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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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não podem suportar sua identificação dialética: nisso eles se traem. Eles se<br />

traem também, porém, a partir de outra forma de experiência: quando não<br />

alcançam nenhuma construção da síntese ("síntese" aqui no sentido de<br />

Kant e Hegel; onde o capital empreende a confirmar a plenitude de seu<br />

domínio do ser) construída a partir do material (material de encobrimento<br />

fetichisticamente mágico, aliás conceitos de reflexão filosófica) próprio<br />

deles. Aqui se descobre sua desordem: do falhar de todas e cada tentativas<br />

de simular a essência. Nessas tentativas de evocação da sorte o capital<br />

não pode nunca falhar, mas contudo também nunca pode levá-las a bom<br />

resultado. Será que eu entendo bem a intenção de seu trabalho sobre<br />

Husserl, quando suponho que é exatamente este o ponto de onde você<br />

parte?<br />

[A isso Adorno teria bem respondido com um "sim"]<br />

Portanto com uma crítica que por caminhos imanentes quer tornar-se<br />

transcendente?<br />

["Sim" - quase certamente]<br />

A esse falhar filosófico da síntese correspondem na realidade econômica do<br />

capitalismo as suas crises.<br />

[Com isso ele teria bem concordado; ver abaixo]<br />

Você o ultrapassa dentro e através de sua imanência, até que ele malogra;<br />

então acabou-se com sua imanência [uma concepção que aproximava<br />

muito às experiências dos anos trinta]. Contudo eu não estou inclinado a ter<br />

só este paralelo econômico como aquele real, e o paralelo filosófico (que<br />

você persegue), ao contrário, por puramente simbólico. Nesse caminho<br />

filosófico, de fato, não se podem transcender as muralhas da imanência,<br />

nem que seja em palavras, no papel, mas esses são mesmo instrumentos<br />

da imanência. Transcendente é só a mudança real do ser, portanto a ação,<br />

e então não se deixa alcançar em seu caminho.<br />

[Com isso ele não teria concordado; sua resposta podem imaginá-la os<br />

leitores de seus trabalhos."<br />

O fato de eu não ter levado adiante dessa maneira minha carta dependeu<br />

de que eu não tinha alcançado ainda clareza com meus próprios<br />

pensamentos, e isso ainda por muito tempo. Devo esclarecer sobretudo<br />

que minha autocompreensão foi um processo incrivelmente lento. As coisas<br />

aceitáveis nessa carta não são conhecimentos aos quais eu tinha já<br />

chegado, e sim conhecimentos que eu estava ainda buscando. A<br />

descoberta do sujeito transcendental na forma mercadoria ou, melhor, a<br />

certeza de que o sujeito de conhecimento estava oculta na forma<br />

mercadoria, me teria colhido ao tempo de meus estudos como uma

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