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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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"inspiração", que eu nunca perderia de novo, mas que teria levado meu<br />

pensamento a um estado permanente de confusão impetuosa, se me se<br />

quer perdoar esta autocaracterização. Foi nesse estado que me encontrei<br />

perante esses dois espíritos brilhantes, sabe Deus, Adorno e Benjamin, em<br />

inferioridade sem palavras, e em insegurança precária, e contudo com a<br />

absoluta certeza, que o esclarecimento dessa confusão deveria levar-me a<br />

um lugar, que mesmo para eles se encontrava mais adiante. Portanto esta<br />

carta deve-se avaliar, como todas as minhas elaborações daquele tempo,<br />

simplesmente como estágio do autodesenredo; a medida para o julgamento<br />

desses trabalhos não está neles mesmos, e sim no esclarecimento ao qual<br />

eles final e definitivamente me levaram; o que está exposto em meu livro de<br />

1970 (<strong>Trabalho</strong> <strong>espiritual</strong> e corporal. Para a teoria da síntese social,<br />

Frankfurt). Todo o meu caminho está calçado com tais elaborações, que<br />

correram sob o nome de "Exposições" e em sua maioria ainda apodrecem<br />

em minhas gavetas. Aqueles dos anos trinta indicam só exatamente minha<br />

ligação com a "Escola de Frankfurt", pela qual então era bem Adorno que<br />

respondia mais ou menos (meu contacto com Horkheimer foi sempre<br />

estabelecido por ele). Nesse ponto ainda não me tinha tornado claro que<br />

minha ocupação com a crítica da ideologia não se dirigia a ela mesma, mas<br />

somente através dela visada a crítica do ser, portanto o melhor<br />

entendimento dos desenvolvimentos econômicos ocultos do tempo atual,<br />

porque ela não alcançava a "metacrítica do conhecimento", nem instituía<br />

nenhuma teoria do trabalho da cabeça e das mãos. Deduzi este<br />

esclarecimento só nos anos quarenta e cinquenta.]<br />

Na construção filosófica da "síntese" trata-se não de uma síntese da<br />

matéria, que o capital tem que dominar na realidade. O não alcançar a<br />

síntese no sentido real mostra-se nas crises, e a teoria das crises é a critica<br />

apropriada de todos os postulados idealistas da "síntese" [Adorno exigia<br />

que eu "elaborasse" isso - como está anotado na margem deste ponto]. Na<br />

verdade a teoria das crises é também a peça mais difícil em toda a teoria<br />

marxista; a solução do problema das crises implica que em suas condições<br />

ao mesmo tempo se torna transparente toda a história, que leva às crises,<br />

portanto toda a história da exploração, recuando até a saída do<br />

"comunismo primitivo".<br />

Aqui portanto deveria ser anexada uma exposição histórica geral da<br />

socialização funcional desde sua primeira formação até o resultado<br />

hodierno. Só algumas indicações rudimentares. Primeiro metodicamente:<br />

poder-se-ia passar pelo processo da relação de exploração como processo<br />

dialético de reflexão [e incluiria, se apropriadamente executado, algo assim<br />

como uma fenomenologia materialista das formas de ser]. Visar-se-ia uma<br />

descrição da gênese dialética das formas humanas de ser (como<br />

subjetividade, personalidade, etc.) a partir do ser material. Essas formas de<br />

ser surgem historicamente como resultado da exploração, e a mediação

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