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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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Na pesquisa aqui apresentada trata-se portanto da alternativa entre<br />

epistemologia idealista ou materialista. Enquanto a idealista (algo assim<br />

como na exposição de Kant) se apresenta como nexo de invenções, a<br />

materialista só pode repousar sobre um nexo de descobertas.<br />

Marx não fundou nenhuma interpretação materialista do conhecimento<br />

científico, mas pagou seu tributo àquela dominante a seu tempo, fundada<br />

por Kant e Hegel. A análise marxiana no começo de "O Capital" analisa a<br />

economia política, mas não se questiona sobre a possibilidade de síntese<br />

social em sociedades, que repousam no princípio da propriedade privada.<br />

Diante disso, meus estudos dirigem-se exatamente à pesquisa do nexo<br />

social - por essa mudança de temática o questionamento políticoeconômico<br />

torna-se sociológico.<br />

Contudo, eu quereria salientar, que a passagem de economia à sociologia<br />

não foi de nenhuma maneira o ponto de partida., que me moveu à<br />

remodelação da análise marxiana da mercadoria. Só por ocasião de uma<br />

palestra sobre "Forma mercadoria e forma do pensamento" à Universidade<br />

Humboldt em 1958, eu reconheci, que Marx tinha descuidado de seguir<br />

nesse ponto sua primeira Tese sobre Feuerbach, onde se trata da pesquisa<br />

do nexo violento que formam as sociedades ocidentais.<br />

As teoria idealistas do conhecimento, as quais esbarram no obstáculo de<br />

não poder elas mesmas explicar o poder das sínteses espirituais, têm sua<br />

verdade aparente no fato de que a eficácia sócio-sintética dos sujeitos<br />

individuais permanece totalmente escondida para eles mesmos: essa<br />

eficácia é hipostasiada pelas teorias idealistas do conhecimento como<br />

"sujeito transcendental". Se nós, ao contrário, seguirmos o fio da meada da<br />

praxis social real, deveria ser possível fundar uma teoria materialista do<br />

conhecimento, a qual só pode ser histórica.<br />

Bremen, Agosto 1989<br />

Alfred <strong>Sohn</strong>-<strong>Rethel</strong><br />

Quereria agradecer meus colaboradores Karim Akerma e Udo Casper, que<br />

tornaram possível esta edição com o apoio da Stiftung für Philosophie<br />

(Fundação para a Filosofia), de Mönchengladbach, e da Universidade de<br />

Bremen.

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