc = 12 (cm) / Vf (cm/min).<br />
Exemplo: Para Vf = 10 cm/min resulta<br />
Tc = 1,2 min (1min 12s); como o<br />
tempo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> água<br />
flotada <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 20 s, inicia-se a coleta<br />
com 1min 02s (<strong>de</strong>scarte com<br />
1min 00s) e termina-se com 1min 22s.<br />
Passo 17: efetuar leitura dos<br />
parâmetros (turbi<strong>de</strong>z, cor aparente remanescentes,<br />
etc) e, se necessário, preservar<br />
as amostras.<br />
Procedimentos adicionais:<br />
filtração após <strong>flotação</strong><br />
Dentre as diferentes tecnologias<br />
<strong>de</strong> tratamento existentes, a <strong>flotação</strong> seguida<br />
da filtração po<strong>de</strong> ser uma alternativa<br />
viável <strong>para</strong> o tratamento <strong>de</strong> água<br />
com <strong>de</strong>terminadas características. Em<br />
laboratório, a Floto-Filtração po<strong>de</strong> ser<br />
feita utilizando-se um kit <strong>de</strong> 3 filtros<br />
<strong>de</strong>senvolvido por BERNARDO, d.<br />
(2001) acoplado ao Floteste em posição<br />
que as saídas dos jarros <strong>de</strong>scarreguem<br />
exatamente no interior <strong>de</strong> cada<br />
filtro (Fig. 7).<br />
O filtro construído em acrílico<br />
transparente DN 25 possui diâmetro<br />
interno <strong>de</strong> 19 mm e um "cap" na parte<br />
inferior. A espessura do meio filtrante<br />
é <strong>de</strong> 15 cm. A vazão <strong>de</strong> filtração <strong>de</strong>ve<br />
ser da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 12 a 20 mL/min.<br />
Durante a filtração, a vazão <strong>de</strong> filtração<br />
po<strong>de</strong> ser controlada manualmente<br />
ou por meio <strong>de</strong> um controlador automático.<br />
O meio filtrante <strong>de</strong> areia po<strong>de</strong><br />
ser <strong>de</strong> diferentes granulometrias (grãos<br />
entre 0,297 e 0,420 mm; 0,42 e<br />
0,84 mm; 0,59 e 1,41 mm). Por exemplo,<br />
<strong>para</strong> um tempo <strong>de</strong> filtração <strong>de</strong> 20<br />
minutos, o início da coleta <strong>de</strong>ve ser efetuado<br />
com 19 minutos e terminado com<br />
21 minutos, ou, se insuficiente, coletar<br />
até ser obtido volume suficiente <strong>para</strong> serem<br />
feitas as leituras <strong>de</strong> cor, turbi<strong>de</strong>z,<br />
absorvância, etc.<br />
Seguem-se os principais passos<br />
<strong>para</strong> a <strong>execução</strong> do ensaio:<br />
Passo 18: preparo da areia: colocar a<br />
areia em um béquer e adicionar água <strong>de</strong>stilada<br />
até que fique submersa; com um<br />
bastão <strong>de</strong> vidro, mexer continuamente a<br />
areia;<br />
Passo 19: colocar a areia nos filtros<br />
utilizando um funil adicionando-se simultaneamente<br />
água <strong>de</strong>stilada. Em<br />
seguida, padronizar a compactação da<br />
areia <strong>para</strong> evitar formação <strong>de</strong> vazios ou<br />
bolsas <strong>de</strong> ar. Esta compactação <strong>de</strong>ve ser<br />
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NOT OT OTA OT TÉCNICA T ÉCNICA<br />
T TT<br />
Centurione Filho, P. L. & Di Bernardo, L.<br />
feita segurando o filtro na parte superior<br />
e batendo levemente o fundo do filtro<br />
(cap) com um bastão <strong>de</strong> vidro. Verificar a<br />
espessura do meio filtrante que <strong>de</strong>verá ser<br />
<strong>de</strong> 15 cm, e se a posição <strong>de</strong> saída do filtro<br />
é superior ao topo do meio filtrante <strong>para</strong><br />
que fique sempre submerso (Fig. 8). As<br />
posições <strong>de</strong> saída da água filtrada dos 3<br />
filtros <strong>de</strong>verão estar em um mesmo nível;<br />
Passo 20: fixar os filtros nas respectivas<br />
posições do suporte<br />
compatibilizando a distância entre a<br />
saída da água flotada do jarro e a entrada<br />
da mesma ao filtro (utilizar funil).<br />
As posições <strong>de</strong> saída da água<br />
flotada dos 3 jarros <strong>de</strong>verão estar em<br />
um mesmo nível;<br />
Passo 21: enquanto a filtração acontece,<br />
<strong>de</strong>ve-se monitorar continuamente a<br />
vazão <strong>de</strong> água filtrada, ajustando a posição<br />
do suporte <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> modo que a<br />
taxa <strong>de</strong> filtração seja constante ao longo<br />
do tempo. Como citado anteriormente,<br />
o controle da vazão po<strong>de</strong> ser feito manual<br />
(utilizando proveta e cronômetro) ou automaticamente;<br />
Passo 22: coletar as amostras filtradas<br />
nos tempos <strong>de</strong>sejados e, julgando-se<br />
conveniente, anotar o nível <strong>de</strong> água no<br />
filtro;<br />
Passo 23: fazer as leituras dos<br />
parâmetros pertinentes;<br />
Passo 24: limpar e armazenar a areia<br />
limpa <strong>de</strong> cada filtro submersa em água<br />
<strong>de</strong>stilada (ou seca) em pequenos recipientes<br />
<strong>para</strong> ser utilizada em <strong>ensaios</strong> posteriores.<br />
ESTUDO DE CASO<br />
Em investigação experimental realizada<br />
por Centurione Filho (2002), foi<br />
verificada a influência das condições <strong>de</strong><br />
coagulação, mistura rápida, floculação<br />
sobre a <strong>flotação</strong> por ar dissolvido, utilizando<br />
o equipamento Floteste.<br />
A água <strong>de</strong> estudo foi pre<strong>para</strong>da em<br />
laboratório com elevada concentração <strong>de</strong><br />
algas do gênero Chlorella em suspensão,<br />
com as seguintes características: Cor verda<strong>de</strong>ira<br />
= 77 a 101 uH; Turbi<strong>de</strong>z = 40 a<br />
58 uT; Cor aparente = 530 a 866 uH;<br />
pH = 7,60 a 7,89; Alcalinida<strong>de</strong><br />
Total = 34 a 46 mg/L <strong>de</strong> CaCO 3 ;<br />
Algas/L = 6,347x10 8 a 9,796x10 8 . Os<br />
<strong>ensaios</strong> foram realizados em 7 etapas, a<br />
saber:<br />
Primeira etapa: os <strong>ensaios</strong> foram realizados<br />
visando a otimização da dosagem<br />
<strong>de</strong> coagulante e pH <strong>de</strong> coagulação com a<br />
construção <strong>de</strong> diagramas <strong>de</strong> coagulação<br />
contendo curvas <strong>de</strong> mesma eficiência <strong>de</strong><br />
remoção <strong>de</strong> cor, turbi<strong>de</strong>z e algas. Foram<br />
testadas dosagens <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> alumínio<br />
(DSA, 1mL = 2,5 mg <strong>de</strong><br />
Al 2 (SO 4 ) 3 .14H 2 O) <strong>de</strong> 10, 12,5, 15,<br />
17,5, 20, 22,5, 25, 27,5, 30, 32,5 e<br />
35 mg/L, dosagens <strong>de</strong> ácido clorídrico<br />
(DAC, 1mL = 1 mg do produto comercial)<br />
<strong>de</strong> até 15 mg/L e dosagens <strong>de</strong><br />
hidróxido <strong>de</strong> sódio (DHS, 1mL = 1 mg<br />
do produto comercial) <strong>de</strong> até 21 mg/L<br />
<strong>para</strong> pH <strong>de</strong> coagulação entre 5,9 a 7,4.<br />
Os <strong>de</strong>mais parâmetros operacionais foram<br />
mantidos constantes sendo: gradiente<br />
médio <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da mistura rápida<br />
(Gmr) = 1000 s -1 ; tempo <strong>de</strong> mistura rápida<br />
(Tmr) = 10 s; gradiente médio <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> floculação (Gf) = 25 s -1 ; tempo<br />
<strong>de</strong> floculação (Tf) = 10 min; tempo <strong>de</strong><br />
saturação (Tsat) = 8 min; pressão <strong>de</strong> saturação<br />
(P) = 400 kPa; fração <strong>de</strong> recirculação<br />
(R) = 10 % (em volume) e velocida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> <strong>flotação</strong> (Vf) = 10 e 5 cm/min (<strong>para</strong><br />
cada ensaio foram coletadas 2 amostras<br />
em diferentes tempos).<br />
Segunda etapa: o gradiente médio<br />
<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mistura rápida foi variado<br />
<strong>de</strong> 400, 600, 800, 1000 e 1200<br />
s -1 <strong>para</strong> os tempos <strong>de</strong> mistura rápida <strong>de</strong><br />
5, 10, 15, 20, 30 e 45 s com objetivo <strong>de</strong><br />
otimizar as condições <strong>de</strong> mistura rápida<br />
em termos <strong>de</strong> Gmr e Tmr. A partir <strong>de</strong>ssa<br />
etapa, utilizou-se DSA = 25 mg/L, pH<br />
<strong>de</strong> coagulação = 6,8 ± 0,1 e Vf = 15,<br />
10, 7,5 e 5 cm/min. Os <strong>de</strong>mais<br />
parâmetros operacionais foram mantidos<br />
constantes e iguais aos usados na primeira<br />
etapa.<br />
Terceira etapa: o gradiente médio<br />
<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> floculação foi variado<br />
<strong>de</strong> 20, 25, 30, 40, 60 e 90 s -1 <strong>para</strong> os<br />
tempos <strong>de</strong> floculação <strong>de</strong> 5, 10, 15 e 20<br />
min, com objetivo <strong>de</strong> otimizar as condições<br />
<strong>de</strong> floculação em termos <strong>de</strong> Gf e Tf.<br />
As amostras foram coletadas <strong>para</strong> Vf =<br />
15, 10, 7,5 e 5 cm/min. Os <strong>de</strong>mais<br />
parâmetros operacionais foram mantidos<br />
constantes e iguais aos usados na segunda<br />
etapa.<br />
Quarta etapa: a pressão na câmara <strong>de</strong><br />
saturação foi variada <strong>de</strong> 300, 400 e 500 kPa<br />
com o objetivo <strong>de</strong> investigar sua influência<br />
na <strong>flotação</strong>. As amostras foram coletadas <strong>para</strong><br />
Vf = 15, 10, 7,5 e 5 cm/min. Os <strong>de</strong>mais<br />
parâmetros operacionais foram mantidos<br />
constantes e iguais aos usados na terceira etapa.<br />
Quinta etapa: o tempo <strong>de</strong> pressurização<br />
foi variado <strong>de</strong> 3, 8 e 15 min com o objetivo<br />
<strong>de</strong> investigar sua influência na <strong>flotação</strong>. As<br />
amostras foram coletadas <strong>para</strong> Vf = 15, 10,<br />
7,5 e 5 cm/min. Os <strong>de</strong>mais parâmetros<br />
operacionais foram mantidos constantes e<br />
engenharia sanitária e ambiental 42<br />
iguais aos usados na quarta etapa.<br />
Sexta etapa: a fração <strong>de</strong> recirculação<br />
foi variada <strong>de</strong> 5, 10, 15 e 20 % com o<br />
objetivo <strong>de</strong> investigar sua influência na<br />
<strong>flotação</strong>. As amostras foram coletadas <strong>para</strong><br />
Vf = 15, 10, 7,5 e 5 cm/min. Os <strong>de</strong>mais<br />
parâmetros operacionais foram mantidos<br />
constantes e iguais aos usados na quinta<br />
etapa.<br />
Sétima etapa: filtração após a<br />
<strong>flotação</strong> como foi <strong>de</strong>scrito nos passos<br />
18 a 25.<br />
Resultados Obtidos<br />
Dosagem <strong>de</strong> coagulante e pH <strong>de</strong><br />
coagulação: na Figura 10 é apresentado<br />
um diagrama <strong>de</strong> coagulação típico no qual<br />
foram traçadas curvas <strong>de</strong> mesma eficiência<br />
<strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> algas, turbi<strong>de</strong>z ou cor<br />
aparente <strong>para</strong> DSA = 10 à 35 mg/L com<br />
Vf = 10 e 5 cm/min. Duas regiões bem<br />
<strong>de</strong>finidas apresentaram resultados<br />
satisfatórios na remoção do número <strong>de</strong><br />
algas. A primeira está compreendida entre<br />
as dosagens <strong>de</strong> coagulante <strong>de</strong> 20 e<br />
27,5 mg/L e valores <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> coagulação<br />
entre 6,5 e 7,4 em que a porcentagem<br />
do número <strong>de</strong> algas/L remanescente<br />
foi inferior a 0,5 %. A segunda, também<br />
com valores remanescentes iguais ou inferiores<br />
a 0,5 %, situou-se entre as dosagens<br />
<strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> alumínio <strong>de</strong> 12,5 e<br />
17,5 mg/L e valores <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> coagulação<br />
entre 6,1 e 7,0.<br />
A análise <strong>de</strong>stas regiões foi essencial<br />
<strong>para</strong> a escolha <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> valores "dosagem<br />
x pH <strong>de</strong> coagulação" com remoção<br />
simultânea do número <strong>de</strong> algas,<br />
turbi<strong>de</strong>z e cor aparente consi<strong>de</strong>rada<br />
satisfatória, e preferivelmente, sem adição<br />
<strong>de</strong> alcalinizante ou acidificante, uma<br />
vez que a dosagem <strong>de</strong>stes po<strong>de</strong> dificultar<br />
a reprodutibilida<strong>de</strong> do pH <strong>de</strong> coagulação<br />
e dos valores remanescentes dos<br />
parâmetros em <strong>ensaios</strong> subsequentes. A<br />
dosagem <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> alumínio<br />
(Al 2 (SO 4 ) 3 .14H 2 O) foi <strong>de</strong> 25 mg/L e o<br />
pH <strong>de</strong> coagulação <strong>de</strong> 6,80 (ponto indicado<br />
na Fig. 10). Vale ressaltar que, em todos<br />
os resultados, foi computado o efeito<br />
da diluição por meio da introdução <strong>de</strong> água<br />
<strong>de</strong> recirculação.<br />
Ainda foi constatado que os pontos<br />
vizinhos ao escolhido apresentaram resultados<br />
semelhantes, assim, uma pequena<br />
variação do pH <strong>de</strong> coagulação po<strong>de</strong> ser<br />
admitida na <strong>execução</strong> dos <strong>ensaios</strong><br />
subsequentes.<br />
Com o par <strong>de</strong> valores escolhido, foi<br />
feita a réplica do ensaio nos três jarros simultaneamente,<br />
<strong>de</strong> modo a verificar a<br />
Vol. 8 - Nº 1 - jan/mar 2003 e Nº 2 - mar/abr 2003, 39-44
eprodutibilida<strong>de</strong> das condições <strong>de</strong> coagulação.<br />
Foi obtido o pH <strong>de</strong> coagulação<br />
<strong>de</strong> 6,84 ± 0,01 e porcentagens remanescentes<br />
do número <strong>de</strong> algas <strong>de</strong> 0,3 %<br />
(1,956x10 6 ind/L); a turbi<strong>de</strong>z<br />
(1,15 ± 0,05 uT) e cor aparente<br />
(11 ± 1 uH) foram muito semelhantes<br />
nos três jarros (Vf = 10 cm/min).<br />
Mistura rápida: o tempo e o gradiente<br />
médio <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mistura rápida<br />
que forneceram os menores valores remanescentes<br />
do número <strong>de</strong> algas (parâmetro<br />
<strong>de</strong>cisivo na escolha), turbi<strong>de</strong>z e cor aparente<br />
foram 10 s e 1000 s -1 , <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong><br />
ascensional <strong>de</strong> 15 cm/min (Fig. 11).<br />
Porcentagem Remanescente<br />
do Número <strong>de</strong> Algas (N/No)*100%<br />
5,0<br />
4,5<br />
4,0<br />
3,5<br />
3,0<br />
2,5<br />
2,0<br />
1,5<br />
1,0<br />
0,5<br />
0,0<br />
5<br />
10<br />
15 20<br />
Tmr (s)<br />
VA = 15 cm/min<br />
Legenda: DSA = 50 mg/L; Tmr = 5, 10, 15, 20, 30 e 45 s;<br />
Gmr = 400, 600, 800, 1000 e 1200 s -1<br />
; Tf = 10 min;<br />
Gf = 25 s -1<br />
; Tsat = 8 min; P = 400 kPa; R = 10 %;<br />
Vf = 15 cm/min; N: número remanescente <strong>de</strong> algas/L, No:<br />
número <strong>de</strong> algas/L inicial<br />
Figura 11 - Porcentagem Remanescente do Número<br />
<strong>de</strong> Algas em Função do Tempo e Gradiente <strong>de</strong><br />
Mistura Rápida<br />
Para as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 15 e 10 cm/min foi<br />
observado que, quanto menor o tempo <strong>de</strong><br />
agitação (exceto <strong>para</strong> 5 s) e maior gradiente<br />
<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> (exceto 1200 s -1 ), menores<br />
foram as porcentagens remanescentes<br />
do número <strong>de</strong> algas e turbi<strong>de</strong>z. Para as<br />
<strong>de</strong>mais velocida<strong>de</strong>s observou-se menores<br />
valores remanescentes <strong>de</strong> algas <strong>para</strong> o tempo<br />
<strong>de</strong> agitação entre 5 e 15 s e gradiente<br />
entre 400 e 1000 s -1 . Os valores <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z<br />
remanescente foram semelhantes <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />
menores ou iguais a 10 cm/min.<br />
Foram constatados menores valores remanescentes<br />
<strong>de</strong> cor aparente <strong>para</strong> valores menores<br />
tempos <strong>de</strong> agitação, principalmente<br />
engenharia sanitária e ambiental 43<br />
30<br />
45<br />
Procedimento <strong>para</strong> <strong>execução</strong> <strong>de</strong> <strong>ensaios</strong> <strong>de</strong> <strong>flotação</strong>/filtração em equipamento <strong>de</strong> bancada<br />
1200<br />
1000<br />
800<br />
600<br />
Gmr (s<br />
400<br />
-1 )<br />
Porcentagem Remanescente do<br />
Número <strong>de</strong> Algas (N/No)*100%<br />
20,0<br />
18,0<br />
16,0<br />
14,0<br />
12,0<br />
10,0<br />
8,0<br />
6,0<br />
4,0<br />
2,0<br />
0,0<br />
20<br />
- Características da água bruta (variação<br />
dos parâmetros durante os <strong>ensaios</strong>):<br />
- Número <strong>de</strong> algas por litro: 6,347x10 6<br />
a 8,622x10 8 ;<br />
- Turbi<strong>de</strong>z: 40 a 50 uT;<br />
- Cor aparente: 530 a 700 uH; Cor<br />
verda<strong>de</strong>ira: 80 a 101 uH;<br />
- Alcalinida<strong>de</strong>: 36 a 47 mg/L <strong>de</strong><br />
CaCO 3 ; pH: 7,70 a 7,89<br />
entre 10 e 15 s, e maiores valores <strong>de</strong> gradiente<br />
(exceto 1200 s -1 ) <strong>para</strong> as quatro velocida<strong>de</strong>s<br />
ascensionais estudadas.<br />
Floculação: o tempo e o gradiente<br />
médio <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> floculação que<br />
forneceram os menores valores remanescentes<br />
do número <strong>de</strong> algas<br />
(parâmetro <strong>de</strong>cisivo na escolha),<br />
turbi<strong>de</strong>z e cor aparente foram 10 min<br />
e 25 s -1 , <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong> ascensional<br />
<strong>de</strong> 15 cm/min (Fig. 12). Foi observada<br />
a tendência <strong>de</strong> maior remoção <strong>de</strong> algas<br />
<strong>para</strong> menores tempos (exceto <strong>para</strong> 5 min)<br />
e gradientes <strong>de</strong> floculação (exceto <strong>para</strong><br />
20 s -1 ) nas quatro velocida<strong>de</strong>s ascensionais<br />
25<br />
30<br />
Gf (s -1 )<br />
VA = 15 cm/min<br />
40<br />
DSA = 50 mg/L; Tmr = 10 s; Gmr = 1000 s -1<br />
; Tf = 5,<br />
10, 15, 20, 25 e 30 min; Gf = 20, 25, 30, 40, 60 e 90 s-1;<br />
Tsat = 8 min; P = 400 kPa; R = 10 %; Vf = 15 cm/min;<br />
N: número remanescente <strong>de</strong> algas/L,<br />
No: número <strong>de</strong> algas/L inicial<br />
Figura 12 - Porcentagem Remanescente do<br />
Número <strong>de</strong> Algas em Função dos Tempos e<br />
Gradientes <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong> Médio <strong>de</strong> Floculação<br />
60<br />
Vol. 8 - Nº 1 - jan/mar 2003 e Nº 2 - abr/jun 2003, 39-44<br />
90<br />
5<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15 Tf (min)<br />
10<br />
NOT OT OTA OT TÉCNICA T ÉCNICA<br />
T TT
NOT OT OTA OT TÉCNICA T ÉCNICA<br />
T TT<br />
Centurione Filho, P. L. & Di Bernardo, L.<br />
estudadas. Isto po<strong>de</strong> ser observado também<br />
<strong>para</strong> valores remanescentes <strong>de</strong><br />
turbi<strong>de</strong>z <strong>para</strong> 15 e 10 cm/min, enquanto<br />
que, <strong>para</strong> as <strong>de</strong>mais velocida<strong>de</strong>s, foram<br />
obtidos valores semelhantes. Foram<br />
obtidos valores semelhantes <strong>de</strong> cor aparente<br />
remanescente entre 25 e 40 s -1 e<br />
<strong>para</strong> tempos <strong>de</strong> floculação maiores que<br />
10 min <strong>para</strong> 15 e 10 cm/min, enquanto<br />
que, <strong>para</strong> as <strong>de</strong>mais velocida<strong>de</strong>s, foram<br />
obtidos resultados semelhantes.<br />
Pressão <strong>de</strong> Saturação: o ensaio referente<br />
ao estudo da influência da pressão<br />
na câmara <strong>de</strong> saturação na <strong>flotação</strong> foi<br />
feito simultaneamente nos três jarros. O<br />
valor da pressão que forneceu os menores<br />
valores remanescentes do número <strong>de</strong><br />
algas (parâmetro <strong>de</strong>cisivo na escolha), cor<br />
aparente e turbi<strong>de</strong>z foi <strong>de</strong> 400 kPa <strong>para</strong><br />
as velocida<strong>de</strong>s ascensionais <strong>de</strong> 15, 10,<br />
7,5 e 5 cm/min.<br />
Tempo <strong>de</strong> saturação: o ensaio referente<br />
ao estudo da influência do tempo<br />
<strong>de</strong> saturação na <strong>flotação</strong> foi feito simultaneamente<br />
nos três jarros. O valor do<br />
tempo <strong>de</strong> saturação que forneceu os<br />
menores valores remanescentes do número<br />
<strong>de</strong> algas (parâmetro <strong>de</strong>cisivo na es-<br />
colha), turbi<strong>de</strong>z e cor aparente foi <strong>de</strong> 8<br />
min, <strong>para</strong> as velocida<strong>de</strong> ascensionais estudadas.<br />
Fração <strong>de</strong> Recirculação: o valor da<br />
fração <strong>de</strong> recirculação que forneceu os menores<br />
valores remanescentes do número <strong>de</strong><br />
algas (parâmetro <strong>de</strong>cisivo na escolha),<br />
turbi<strong>de</strong>z e cor aparente foi <strong>de</strong> 20 %, <strong>para</strong><br />
a velocida<strong>de</strong> ascensional <strong>de</strong> 15 cm/min,<br />
embora tenham sido obtidos resultados<br />
bastante satisfatórios com 10 e 15 %.<br />
Floto-filtração: a <strong>flotação</strong> seguida <strong>de</strong><br />
filtração utilizando grãos <strong>de</strong> areia com tamanho<br />
<strong>de</strong> 0,297 a 0,41 mm proporcionou<br />
resultados ligeiramente melhores na<br />
remoção <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z do que os resultados<br />
utilizando grãos <strong>de</strong> areia com tamanho <strong>de</strong><br />
0,42 a 0,84 mm e 0,59 a 1,41 mm; a<br />
turbi<strong>de</strong>z e cor aparente reduziram da or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> 0,75 uT e 11 uH <strong>para</strong> 0,16 uT e<br />
7 uH, respectivamente, após 30 min <strong>de</strong><br />
filtração.<br />
REFERÊNCIAS<br />
BIBLIOGRÁFICAS<br />
C. FILHO, P. L. (2002). Desenvolvimento e<br />
Operação <strong>de</strong> uma Instalação <strong>de</strong> Flotação <strong>de</strong> Bancada<br />
<strong>para</strong> Águas <strong>de</strong> Abastecimento. 313 p. Dissertação<br />
(Mestrado), Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong><br />
São Carlos, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São<br />
Carlos, SP.<br />
DI BERNARDO, L.; PÁDUA, V.L.; DI<br />
BERNARDO, A.S. (2001). Desenvolvimento<br />
<strong>de</strong> Instalação <strong>de</strong> Laboratório <strong>para</strong> Determinação<br />
da Dosagem <strong>de</strong> Coagulante na Filtração Direta.<br />
Anais eletrônicos do IX SILUBESA - Simpósio<br />
Luso-Brasileiro <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e<br />
Ambiental, Porto Seguro, BA.<br />
En<strong>de</strong>reço <strong>para</strong> correspondência:<br />
Luiz Di Bernardo<br />
Departamento <strong>de</strong> Hidráulica e<br />
Saneamento<br />
Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São<br />
Carlos - USP<br />
Av. Trabalhador São-Carlense,400<br />
CEP: 13 566-570<br />
São Carlos - SP<br />
Tel.: 016 - 273 95 28<br />
Fax: 016 - 273 95 50<br />
bernardo@sc.usp.br<br />
engenharia sanitária e ambiental 44 Vol. 8 - Nº 1 - jan/mar 2003 e Nº 2 - abr/jun 2003, 39-44