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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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precisa da razão teorética para tornar-se possível, as relações sociais vitais<br />

entre os homens tornaram-se incontroláveis, resultado cego da causalidade<br />

econômica da lei do valor. Das condições de sua gênese explica-se a<br />

natureza dialética da razão. Por um lado, ela, como resultado do<br />

obscurecimento e alienação do ser humano, é o meio para orientar-se no<br />

escuro, para tornar a terra alheia coisa do homem. Por outro lado, ela<br />

possui este conteúdo racional no terreno dado de suas condições de<br />

surgimento, portanto no terreno da exploração, a saber como meio de<br />

possibilitar a produção dentro da conexão de apropriação reificada e<br />

funcionalizada. Portanto, tão importante quanto a circunstância de que a<br />

subjetividade é a humanização do estranho e a razão é poder ver no<br />

escuro, igualmente importante é que o homem teorético é a forma-coisa<br />

como sujeito e seu conhecimento é a simulação desfigurada da<br />

exploração. xxxviii<br />

De repente, o dinheiro, a função sintética de ligação social dos homens em<br />

sociedade, constitui seu exato oposto, a forma individual do homem como<br />

pessoa, a unicidade do Eu para seu ser-aí (!) e a pura identidade de<br />

validade de todos os Eus para seu pensamento (!). O nexo de validade<br />

desses Eus, porém, constitui para esses Eus a estrutura objectiva das<br />

coisas como "natureza". O próprio nexo existencial social dos homens,<br />

segundo as relações de identidade da apropriação funcionalizadas no<br />

campo, coloca-se "na cabeça dos homens" para (no nexo das leis das<br />

coisas como natureza) [representar?] a sociedade, na qual todos os<br />

homens, para viver, devem existir, na representação de um mundo, no qual<br />

todas as coisas devem relacionar-se mutuamente para existir. O Eu racional<br />

está em seu pensamento como sujeito único perante o "mundo", para<br />

pensar o mundo em concordância com a lei fundamental, de que um<br />

pedaço de pão que alguém come não sacia o outro. Este pensamento é<br />

válido, porque necessário em uma sociedade, na qual todos os homens se<br />

devem comportar reciprocamente de acordo com seu ponto de vista<br />

privativo do Eu, para chegar até seu pão.<br />

Por outro lado, com a transformação da síntese funcional na razão teorética<br />

e do nexo social objectivo na representação da natureza, é inevitavelmente<br />

conexa a absolutização da exploração em necessidade natural e em norma<br />

da verdade do ser puro e simples. A razão teorética é, de acordo com sua<br />

gênese, reflexão lógica da síntese social. Esta é a síntese da exploração de<br />

acordo com a relação de identidade da apropriação; além disso, ela é<br />

contraditória em si e leva, com concretização progressiva, à crescente<br />

contraditoriedade entre apropriação e produção e à crescente anarquização<br />

da sociedade. Com isso, medida pelo nexo vital de produção e consumo, a<br />

síntese da exploração é síntese falsa. A pura síntese desse nexo só pode<br />

ser aquela humanamente prática na sociedade socialista; ou, em nível<br />

primitivo, de acordo com nossa construção, a "comunidade primitiva". Na

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