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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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entendeu a síntese como gênese do conhecimento e com isso chegou ao<br />

modo de pensar dialético, mas esta síntese ele a deduz como pura filosofia,<br />

torna assim a dialética sistema da verdade absoluta e a superação da<br />

antinomia de validade e gênese puramente formal. Enquanto o<br />

materialismo contesta o apriorismo da síntese, ele coloca primeiro a tarefa<br />

de pesquisá-la historicamente. Essa pesquisa resume-se para o<br />

materialista na análise e fundamentação da reificação, em vez de, como<br />

para o idealista, na auto-análise do "conhecimento". Por outro lado, a<br />

análise da reificação encontra na tarefa de provar o surgimento histórico do<br />

conhecimento sua medida crítica. Pois a reificação torna-se primeiro<br />

compreensível como o fundamento histórico do conhecimento válido, se ela<br />

por sua parte for reconduzida a sua raiz histórica, humana e prática.<br />

Inexplicabilidade genética de formas de conhecimento significa<br />

compenetração insuficiente da reificação. À aparência apriorística do<br />

conhecimento corresponde sempre uma aparência de facticidade do ser<br />

reificado. O idealismo apriorístico é liquidável só conjuntamente com o<br />

materialismo vulgar, e vice versa.<br />

Tentamos tornar claro que a reificação nasce da raiz da exploração. Nela a<br />

identidade, a forma-coisa e o ser-aí têm sua origem histórica, humana e<br />

prática. Ao mesmo tempo são as formas de negação dessa origem: a<br />

identidade é a negação de sua origem prática, a forma-coisa a negação de<br />

sua origem humana, o ser-aí a negação de sua origem histórica.xxx Nesse<br />

caracter de negação de sua origem são elas as formas de ligação da<br />

socialização de classes dos homens na relação dos consumidores<br />

exploradores e dos produtores explorados. Por outro lado, a socialização de<br />

classes tem caracter formal sintético através dessas formas de ligação ou<br />

por sua mediação reificada. A explicação da gênese histórica do<br />

conhecimento racional está portanto na questão, como se chega à reflexão<br />

lógica da síntese social ou ao surgimento da subjetividade.<br />

7. O dinheiro e a subjetividade<br />

Entendemos o conceito da subjetividade no sentido do sujeito do<br />

conhecimento. O pensamento do sujeito do conhecimento pressupõe uma<br />

espécie de autoreflexão, na qual o indivíduo "se" distingue como ser<br />

pensante de seu corpo e de tudo o que é material no espaço e se pensa<br />

como idêntico através do tempo, independentemente de alterações espaçotemporais,<br />

quer de seu corpo quer de outras coisas. A questão se o ser do<br />

"Eu" é suposto como substância imaterial ou como puro suporte de funções<br />

do pensamento, não joga papel nenhum para o nível de generalidade, na<br />

qual se encontra a pesquisa; antecipando nossa explicação da<br />

subjetividade, note-se que ela se relaciona com a substituibilidade<br />

econômica da função do dinheiro com material monetário.xxxi<br />

Terminologicamente, pode-se denominar de "sujeito teórico" esse Eu que<br />

se distingue do corpo como ser pensante. Nossa explicação para seu

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