14.04.2013 Views

Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

trabalhadores explorados, de sua atividade física para a produção de<br />

mercadoria. A matéria das mercadorias e seu equivalente, o ouro, é<br />

"materiatur" do trabalho de trabalhadores corporais, corporeidade dos<br />

escravos transferida e realizada na mercadoria pelo trabalho. Como o<br />

possuidor de dinheiro se identifica como sujeito imaterial da validade na<br />

função do dinheiro identicamente uniforme e geral, tanto na matéria de seu<br />

dinheiro enquanto igualmente puro corpo material, que cria primeiro o ser-aí<br />

de sua subjetividade e de seus atos válidos. Pela validade de seu<br />

pensamento o possuidor do dinheiro é idêntico com todos os outros<br />

possuidores de dinheiro - Ele: portanto também os outros; somente por seu<br />

ser-aí corporal: Ele: portanto não os outros. Em relação com o ter e não ter<br />

do dinheiro como ouro excluem-se reciprocamente todos os exploradores<br />

como particulares ou "concorrentes", enquanto eles, em relação à validade<br />

de seu ouro como dinheiro, formam a mesma sociedade de<br />

exploradores.xxxiv A sociedade de exploradores tem a formação da classe,<br />

mas entre os antigos é a classe dos homens pura e simplesmente, porque<br />

só o explorador é "homem", sujeito legítimo e reflexo da posse de dinheiro,<br />

enquanto ao contrário o explorado é a privação de ser homem, a coisa<br />

humana puramente física, o "objeto" do "sujeito". A realidade material do<br />

corpo do explorador é aquela dos corpos humanos abstratos dos escravos,<br />

mas medida não segundo o trabalho, e sim pela realidade concreta do<br />

material monetário, o ouro, com a qual todo trabalho se abstrai, porque ele<br />

vive só dos produtos do trabalho, com o qual o corpo dos escravos de<br />

identifica. O possuidor de dinheiro como sujeito tem só a teoria do trabalho,<br />

do qual o escravo tem a prática. Teoria e praxis do trabalho são distribuídas<br />

entre os pólos classistas da relação de exploração. Esses pólos não se<br />

reconhecem mais. Como se apresenta então a teoria do trabalho, a teoria<br />

do explorador coisificado em possuidor de dinheiro?<br />

Ela é a teoria do "sujeito em geral", ao qual nenhum outro sujeito encontra<br />

no campo de seu conhecimento, porque ele mesmo é a identidade da<br />

validade de todos os sujeitos possíveis. Mas por parte da composição de<br />

sua percepção e da realidade atual. do pensar ela é, ao contrário, a teoria<br />

do indivíduo isolado, porque seu corpo tornou-se fundamento de<br />

alheamento perante todos os outros indivíduos. A teoria do sujeito é a pura<br />

teoria do trabalho, cuja praxis se apresenta como técnica construída<br />

teoreticamente; mas o objeto do pensamento dessa teoria não é o trabalho,<br />

e sim a matéria, na qual o trabalho se reificou nas mercadorias, e o ser-aí<br />

das coisas determinado pela matéria. Para quem explora, a partir de<br />

quando ele é sujeito, o trabalho alienou-se em "natureza", a qual forma o<br />

oposto do "humano"; pois sua relação com a produção das mercadorias é<br />

contudo mediada somente através do processo social de troca das<br />

mercadorias e de sua ordem funcional. Para organizar o trabalho como<br />

produção de valor mercantil, ele deve reproduzir toda a conexão funcional<br />

dessa mediação, e deve reproduzir isso enquanto esta conexão é conexão

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!