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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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verdade ou simula aos homens uma "visão do mundo". Muito mais, o<br />

marxismo conhece rigorosamente sobre a questão da verdade só a partir<br />

da história, ele toma conhecimento dela por ocasião das ideologias, que<br />

aparecem em seu nome. Eu já expus isso, mas quereria relacioná-lo com a<br />

essência do método relacional marxistico, que opera entre ser e<br />

consciência, aqui e lá. Enquanto ele reconduz de volta as questões dos<br />

homens dirigidas ao "absoluto", de sua relação ideológica para a relação<br />

materialista, ao ser social desses homens, ele transforma as questões<br />

insolúveis da teoria em questões solúveis da praxis. Isso corresponde<br />

precisamente ao princípio marxiano de superar a filosofia, enquanto se<br />

realiza, pois se pode superar só pela realização. E essa realização como<br />

superação, superação como realização das teorias da verdade que<br />

aparecem nas ideologias está sobretudo a relação do marxismo com o<br />

problema da verdade. Mas ao contrário também só o problema da verdade<br />

é o ponto de apoio, no qual a transformação dos problemas teoréticos em<br />

práticos se pode levar adiante, e com a eliminação do problema da verdade<br />

ou em sua falta todo o marxismo se tornaria um chato materialismo vulgar.<br />

Pode-se ser de diferente opinião, sobre quanto a elaboração marxiana,<br />

sobretudo a análise da mercadoria no começo de O Capital, satisfaz às<br />

condições aqui colocadas. Desde meus primeiros tempos de estudante,<br />

dei-me muito trabalho por dez anos com as ingentes dificuldades, que<br />

nessa análise estão no caminho do real esclarecimento. Não posso aqui<br />

entrar nas particularidades. Mas para arrombar o idealismo desde seu<br />

próprio centro deve-se examinar, se a identificação marxiana da forma<br />

mercadoria é conduzida adiante com precisão. Esse seria o caso, se a<br />

forma mercadoria se fizer transparente até os elementos básicos da teoria<br />

idealista do conhecimento, de forma que portanto os conceitos da<br />

subjetividade, da identidade, do ser-aí [existência], da coisicidade,<br />

objetividade e da lógica das formas do juízo se encontrassem<br />

completamente reconduzidas a momentos da forma mercadoria dos<br />

produtos do trabalho e a sua gênese e dialética. Como eu não julgava ver<br />

essa exigência plenamente realizada na análise marxiana, tentei levar essa<br />

análise mais adiante. Pois eu estou incondicionadamente convencido que a<br />

afinação científica do marxismo depende da possibilidade de continuar a<br />

análise da forma mercadoria até este ponto. Nele, descobre-se, através dos<br />

fetichismos especificamente capitalísticos, o mecanismo total da<br />

fetichização, a saber a gênese das ideologias a respeito de seu caráter de<br />

validade, através de toda a assim chamada história da cultura, portanto até<br />

os antigos e talvez até mais para trás.<br />

E aqui chego eu agora afinal à segunda de minhas "duas intuições", que<br />

bem no começo prometi expor. A assim chamada história da cultura da<br />

humanidade coincide de fato - e com fundamento - com a história das<br />

relações humanas de exploração. Se portanto o discurso sobre o

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