14.04.2013 Views

Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

também a ordem burguesa vai manter sua justeza normativa até o fim dos<br />

tempos.<br />

Ora, em contraste com a questão kantiana, coloquemos a nossa: Como é<br />

possível a socialização através da troca de mercadorias? Esta questão<br />

situa-se fora de todo o círculo conceptual da teoria do conhecimento e não<br />

está portanto de forma nenhuma já implicada em qualquer pressuposto<br />

teórico-cognitivo corrente. Se não tivéssemos a ver com o paralelismo com<br />

a formulação kantiana, poderíamos igualmente escolher a seguinte<br />

formulação: De onde se gerou a abstração do dinheiro? Ambas as<br />

colocações da questão mantêm-se no campo espaço-temporal do<br />

pensamento histórico materialista e são igualmente dirigidas a abstrações<br />

formais, que no campo econômico são homogêneas com aquelas dos<br />

"puros" princípios do conhecimento. Parece excluído que nenhuma pura<br />

ligação entre ambas deveria ser descoberta, se formos adiante com base<br />

na primeira.<br />

b. Solipsismo prático<br />

À primeira vista não é nada evidente como a troca de mercadorias deva<br />

possibilitar a síntese social entre indivíduos, que possuem as mercadorias<br />

em propriedade privada, portanto separada. Pois a troca de mercadorias é<br />

com absoluta precisão aquela relação entre possuidores de mercadorias,<br />

que se regula totalmente segundo princípios da propriedade privada - e<br />

nenhum outro. "Coisas são em e por si externas aos homens e portanto<br />

alienáveis. Para que esta alienação seja recíproca, os homens precisam só<br />

encontrar-se implicitamente como possuidores privados daquelas coisas<br />

alienáveis e mesmo por isso como pessoas reciprocamente independentes.<br />

Tal relação de recíproca estranheza não existe porém para os membros de<br />

uma comunidade natural..."10 Ela existe sobre a base da produção de<br />

mercadorias. Sobre seu terreno todo uso dar mercadorias - quer para<br />

consumo quer para produção - procede somente no campo privado dos<br />

possuidores de mercadorias. O processo da socialização, ao contrário,<br />

considerado formalmente por si, acontece só na troca das mercadorias por<br />

parte de seus possuidores, portanto em tratativas que decorrem sem<br />

mesclar-se com o uso das mercadorias e em separação temporal precisa<br />

dele. Portanto o formalismo da abstração das mercadorias e da síntese<br />

social, à qual ele serve, deve-se encontrar dentro da relação de troca no<br />

espaço assim precisamente medido.<br />

Correspondentemente a sua ancoragem na propriedade privada, como<br />

forma de relacionamento de acordo com as regras da propriedade privada,<br />

a troca de mercadoria está sujeita em todo e qualquer caso individual ao<br />

princípio da oposição privada11 de ambos os campos de propriedade. Meu<br />

- portanto não teu; teu - portanto não meu: é o princípio, que domina a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!