Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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Notícias de um diálogo<br />
entre Th. W. Adorno e<br />
A. <strong>Sohn</strong>-<strong>Rethel</strong> a 16 de abril de 1965 62<br />
Abstração da troca: nenhuma [abstração] adicional à troca, mas imanente à<br />
troca, inconscientemente.<br />
A abstratividade da troca e de suas categorias não se torna de nenhuma<br />
forma consciente espontaneamente, mas pode tornar-se só por meio do<br />
dinheiro, como aquilo que sintetiza uma infinidade de trocas, representa<br />
uma totalidade da mediatividade do nexo dos indivíduos entre si e com a<br />
natureza.<br />
Dinheiro é condição necessária da conscientização da abstração da troca,<br />
pois nele a abstração da troca entra em manifestação.<br />
Parmênides é impressionado pela natureza do objeto de troca, substância;<br />
Heráclito pelo equilíbrio no movimento contínuo que tem ligar no troca, a<br />
unidade do caótico e do regulado; Pitágoras, pelas relações de medida, etc.<br />
A filosofia desenvolve-se segundo consequência interna sistemática, possui<br />
relações sociais provocadoras, principal dentre elas a classe, que precisa<br />
da filosofia para sua luta de classe, para ter direito tem que reivindicar.<br />
Mas porque a abstração é contraditória, força a filosofia ao<br />
desenvolvimento, e porque leva ela à idéia da verdade? Será que na<br />
consciência filosófica há categorias, as quais (e em contrapartida tais que)<br />
não têm origem da abstração da troca?<br />
Debate, como forma de produção da filosofia, unilateralidade de cada<br />
posição filosófica - porque?<br />
A abstração da troca é contraditória em si mesma, unidade de opostos, por<br />
exemplo substância-movimento; ao mesmo tempo as posições de classe<br />
são motivadoras para a unilateralidade de cada desenvolvimento filosófico<br />
e para a forma da contraditoriedade. O que torna filosofia a filosofia, não é<br />
que as categorias estejam à disposição em sua abstração, e sim que elas<br />
são problema, e só assim estão à disposição - portanto também a forma de<br />
movimento da contraditoriedade. A abstração da troca em si não é<br />
problemática, enquanto ela ocorre puramente na troca com sua condição e<br />
estrutura. As categorias são problemáticas por sua contradição com a<br />
consciência tradicional e comum. Elas não são conceitos genéricos, mas<br />
têm uma abstratividade específicas perante eles, são puramente ideais;<br />
elas não contradizem só a consciência especificamente mitológica, mas<br />
também (em especial) aquela empírica normal.