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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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verdade e não verdade segundo critérios conceituais de necessidade<br />

interna lógica ou de contraditoriedade. Parménides argumenta: "O<br />

pensamento e aquilo sobre o qual é o pensamento, são o mesmo. Pois tu<br />

não encontras o Pensar sem o Ser, no qual ele se expressa; pois nada é e<br />

nada será fora do pensamento." "Este é o pensamento principal",<br />

acrescenta Hegel. De fato, Hegel encontra em Parménides a<br />

fundamentação de seu próprio ontologismo conceptual.<br />

7. Notas conclusivas à análise<br />

A análise acima resultou em que a estrutura social da troca de mercadorias<br />

repousa sobre uma abstração não empírica do ato da troca e mostra uma<br />

igualdade formal (Gleichförmigkeit) com a abstração dos conceitos<br />

metodológicos básicos da ciência exacta da natureza. Vale, portanto, o<br />

seguinte: a abstração da troca não é pensamento, mas ela possui a forma<br />

do pensamento em categorias puras da razão. Com isso está claro que<br />

essas categorias, que conforme meu entendimento resultam da abstração<br />

da troca (mais precisamente: da fisicalidade da ação da troca), mostram<br />

desvios daquelas, que Kant deduz das formas do juízo. A concepção da<br />

razão pura que eu viso encontra-se mais próxima do que a kantiana àquela,<br />

que se manipula na ciência exacta da natureza da tradição mecânica<br />

clássica. Disso encontro um testemunho notável em Ernst Cassirer. Cito:<br />

"O conceito exato de natureza enraíza-se na idéia do mecanismo e se pode<br />

primeiramente alcançar com base nessa idéia. A explicação da natureza<br />

pode tentar em seu desenvolvimento ulterior libertar-se deste primeiro<br />

esquema e colocar um outro mais geral em seu lugar: contudo o movimento<br />

e suas leis permanecem o verdadeiro problema fundamental, no qual o<br />

saber alcança clareza sobre si mesmo e sua própria clareza. A realidade é<br />

complemente reconhecida tão logo ela se resolve em um sistema de<br />

movimentos ... O movimento, em sentido científico geral, não é outra coisa<br />

senão uma determinada relação, na qual entram espaço e tempo. Espaço e<br />

tempo mesmos são porém pressupostos como membros desse<br />

relacionamento fundamental não mais em suas propriedade imediatas<br />

psicológicas e "fenomênicas", mas em suas determinações matemáticas<br />

rigorosas ... Estas exigem como fundamento o espaço contínuo e<br />

homogêneo da geometria pura ... Assim também o próprio movimento é<br />

introduzido desde o começo para dentro desse círculo de um<br />

condicionamento puramente conceptual. Só aparentemente ele forma um<br />

fato direto da percepção, e o fato fundamental, que toda observação<br />

externa nos oferece ... Mas este momento sozinho não basta de maneira<br />

nenhuma para fundamentar o conceito rigoroso do movimento, de que a<br />

mecânica precisa ... Esta transformação matemática, que o físico supõe<br />

executada, forma na verdade o verdadeiro problema original." (Ernst

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