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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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desenvolvimento da cultura deve ter um sentido - e ele sempre o tem<br />

também no marxismo -, então esse sentido deve-se descobrir da análise da<br />

relação de exploração e sua dialética, desde os começos até sua forma<br />

perfeita capitalista. Mas essa descoberta deve acontecer de tal modo que<br />

nela todos os assim chamados caracteres da "cultura" - como a formamundo<br />

do ser para os homens, o caráter de sujeitos dos homens mesmos,<br />

seu estar presos entre "aqui" e "além", o ser-aí [existência] e seu modo de<br />

identidade ["ser-aí" traz aqui sempre um acento negativo], as relações de<br />

juízo e a razão, a personalidade do indivíduo, a questão da verdade, a idéia<br />

do "conhecimento" e do mundo objectivo, o bem, o belo, etc., etc. - em<br />

breve tudo aquilo sobre o qual o idealismo conversa - sejam claramente<br />

apontados e legitimados como resultado genético da exploração. Porque a<br />

exploração é um estado de fato imediatamente prático, e a recondução<br />

realmente definitiva de várias formas teóricas aparentemente autônomas de<br />

consciência da alienação, sua recondução à exploração transformarias a<br />

cultura da humanidade em geral, em todas as formas históricas e<br />

formalizações, em uma única problemática da praxis humana e de sua<br />

mistificação. Tosas aquelas formas mencionadas de alienação - os<br />

esquemas da essência bem como da facticidade - são, dito aqui<br />

provisoriamente, fetichizações da praxis do trabalho sobre fundamentos da<br />

praxis da exploração, e o conteúdo real de toda problemática teórica da<br />

humanidade cultural é uma problemática prática de seu ser material. Se<br />

isso se puder demonstrar completa e terminantemente, assim está com isso<br />

evidentemente vinculada imediatamente a crítica genética da verdade das<br />

ideologias da alienação acima promovida. Se a separação sujeito-objeto, a<br />

questão sobre a verdade e o "conhecimento", surgem como resultado da<br />

exploração, ou seja como um aprisionamento condicionado da consciência<br />

na alienação do ser, como uma praxis pregada nas formas da não-praxis,<br />

assim a recondução genética pura dessas formas de alienação à sua<br />

causalidade prática, por si e em si, deve ser a crítica das teorias<br />

fetichísticas, reconduzidas a sua prática verdade. Portanto, deve-se quebrar<br />

a constituição da alienação, para explodir as ideologias da alienação na<br />

verdade, encoberta pela própria constituição das ideologias. Mas "verdade"<br />

é a praxis descoberta não em si (não como é posta assim pelo marxismo),<br />

mas só na relação da crítica de seu encobrimento. Pois a relação à verdade<br />

provem somente do fato que a consciência alienada está vinculada com a<br />

questão sobre a verdade; a saber, a questão da verdade é ela mesma<br />

ainda um produto da alienação. Na última redução chega a tarefa que eu<br />

me proponho, sobre isso mais além, de dar solubilidade à problemática<br />

insolúvel da "dedução transcendental" - da tentativa de construir o ser a<br />

partir do pensar - estabelecendo uma relação inversa: através da<br />

construção da lógica a partir do ser social material no caminho da<br />

construção dialética da história da relação de exploração.

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