Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As categorias tornam-se conscientes isoladamente; cada uma possui<br />
extensão absoluta, exclui cada outra, mas tem raízes comuns com cada<br />
outra, não pode portanto liquidar de forma absoluta nenhuma outra, e sim<br />
deve mediar-se com cada uma. Esse mediar-se é um conteúdo essencial<br />
da filosofia.<br />
A troca contem as categorias contraditórias, mas é sua unidade; só<br />
enquanto elas se tornam conscientes, tornam-se abstrata e explicitamente<br />
reciprocamente contraditórias.<br />
O valor é a unidade dos muitos, das coisas sensivelmente diferentes, dos<br />
valores de uso. A categoria de valor é um pretexto para as contradições<br />
nela contidas. A insistência na verdade é a unidade das categorias<br />
reciprocamente contraditórias, e este postulado de verdade força a<br />
mediação das categorias entre si, pois ela é a verdade em primeira<br />
instância. A categoria verdade é aquela da diferença do ser da troca e do<br />
conceito de suas categorias.<br />
Da possibilidade de representar a abstração da troca como verdade<br />
dependem: 1) a justificação da nova classe perante a antiga, 2) a<br />
possibilidade da inteligência de confiar em si mesma perante a pura empiria<br />
do instrumento <strong>manual</strong>, condição da possibilidade da ciência. Ambas as<br />
relações coincidem nos antigos: domínio teorético-organizativo da produção<br />
e autofundamentação ideológica da dominação da classe comercial.<br />
O debate das categorias entre si não se realiza porém em sua pureza, mas<br />
no objeto. A constituição das categorias, a reflexão da abstração da troca<br />
como filosofia, exige prescindir de (esquecer) sua gênese social, da gênese<br />
em geral. O materialismo histórico é anamnmese da gênese.<br />
Enquanto contraditórias à empiria, mas afirmadoras de verdade, as<br />
categorias devem ser mediadas com a empiria. Unicamente sua<br />
contradição à empiria torna-as categorias, descobríveis em sua<br />
especificidade. Só com a empiria pode o categorial tornar-se explícito. - As<br />
categorias são pragmatico-funcionais, elas procedem da disputa dos<br />
homens com a natureza como algo especificamente mediado socialmente,<br />
e a função social das categorias é uma função dentro dessa disputa, elas<br />
devem servir ao existir da sociedade, e seu objeto fundamental é a<br />
natureza, são as formas da relação da sociedade com a natureza; elas<br />
alcançam a natureza como tal, como unidade, e são a condição da<br />
sociabilidade sintética, são categorias da sociabilidade sintética.<br />
As categorias contradizem à consciência empírica primária da disputa dos<br />
homens com a natureza não mediada pela troca, mas podem ser<br />
socialmente funcionais somente como consciência das disputas dos<br />
homens com a natureza, portanto devem debater-se elas mesmas com a